Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Baiano Rodrigo Lelis estrela monólogo e vive Padre Bida na novela 'Guerreiros do Sol'

No teatro, ator se apresenta no Museu de Arte da Bahia até o dia 3 de agosto com o espetáculo Sr. Oculto

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 9 de julho de 2025 às 15:20

ARodigo Lelis
Ator baiano Rodigo Lelis Crédito: Divulgação/Caio Lirio

Entre as telas e palcos, para o baiano Rodrigo Lelis, 31, a hora é, mais do que nunca, de se arriscar. Passado o marco de 10 anos de carreira, que considera ser “onde a gente realmente inicia na arte e começa a colher frutos”, a nova fase é marcada por gestos ousados e papéis desafiadores.

De um lado, Padre Bido, o caçula dos irmãos Alencar em Guerreiros do Sol, nova novela original Globoplay que estreou em junho. Do outro, Sr. Oculto, seu primeiro monólogo teatral, inspirado em O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1886), conhecido como O Médico e o Monstro, em cartaz no Museu de Arte da Bahia de 04 de julho a 03 de agosto. “Até então foi uma trajetória de muita luta e também de aproveitar cada oportunidade, porque às vezes só tem uma, principalmente quando não somos herdeiros, não fazemos parte de uma rede de conexões. Foi buscar os poucos e correr atrás”, reflete Lelis.

Original de Brumado, sudoeste baiano, Lelis encantou-se pela atuação ainda na infância, através do audiovisual. “Começa com uma paixão enorme por locar filmes. Eu tinha uma diversão com meu pai, que era sempre, no final, alugar filmes. E aí eu comecei a me interessar por encenar e a me colocar nesse lugar. Quando tinha, por exemplo, uma pequena apresentação no colégio, eu sempre queria fazer espetáculo”, relembra. Migrando para Salvador, o jovem chegou a cursar Engenharia Civil, mas desistiu do curso por não se identificar com a área, decidindo seguir sua paixão pelos palcos ao descobrir a Universidade Livre do Teatro Vila Velha.

“Tudo mudou na minha vida, inclusive como pessoa, como ser humano. O teatro, ele nos traz uma coisa, uma convivência com outras pessoas que são de mundos completamente diferentes do seu, e isso soma para você na sua vida, independente de qualquer coisa”, compartilha. No Vila, teve contato com colegas e profissionais que destaca como suas maiores referências, como Chica Carelli, Marcio Meirelles, Cristina Castro, e recebeu a oportunidade que “mudou a minha vida”, diz.

Durante uma visita a Salvador, a diretora Dandara Ferreira fazia uma pesquisa do filme Meu Nome é Gal (2023) e conheceu Lelis, posteriormente chamando-o para fazer um teste e dar vida a Caetano Veloso no longa. Apesar da possível pressão em interpretar a estrela baiana da MPB, Lelis encarou a missão de forma leve, buscando inspirar-se no músico, mas encontrando sua própria interpretação de Caetano. “Eu busquei a aproximação, mas muito nesse lugar de não querer ser uma cópia dele, e foi um processo maravilhoso. Foi o filme que me fez conhecer hoje o meu empresário, que me trouxe outros testes e trabalhos até onde estou hoje”, destaca.

Rodrigo Lelis como Caetano Veloso em Meu nome é Gal
Rodrigo Lelis como Caetano Veloso em Meu nome é Gal Crédito: Divulgação/ Itala Martina

Guerreiros do Sol

Disponível na Globoplay e no canal Globoplay Novelas, novo nome do Viva, Guerreiros do Sol gira em torno de Rosa (Isadora Cruz) e Josué (Thomás Aquino), dois sertanejos que, ao se apaixonarem, acabam se tornando um dos casais de cangaceiros mais famosos da história. A narrativa se inicia quando Josué enfrenta o coronel Elói Bandeira (José de Abreu) na disputa pelo amor de Rosa. Sentindo-se humilhado por ter sido desafiado por um homem mais pobre, Elói decide se vingar da família Alencar e provoca uma tragédia que muda o destino de todos.

Na trama, Rodrigo Lelis dá vida a Padre Bida, o mais novo dentre os cinco irmãos da família Alencar, que foi enviado ao seminário ainda jovem e retorna para o enterro de seu pai. Bida irá acompanhar a vingança que levará seus irmãos ao cangaço e provocará disputas internas na família, sendo uma figura mais pacífica dentro do conflito. O personagem ganha ainda novos desdobramentos ao se tornar o interesse amoroso de Valiana (Nathalia Dill).

“A novela vai surpreendendo. A cada cinco capítulos que são liberados, acontecem coisas completamente diferentes, já tem uma galera no Twitter chamando de House of the Dragon do sertão. E na novela de streaming, nós, atores, recebemos o texto de todos os 45 capítulos. Então você tem toda a história na sua mão. Isso é uma potência muito grande, de entender o começo, meio e fim”, detalha sobre a produção, acrescentando ainda como foi uma honra trabalhar com a atriz Marcélia Cartaxo, que na série faz sua mãe, Dona Generosa: “Uma referência de carreira. Para mim, ela é a melhor atriz do Brasil”.

Padre Bida em Guerreiros do Sol
Padre Bida em Guerreiros do Sol Crédito: Estevam Avellar/Globo

Vivendo um momento de grande visibilidade com Padre Bida, Lelis também brilha nos palcos com seu primeiro solo teatral. No monólogo Sr. Oculto, o ator mergulha em camadas profundas da psique humana ao interpretar uma adaptação ousada e contemporânea de O Médico e o Monstro, clássico de Robert Louis Stevenson. Com dramaturgia de Mônica Santana e direção de Marcio Meirelles, a peça propõe uma “transcriação” da obra original, ampliando os debates sobre dualidade, poder e identidade. “A dramaturga questiona esse médico o tempo inteiro: que tipo de monstro essas figuras de poder estão fabricando?”, provoca Lelis. O resultado é uma peça que convida o público a reconhecer seus próprios monstros e refletir sobre as estruturas sociais que os moldam.

Em cartaz no Museu de Arte da Bahia até 3 de agosto, de sexta a domingo, às 19h, o espetáculo é enriquecido por uma trilha sonora executada ao vivo por Ramon Gonçalves e projeções visuais de Rafael Grillo. Sozinho em cena, Lelis transita pelo que define como “liberdade perigosa” do monólogo. A montagem, indicada ao Prêmio Bahia Aplaude em duas categorias, reafirma o teatro como espaço de provocação e transformação, segundo o ator: “Se a pessoa sai do espetáculo se questionando, mesmo que não tenha gostado, o papel do teatro foi cumprido”.

Sr. Olcuto
Espetáculo Sr. Oculto  Crédito: Divulgação/Caio Lirio