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Gabriela Cruz
Publicado em 25 de novembro de 2014 às 07:35
- Atualizado há 2 anos
Movida pela emoção, Lara Kertész quer empreender: ela toca projetos grandes e sonha com o rádio (Fotos: Angeluci Figueiredo)Dois filhos e mil projetos. O tempo é apertado na agenda da empresária Lara Kertész, 33 anos, mas ela garante que consegue cuidar de Pedro e João, de 3 e 4 anos, dar atenção ao marido e finalizar os últimos detalhes da terceira edição do Pop Up Shop, evento de compras, música e gastronomia que vai reunir, de sexta a domingo, 75 marcas de vários segmentos – moda, decoração e beleza são alguns - no Paddock Eventos, em Piatã. Na lista de projetos tem ainda a Boa Praça, uma espécie de Pop Up ao ar livre com foco na gastronomia; a sociedade com a multimarcas Domizia e um programa de rádio.>
De onde vem essa vontade de empreender?>
Sou formada em Turismo com pós-graduação em Administração Hoteleira. Viajei muito vendendo a Bahia para fora e aprendi a organizar eventos, inclusive à distância. Junto com a Bahiatursa fiz três edições do Brazilian Day que me deram uma bagagem bem bacana também. Depois fui trabalhar na produtora Ner, mas fiquei pouco tempo por causa do Pop Up. >
Como surgiu o projeto?>
Comecei a fazer um brechó em casa com amigas e a coisa cresceu. Como sou sócia do restaurante El Caballito, decidi migrar o brechó para lá e quis incrementar com outras marcas. Sou futucadora e conheço muita coisa que não vende no shopping. Quando vi, o brechó saiu de cena. Como ainda não acreditava no negócio, usei a rádio Metrópole, que é do meu marido e do meu sogro, para divulgar o evento e chamar expositores. Foram 28. Muitos que ficaram de fora participaram da segunda edição, realizada na Pirâmide do Rio Vermelho, que teve 50 marcas. >
Qual o diferencial do Pop Up?>
Reunir artesãos de luxo sem ponto de venda fixo e que têm produto de alta qualidade. No Pop Up, o cliente tem acesso a algo que só é vendido pela internet. Claro que grandes marcas também entram porque para elas é uma oportunidade de vendas, de imagem e para mim de tê-las como âncora. A música também enriquece. Amigos como Saulo, Peixe, Gil, Bruno Masi, Rafael Pondé, Magary Lord, Márcio Mello, Andre Léllis e Marcio Victor cantaram no primeiro Pop Up.>
Qual a diferença entre eles?>
Cada edição é diferente. A primeira só tinha mesmo como funcionar lá no El Caballito. Na segunda, fiz um área para alimentação e percebi que a mostra de som cresceu e precisava de um âncora. Aí chamei Lau Fernandes, sobrinho de Saulo, e ele foi o dono do palco. Todo mundo que chegava, ou dividia com ele ou ele cedia. >
Como foi feita a curadoria para o próximo Pop Up?>
Tenho cinco expositores de fora, três de São Paulo, um do Paraná e um do Rio. Quero agora ir à Fortaleza para garimpar. Tenho moda masculina, feminina, fitness, sex shop, infantil, papelaria fina, pet shop... Coisas muito específicas, como uma moça que só faz saia e outra só quimonos.>
Você também busca gente que não expõe em feiras?>
Sim. É o caso de Eliana Kertész, minha sogra. Muita gente sonha em ter uma de suas esculturas, mas o preço agregado é alto. Então ela teve a ideia de estampar as gordas de Ondina em camisa, avental, caderno, xícara. Elas aparecem também em quadros e pingentes.A artista plástica Eliana Kertész levará as gordas para o Pop Up ShopO que aprendeu com os outros eventos e melhorou nesse?>
Mantive os dias, mas ampliei os horários. Faço sexta, sábado e domingo, porque quero a família toda. Vai ser de 11h às 22h na sexta e no sábado e de 11h às 20h no domingo. Tem também manobrista, segurança particular, ampliei o palco e coloquei a música em outro contexto, mais afastada dos estandes. É muito bom quando os artistas chegam, mas a venda fica meio confusa. Agora o palco vai para a praça de alimentação, que vai ter sete restaurantes bacanas. >
Não tem medo de tirar o foco da moda?>
Não. São 75 marcas com estrutura de apoio. Um parque de Tio Paulinho, praça de alimentação, palco, saxofonista na área de vendas. Vai ter mágico, teatro do grupo Stripulia e três shows. >
E a Domizia, como entrou em sua vida?>
A Domizia tem 13 anos. Eu fui uma das primeiras clientes, porque ela se instalou na porta de minha casa. Fiquei amiga de Gal Perez e Carla Ribeiro, as donas. O bom gosto de Gal é o grande diferencial no negócio. Ela entende muito de moda. Minha função lá é o burburinho. Eu vinha enchendo o saco para elas mudarem de lugar. Aí acharam o endereço atual e me chamaram para entrar no negócio. Não sou sócia da loja inteira. Eu entrei na Domizia com segmentos novos, como acessórios, teen e infantil e tudo que vier de novo. >
Você se considera movida a sentimento?>
O dinheiro é consequência na minha vida. Não faço nada pensando nele. Não sei usar a cabeça, só o coração. Nada na minha vida é planejado.>
Qual o próximo projeto?>
A Boa Praça, que é similar ao Pop Up, mas vai ser na rua. A lista de espera para o espaço gourmet começou a ficar grande, aí falei: pô, tenho oportunidade de negócio aqui. Tenho dois sócios: Cássio Franco, diretor comercial da Metrópole, e Saulo Passos, produtor fera da NER (grupo que cuida da banda Asa de Águia). Um cara muito bem relacionado e que entende de produção.Adelmo Casé: show no Paddock (Foto: Divulgação)Por que fazer a feira na praça Ana Lúcia Magalhães?>
É o quintal de minha casa. É minha praça. Como meu prédio não tem muita infraestrutura, brinco com meus filhos e fazemos piquenique por lá. Percebo que ali tem um público que é o meu. >
Acha que as pessoas estão saindo mais nas ruas?>
Sim. E foi aí que surgiu o negócio da feira. Com as bicicletas laranjas. Vi que a Prefeitura estava favorecendo isso e queria botar as pessoas na rua. Carla Maciel, pioneiríssima da Feira da Cidade, tem um projeto muito bem-feito. E diferente do meu. O dela é gastronomia que roda a cidade. O meu é um lugar que vai ter tudo que o Pop Up tem, com foco na gastronomia. Quero que as pessoas vão para a rua durante o Verão, passear na praça. O evento terá duas ou três edições por mês até o aniversário da cidade. >
Qual será o próximo passo?>
Quero fazer um programa de rádio. Mas não quero nada fácil. Não quero entrar em algo porque sou esposa de Chico e nora de Mário. Chico até dificulta para mim. Eu quero um projeto bacana, um programa de comportamento, onde a cada dia da semana fale de um assunto.>