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Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2019 às 17:24
- Atualizado há 2 anos
Gustavo Correa, cunhado da apresentadora Ana Hickmann, matou com três tiros na nuca Rodrigo Augusto de Pádua, que se dizia fã da loira e invadiu o hotel em que ela estava em Belo Horizonte. Em setembro, Correa foi absolvido em segunda instância da acusação de homicídio doloso, com entendimento que agiu em legítima defesa. Como O Ministério Público não recorreu, o caso será arquivado."Eu matei pra salvar a minha vida. E já disse outras vezes que eu não mudaria uma vírgula do que eu fiz", afirma em entrevista à revista Época.O empresário conta que nunca se sentiu totalmente confiante de que seria inocentado. "Eu nunca tive confiança de ir a júri popular, por exemplo. Já tivemos casos escabrosos que o placar do júri foi de quatro a três. Eu sei o que se passa na minha cabeça, não na dos outros", diz. >
Ele conta que hoje seu sentimento é de alívio, mas logo no dia "até senti um pouco de ódio ainda por ter passado por tudo isso". O empresário conta que ainda sente certa indignação por conta dos três anos de desgaste emocional, financeiro e físico. Diz ainda que a situação foi um peso grande também para os pais, que têm quase 80 anos. >
"Eu sempre fiquei muito indignado pelo fato da Justiça desconsiderar todas as provas contundentes e se basear em achismo da parte do promotor. Eu sequer evadi do local, nem fui no hospital ver minha esposa que foi internada. Ficamos a mercê de uma única pessoa do MP que desconsiderou fatos. Ninguém é obrigado a aceitar a minha palavra, mas havia provas técnicas", explica, criticando a decisão do MP de denunciá-lo.>
O empresário diz que entre gastos jurídicos e a internação da mulher, Giovanna, que foi baleada no atentado e ficou 25 dias internada, ele teve custos de cerca de R$ 1 milhão.>
Embora diga receber mais apoio que críticas, Gustavo conta que discute com os que deixam comentários negativos. Diz ainda que muitos ataques são por conta do apoio da sua família à candidatura de Jair Bolsonaro, hoje presidente. >
"Antes das eleições eram 99% das pessoas ao meu lado, depois já virou uns 90%. Na minha última absolvição um rapaz postou na minha rede social que eu devia estar preso. Era um modelo, petista, expus ele nas redes sociais, falei com a agência que ele trabalhava e ele foi demitido. Eu acabei de ser inocentado por três desembargadores e ele vem falar que eu tenho que estar preso? As pessoas não sabem a dor do outro. A internet está deixando as pessoas covardes", afirma.>
Para Gustavo, o desarmamento não resolve a violência. Ele cita que a arma que usou não era dele - e o suspeito tinha comprado no mercado negro. "Isso vai continuar acontecendo".>
Sobre a família do invasor, Gustavo diz que entende o sofrimento. "Eles têm o direito de sentir dor, com certeza o pai e mãe dele não o criaram para isso". Apesar disso, cita a irmã do rapaz. "Ela mencionou meu nome me chamando de assassino nas redes sociais, e agora vai ter que responder na Justiça por isso". >