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Victor Villarpando
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 08:30
- Atualizado há 2 anos
Marselha é uma joia do Mar Mediterrâneo. E o mundo está redescobrindo isso. O número de visitantes cresce em ritmo acelerado: em 2013, houve 25% mais turistas do que em 2012. A mais antiga cidade da França foi fundada pelos gregos, 600 anos a.C. Capital da região da Provence, o segundo maior município francês tem cerca de 850 mil habitantes e 300 dias de sol por ano.>
Tons de azul intensos colorem o mar e o céu. As paisagens históricas, modernas e naturais se misturam. O Vieux Port (porto velho, em francês) foi remodelado pelo badalado arquiteto inglês Norman Foster. Em 2013, Marselha foi a capital europeia da cultura.>
Os 776 quilômetros de distância da capital, Paris, podem ser vencidos de avião (1 hora e 15 minutos de voo, a partir de € 47) ou de trem (3 horas, por € 81). De Barcelona, são 4 horas e meia de trem (€ 68) ou 1 de avião (€ 40 - skyscanner.com). Caso vá passear por outras cidades europeias, pode valer a pena fazer algum Eurail Card (eurail.com), que dá acesso grátis aos trens.>
Em Marselha, se hospede perto do Vieux Port. Boa parte dos pontos turísticos fica perto e há estações de ônibus e metrô próximas. Em quatro dias, dá para conhecer quase tudo.A Calanque de Sormiou é uma das mais famosas da costa sul francesa: nesses oásis de tranquilidade, o calcário no solo realça o azul das águas, que ficam transparentes (Foto: Lamy/Marseille Turisme/Divulgação)Calanques - Marselha tem mais de 57 quilômetros de litoral. Desses, 20 são de calanques, áreas de proteção ambiental do Parque Nacional das Calanques. Elas ficam no caminho entre a cidade e o município de Cassis. São vales escarpados, braços de mar chegam entre montanhas. A quantidade de calcário no solo realça ainda mais o tom azul das águas, que ficam meio transparentes. Bem diferente da badalação do resto da Cote d´Azur, lá é pura tranquilidade. Várias espécies de passaros, inclusive, se reproduzem nesses santuários naturais. >
É complicado chegar às Calanques. Mas o escritório de turismo de Marselha, que fica na La Canebière, principal avenida da cidade, organiza excursões diárias para lá. Como os ônibus só vão até determinado ponto, se prepare para caminhar até 2 quilômetros a pé. De barco, para as mais famosas, Sugiton e Morgiou, o tour custa € 12 por pessoa. A travessia pode durar até 4 horas. Dá para comprar no Vieux Port.Le Panier é o bairro histórico: ruas coloridas e lojas moderninhas (Foto: Victor Villarpando)Le Panier - Centro histórico de Marselha, o Le Panier tem ruazinhas com a típica arquitetura provençal, que guardam verdadeiras preciosidades. E olhe que várias partes foram destruídas durante a Segunda Guerra Mundial. De brechós, galerias de arte e restaurantes a lojas moderninhas, como a UndArtGround Concept Store, que tem uma série de produtos (de souvenires a decoração e moda) com o tema arte urbana e grafite. Tem também várias lojinhas dos famosos sabonetes de Marselha. Fachada da Doucer de Mima: patisseria árabe em pleno Le Panier (Foto: Victor Villarpando)De comer, o mais diferente que vi foi a padaria/doceria Patisserie de Mima, cheia de coisinhas árabes. Os restaurantes espalham mesas e cadeiras pela rua e o povo come por lá mesmo. Aproveite que fica perto do MuCEM e da Villa Méditerranée e case os passeios. No meio do caminho fica a Cathedrale de La Major, uma das mais bonitas da cidade.A Villa Méditerranée e o MuCEM ficam no pier J4 do porto comercial: vista linda e arquitetura deslubrante (Foto: Marseille Tourisme/Divulgação)MuCEM e Villa Méditerranée - A linda caixa de vidro espelhado, coberta com um emaranhado de aço, grita em qualquer paisagem. Assim se apresenta o MuCEM (Musée des civilisations de l'Europe et de la Méditerranée, ou Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo). O projeto, assinado pelo arquiteto Rudy Ricciotti, é um dos marcos visuais da nova Marselha. Foi inaugurado em 2013 e já recebeu mais de 2,5 milhões de visitantes. Ao mesmo tempo que contrasta com a paisagem antiga do Le Panier, reflete ela e o mar, lindamente. A estrutura metálica e vitrificada do MuCEM reflete o entorno e impressiona (Foto: Victor Villarpando)A estrutura é um espetáculo à parte para quem curte fotografia. A localização não poderia ser mais emblemática. Ele está no píer J4 do porto comercial, com vista para o Vieux Port. Ao lado fica o Fort Saint-Jean, ao qual o MuCEM é ligado por uma ponte. Por dentro, a coleção é toda dedicada à cultura, civilizações que vivem/viveram no entorno do Mar Mediterrâneo. O ingresso custa € 8 e o audioguia sai por € 2 (só em francês, inglês, espanhol, italiano e alemão). >
Coladinha, fica a Villa Méditerranée, sede de um projeto do governo francês para intensificar as relações entre os países que margeiam o Mediterrâneo. Lá fica uma exposição que conta a história do mar.Imã da lojinha do Villa Méditerranée: gracinhas com o mar Mediterrâneo (Foto: Victor Villarpando)A lojinha é campeã em lembranças náuticas megafofas. A entrada é grátis. Como chegar? Fica na Promenade Robert Laffont, 7, na Esplanade du J4, a uns 10 minutos de caminhada das estações de metrô Vieux-Port e Joliette.A Igreja de Notre Dame de La Garde fica no alto: colorida por dentro (Foto: Marseille Tourisme/Divulgação)Notre Dame de La Garde - A Igreja de Notre Dame de La Garde reina absoluta no skyline de Marselha. Ela fica no topo do ponto mais alto da cidade, a cerca de 160 metros de altura. A vista é linda, boa para ver o pôr do sol. Toda trabalhada no estilo Romano-Bizantino do Século XIX, a basílica foi construída entre 1853 e 1864 e é cheia de mármores coloridos no interior. No alto da torre do sino, a 12 metros de altura, tem uma estátua da Virgem Maria. Fica a um quilômetro do Vieux Port. O ônibus que leva para lá é o número 60. Mas do ponto à porta tem muito, muito degrau. A entrada é grátis.O passeio de barco pelas ilhas de If e Frioul é ótima pedida para dia de Verão em Marselha: Castelo do Conde de Monte Cristo (Foto: Marseille Tourisme/Divulgação)Frioul e Chateau d´If - Sabe o castelo onde o Conde de Monte Cristo ficou preso, no livro de Alexandre Dumas? O forte foi construído pelo rei François I, no século XVI. A ilha de If faz parte de um pequeno arquipélago, formado por outras três ilhas: Pomègues, Ratonneau e Tiboulen. Fica no meio do caminho entre o Vieux Port e a principal ilha da região, Frioul. Aproveite o barco, que sai das 6h30 às 22h, para conhecer o castelo e depois Frioul. Lá tem restaurantes fofos e bares animados, com pizza e comida mediterrânea. Depois de forrar o estômago e arrasar nos vinhos, a dica é admirar o pôr do sol no mar. O ponto de onde saem os barcos fica no Vieux Port. A travessia para If demora 20 minutos. Para Frioul, 30. Ida e volta passando pelas duas ilhas custa € 15,60. O ingresso do castelo custa € 5,50.>