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Com mães em greve, livro infantil sugere revolução no cuidado com os filhos

Jornalista Carla Pinto Bittencourt imagina como seriam as famílias se as mães entrassem em greve; ilustrações são de Aline Terranova

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 14 de maio de 2025 às 06:00

Ilustração do livro O dia em que as mães entraram em greve
Ilustração do livro O Dia em que as Mães Entraram em Greve Crédito: Divulgação/ Aline Terranova/ Caramurê

E se o mundo ficasse, de repente, sem as mães? Esse foi o caos imaginado pela escritora e jornalista baiana Carla Pinto Bittencourt, que acaba de lançar seu quarto livro infantil. Batizou-o de O Dia em que as Mães Entraram em Greve (editora Caramurê), ilustrado pela artista visual Aline Terranova, também baiana, ambas mães. A experiência maravilhosa da maternidade - e também difícil, desgastante - rendeu uma reflexão acerca da sobrecarga de trabalho, da desvalorização e também da romantização do que é ser mãe.

“Quando Joaquim nasceu, eu pintava tudo cor-de-rosa, mas os desafios começaram a aparecer. Eu ia passando pelas dificuldades e entendendo que outras mulheres também estavam no mesmo movimento, umas em situação mais vulnerável, outras aparentemente mais tranquilas, mas não tinha ninguém de férias. A construção e a manutenção de uma rede de apoio ainda é muito difícil”, explica Carla.

Ela escreveu uma primeira versão da história que era uma declaração de amor ao filho Joaquim, 8. O editor Fernando Oberlaender sugeriu, no entanto, um texto mais abrangente. “A primeira versão terminava com uma greve e eu trabalho também em um sindicato. Aí, pensei: ‘Vou pegar essa ideia que ficou solta lá no final e fazer a história a partir disso’”, diz a autora.

ACarla P
A autora Carla Pinto Bittencourt com a mãe, Leila de Oliveira Pinto, no lançamento do livro Crédito: Acervo pessoal

Se a mãe cuida de todo mundo, quem cuida dela? Quem resolve o problema dos olhos cansados, sem dormir? E quem disse que isso não é assunto para criança? A greve é, sim, um direito de todo trabalhador. E se ela existe é porque a coisa está grave, como diz o livro.

Perspectiva

Com o início do movimento grevista das mães, começa também a confusão: qual é o lado certo da fralda? A água do banho está quente o suficiente? É hora de liberar o celular? Qual é a canção de ninar?

“Eu quero minha mããããããããe!!!!!!”, gritam as crianças em uníssono. Tudo vai ficando complicado até que acontece algo inesperado. As mamães ganham um apoio mais do que especial, e as coisas começam a entrar nos eixos, não sem antes haver uma revolução!

“Essa é uma hora massa de pegar as crianças, que têm esse elo perfeito com as mães, e dizer: ‘bora ajudar’ e, assim, poder dar o próximo passo”, acredita Carla, autora também de Pé de Mundo, Kanoni e Manhã.

Aline Terranova, mãe de Ian, de 11, que também passou pelos mesmos perrengues, considerou um imenso desafio transformar toda a bagunça pós-greve em ilustrações que fossem percebidas pelos pequenos. “Fiz desenhos a mão, usei guache, cores saturadas e formas divertidas para conseguir traduzir o esgotamento materno com leveza”, afirma.

A ilustradora Aline Terranova
A ilustradora Aline Terranova Crédito: Acervo pessoal

Fernando Oberlaender cita um ingrediente essencial para resolver a questão: “É importante provocar nas famílias e nas crianças a discussão sobre o papel da maternidade no dia a dia delas, mas sem perder a perspectiva de que o amor deve estar sempre presente, em qualquer situação”.

Ilustração de Aline Terranova
Ilustração de Aline Terranova Crédito: Divulgação/ Aline Terranova/ Caramurê