Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Alô Alô Bahia
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 12:51
Em vias de lançar seu primeiro álbum, Flor Gil desabafou, em entrevista a’O Globo, sobre a pressão de ser uma Gil. Aos 15 anos, a cantora lamentou também que, por ter morado em várias endereços globais – Rio, São Paulo, Itália e Nova York, onde nasceu e é sua atual morada – acabou por desfazer muitos laços de amizade. Atualmente, Flor conta nos dedos quantos amigos possui: “Amigos, amigos mesmo, eu tenho, sei lá, tipo três pessoas.” >
No fim do mês, ela aterrissa no Japão para cumprir os seus últimos shows como backing vocal, ao lado do avô, Gilberto Gil, de 82 anos. O patriarca está em despedida das turnês. O momento veio a calhar para Flor, afinal, é chegada a hora de novos passos: no próximo mês, a menina lançará seu primeiro álbum como cantora e compositora, antecipado pelo single “Choro Rosa (Versão Diamante Bruto)”.>
De todos os parentes, só Bento, filho de Bem Gil, aparece com Flor no álbum. Nem por isso ela deixa de notar o público apreensivo pela continuidade do trabalho musical – muito bem – empreendido por Gilberto Gil. “Chegou muito em mim essa expectativa de que eu continuasse o legado do meu avô de um certo jeito, que não é exatamente o jeito que eu quero fazer… pelo menos agora”, avisa.>
É que, ainda com base a entrevista cedida ao jornal O Globo, o forte de Flor é o R&B. “Eu escrevo mais naturalmente em inglês e acabo fazendo músicas mais ‘americanas’. Mas também tenho bastante conhecimento e ferramentas para fazer também algo mais MPB“, garante-se. Há também, segundo Flor, “de certa maneira”, a sexualidade dela presente nas letras.>
A cantora, que cresceu exposta sob todos os olhos, percebe o frisson que irrompeu-se com a revelação de sua homossexualidade. “Nunca tive que me assumir, eu só vivia assim, nunca tive que virar para alguém e falar que sou sei lá o quê”, abre-se Flor, que diz já ter sofrido um ataque homofóbico.>
“Um dia eu estava na rua com a minha namorada, em Nova York, e uma pessoa xingou a gente. Fiquei muito chateada, mal, com medo de sair na rua. Tive o privilégio de nascer numa família muito liberal, e isso me fez refletir sobre pessoas da minha geração que sofrem com homofobia. E também sobre pessoas próximas que não aceitam essas coisas, que são naturais”, avaliou, ela.>