Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Música preta e de todos os ritmos: shows de Gabi Amarantos, Majur e Brown marcam primeiro dia de festival Afropunk
Priscila Natividade
Publicado em 18 de novembro de 2023 às 23:08
"A namorada tem namorada, o namorado tem namorado. Eu não preciso ser mais apedrejado e cancelado por dizer isso há quase 30 anos". Em comemoração ao 27 anos do álbum Alfagamabetizado, Carlinhos Brown foi um dos artistas que subiram ao palco do primeiro dia do Festival Afropunk Bahia, que aconteceu no Parque de Exposições nesse sábado (18).
Quem aí não tira o pé do chão quando escuta 'A namorada'? O cantor subiu ao palco no primeiro levando um discurso de respeito e amor, com um setlist repleto de canções do disco lançado em 1996, que amplificou o samba-reggae na voz e percussão de Carlinhos Brown. Alfagamabetizado marcou não só a carreira do cantor, mas a história da axé music e da música brasileira. O álbum foi produzido por Arto Lindsay ao lado do músico francês Wally Badarou. O cacique do Candeal cantou também cantou outras canções do disco como 'Cumplicidade de Armário' 'Mares de Ti' e 'Quixabeira', levando a bailarina Ingrid Silva para uma performance no palco no samba 'Quixabeira'.
Outra atração que marcou a noite foi cantora e compositora baiana, Majur. "Obrigada Salvador, obrigada a quem insistiu muito para eu estar aqui hoje", disse. A artista traz ao festival canções do seu novo álbum Arrisca, que contou com as participações de Ivete Sangalo, Xamã e Olodum. Majur agradeceu aos fãs por acompanharem sua trajetória desde que começou a cantar nos bares de Salvador, aos 17 anos. "Obrigada por me acompanharem desde os meus 17 anos. Obrigada a todos vocês que me fizeram chegar aqui. Sou uma artista de bares. Eu acreditei nos meus sonhos, mais do que podia e essa crença me fez chegar aqui com excelência e gratidão", disse durante o show. A cantora também recebeu Gaby Amarantos no palco, fez performance de Crazy In Love, de Beyoncé e fez referência aos orixás.
Mais música
Já a cantora Gaby Amarantos chegou ao festival vencedora do Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Em Língua Portuguesa com o seu disco TecnoShow (2022).
Na apresentação, diretamente da Amazônia, o seu tecnomelody. Antes, após os portões abrirem às 16h, os DJs set do duo Quebradaum - formado pelos Djs Pivoman e Manigga - e da dupla Trapfunk & Alivio trouxeram o DJ Tash LC como convidado.
Além do tecnomelody, deve rap também e até pagodão. Por volta das 21h, um dos principais representantes do R&B e rap no Brasil, Luccas Carlos, também chegou ao palco do Afropunk. O público cantou junto várias músicas do seu último álbum, JovemCarlos, trabalho que que conta com participações de Lulu Santos e Chris MC. Os hits “Planos” (com cerca de 67 milhões de visualizações no YouTube) e "Músicas de amor nunca mais” (que acumula cerca de 16 milhões de visualizações nas plataformas de streaming de áudio) também fizeram parte do repertório. Luccas convidou O Poeta para dividir o palco, misturando rap e pagode. "Quero ver todo mundo que tiver solteira no Afropunk requebrando até o chão", disse.
Paulistas, a cabeleireira Camila Alves e a maquiadora Beatriz Alves vieram para a Bahia só para acompanhar os shows do festival: "Gostei muito de ver a comunidade preta junta. Muita gente bonita também. Lacrou", afirmou Camila. "Vi muita beleza, ancestralidade. A gente aprende muito aqui", completou Beatriz que que aguardava ansiosa a apresentação da a cantora e compositora norte-americana Victoria Monét.
Com referências ao pop, passando pelo dancehall, ao disco music e ao funk, a atração internacional do festival, Victoria Monet trouxe para a Bahia canções do disco Jaguar II, lançado por este ano. Victoria também é reconhecida por escrever canções para outros artistas como Nas, Fifth Harmony e Ariana Grande. No palco, a artista que é vista como uma das promessas atuais R&B, mostrou ainda que tem samba no pé, ao som da canção 'Maria Caipirinha', de Carlinhos Brown.
Pernambuco, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Natália Miranda, José Luiz Carvalho, Angélica Cândido e Isaac Sampaio se conheceram no hostel onde estão hospedados aqui em Salvador. "O fato de Salvador ser a maior cidade preta do país, me fez vim ao festival. Aqui todo mundo é preto, é confortável", disse Natália. "É legal ver os looks, a comunidade preta tem isso de se arrumar para sair", completou Angélica. Já para Luiz, o Afropunk é representatividade. "A experiência toda que o festival proporciona, conhecer outras pessoas também. Tudo muito bom".
Quem também fez questão de curtir o primeiro dia do Afropunk foi a professora Cima Ninga retornou esse ano porque gostou muito da primeira edição que aconteceu no ano passado. "Me sinto confortável aqui. É um evento de inclusão", disse enquanto curtia o show da cantora Majur.
Neste domingo (19), o segundo dia de festival traz na grade de atrações Alcione, Iza e Baiana System que convidaPatche Di Rima & Noite. Também se apresentam A partir das 16h Lunna Montty e convidadas, Karen Francis, Olodum, Ajuliacosta, Vandal e KayBlack e Caverinha.