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Roberto Midlej
Publicado em 4 de novembro de 2023 às 06:00
Em fevereiro de 1992, Leandro, um menino de sete anos de idade, desapareceu durante um show de Moraes Moreira em Guaratuba, no litoral do Paraná. Dois meses depois, Evandro, de seis anos, também sumiu. Eram ocorrências muito estranhas numa cidade tranquila e pequena, onde hoje vivem apenas 37 mil pessoas. >
A história de Evandro ganhou o noticiário nacional e, aos poucos, perdeu a evidência, ainda que o crime nunca tenha encontrado uma solução definitiva. O episódio virou a série O Caso Evandro, que estreou no Globoplay em 2021 e fez muito sucesso. Agora, é o caso de Leandro que chega à plataforma, mas em formato de podcast.>
O lançamento integra o Projeto Humanos, criado pelo jornalista paranaense Ivan Mizanzuk, que era criança na época dos desaparecimentos dos meninos e viveu um tormento com medo de também ser sequestrado. Inconformado com a maneira como a Justiça paranaense conduziu os dois casos, Mizanzuk, já adulto, resolveu fazer uma "investigação" à parte e se aprofundou de de maneira obsessiva nos dois desaparecimentos.>
Em 2022, finalmente a Justiça concluiu, através de exame de DNA, que uma ossada encontrada era de Leandro. Assim que soube do resultado, Mizanzuk entrou em contato com a família do menino e propôs conversar com os parentes dele. “Eles nunca apareceram em lugar nenhum. No podcast, vamos entender melhor essa história, analisar como era a vida do Leandro e a rotina da família resgatando os principais pontos. A gente vai falar de uma criança que nunca foi falada. Para mim, isso é o mais relevante”, afirma Mizanzuk.>
O primeiro episódio da série já está disponível e há também cinco capítulos chamados de Prelúdio, que traçam uma reconstituição do desaparecimento de Evandro e mostram a conexão entre as duas histórias. Embora seja profundamente agustiante ouvir os depoimentos dos familiares das crianças, não há como não se envolver com o podcast. >
Em alguns casos, as entrevistas se estendem além do que deveriam e se repetem um pouco. Mas ainda assim vale ver o impressionante trabalho de Ivan Mizanzuk, que não se conforma com o fato de os dois casos, após 30 anos, não terem uma solução.>
A tragédia da Chape sete anos depois>
A queda do avião da Chapecoense está completando sete anos e a HBO Max lançou nesta sexta-feira (3) a minisssérie documental Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia. O acidente aconteceu na madrugada de 29 de novembro de 2016, quando o voo que transportava passageiros do clube catarinense caiu no trajeto para a Colômbia, deixando 71 mortos e seis sobreviventes. A produção tem como ponto de partida depoimentos exclusivos dos sobreviventes e familiares das vítimas e imagens de arquivos gravadas pelos jogadores que estavam presentes no acidente aéreo. A produção tem depoimentos de jornalistas como Juca Kfouri e do ex-jogador e senador Romário. Um dos depoimentos mais importantes deve ser o de Ricardo Albacete, fundador da companhia aérea Lamia, que realizava o voo. A produção é uma das indicadas ao Emmy Internacional 2023, na categoria melhor documentário. >
A contagiante música preta>
O Fantástico estreia neste domingo (5) o quadro Música Preta Brasileira, que revisita a história da música nacional de raiz negra, incluindo ritmos como rap, samba e funk. A música da Bahia também ganha importante destaque. A série de quatro episódios é apresentada por Maju Coutinho e pelo rapper Rael. O quadro terá a participação de artistas como Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Alcione, Martinho da Vila, Xande de Pilares, Emicida, Criolo, Marcelo D2, Negra Li, Buchecha, Cidinho & Doca e Tati Quebra-Barraco. O primeiro episódio foi gravado em Salvador e trata da música baiana e suas derivações. “A valorização dessa ancestralidade e a celebração dessa negritude que é base da nossa música são a base deste projeto tão lindo. A música preta brasileira é a raiz do nosso som”, diz Maju. >