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Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2023 às 15:00
Everlane Moraes, cineasta nascida em Salvador e criada em Aracaju, é a homenageada do Cabíria Festival. A quinta edição do evento, dedicado à representatividade de mulheres e à diversidade nas telas, entre os dias 18 e 23 de julho, será híbrida, com programação presencial em São Paulo. . A exibição de filmes será no Spcine Play, no Telecine e na MUBI. Confira em https://www.cabiria.com.br>
A Mostra Foco Everlane Moraes está na Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br/). São oito curtas-metragens: "Conflitos e Abismos: A Expressão da Condição Humana", "Allegro Ma Non Troppo", "La Santa Cena", "Aurora", "Pattaki", "Caixa D'Água: Qui-Lombo é esse?", "A gente acaba aqui" e "Monga, Retrato de Café". >
Everlane está com vários projetos em andamento. Entre eles, "O segredo de Sikán", seu primeiro longa-metragem de ficção, que já recebeu apoio de diferentes editais e fundos de desenvolvimento e produção. Com lançamento previsto para 2025, o filme será distribuído pela Embaúba Filmes, a mesma de Marte Um, pré-indicado ao Oscar em 2023.>
Além disso, está envolvida em outros projetos como o documentário "Germano Black Society" e o docudrama autobiográfico "Busca e Apreensão"; além de desenvolver a minissérie "Itans" e um livro que explora a trajetória artística de seu pai, o artista plástico Éverton. >
Leia abaixo entrevista com a diretora>
Qual a importância para você ter um festival dedicado à participação das mulheres no audiovisual, e como é ser a homenageada da edição? Como foi receber o convite/anúncio?>
A importância é imensurável. Estamos vivendo esse momento histórico, em que diversas mulheres, excelentes profissionais, estão mostrando para que vieram e me orgulho muito de fazer parte dessa nova era. Sempre aprendo muito com todas essas mulheres, torço muito para cada uma delas e espero que cada vez mais mulheres possam ocupar espaços, estejam em liderança e principalmente possam ajudar a que outras mulheres a chegarem e mostrarem o que tem de melhor. >
Ser homenageada nesta edição é algo especial para mim, mesmo pensando que existem muitas mulheres que poderiam estar sendo homenageadas também, por terem até mais experiências do que eu. Dessa forma, recebo a homenagem com muita humildade e aproveito para dedicar a todas elas, principalmente as que me ensinaram e foram generosas em minha caminhada. Gostaria de citar mulheres que trabalharam diretamente comigo, a exemplo de Lara Sousa, Renata Martins, Luiza Lima, Viviane Ferreira, Larissa Fulana de Tal, Taís Amordivino, Joelma Oliveira, entre outras mulheres que admiro muito, a exemplo de Luciana Oliveira. Glenda Nicário, Juh Almeida, Daiane Rosário, que fazem toda a diferença no audiovisual e que estão brilhando. Os brilhos de cada uma delas iluminam os caminhos de todas nós. >
O seu trabalho tem um aspecto marcante de trazer elementos do doc para a ficção, como foi criar sua identidade no audiovisual? >
Essa tal identidade ainda segue em formação, porque sigo experimentando, me reinventando, aprendendo novas técnicas e perspectivas. Cada filme que fiz foi o que foi pelo contexto em que eu estava inserida. Para uma cineasta negra e periférica, muitas vezes começar pelo documentário é a única opção viável, justo por ser uma plataforma mais acessível, sendo a ficção uma realidade um pouco mais distante. >
Eu trabalho com qualquer formato, gênero e tema. Cada filme é uma realidade particular, nesse espaço, a mensagem é que vai determinar o formato, a combinação de elementos para que a mensagem chegue da maneira mais eficaz, emocionante. >
Gostaria que o mercado soubesse disso, não sou só documentarista - embora seja de alma. Sou uma cineasta e quero trabalhar com todos os formatos, se possível. Depende de cada oportunidade que surge. Não faço só cinema autoral, faço o cinema comercial, o abstrato, o possível, e viável. Para mim, o importante é estar sempre experimentando e também testando o que conceituo, o que acredito que funciona.>