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Exposição destaca cores e sombras das fotos de Akira Cravo

Mostra reúne imagens do fotógrafo morto precocemente, aos 31 anos

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 3 de setembro de 2024 às 10:46

Uma das imagens da exposição
Uma das imagens da exposição Crédito: Akira Cravo

Ainda adolescente, Akira Cravo pediu de presente ao pai - o fotógrafo Mario Cravo Neto - uns óculos escuros de presente. Mario, contrariado com o pedido do filho, disse que não daria. “Mas, se quiser uma câmera fotográfica, eu dou”, disse ao garoto, que devia ter uns 15 ou 16 anos. Conformado, restou a Akira aceitar o presente. Bendita decisão a de Mario: assim, a família dele, profícua em talentos artísticos, ganharia mais um excelente fotógrafo.

Ainda que tenha morrido muito jovem, aos 31 anos, em 2023, Akira deixou uma obra expressiva, como se poderá ver a partir desta terça-feira, na exposição Das Cores e Sombras, na Galeria Matriz. O espaço, no Palacete Tira-Chapéu (Rua Chile), integra a Casas Conceito, mostra de arquitetura e design que chega à sexta edição.

As cores, que marcam as criações de Akira - ele quase não usava o preto e branco - são destaque nas obras selecionadas pelo curador Lukas Cravo, irmão do fotógrafo. As imagens nunca foram expostas publicamente e, segundo Lukas, são “a cara” do irmão: “Ele colocou algumas dessas imagens no Instagram ele gostava porque tinha luz e sombras. Mas era uma coisa meio obscura, talvez não muito comercial”.

Os cenários dessas fotos também eram muito caros a Akira: Feira de São Joaquim, Porto da Barra e Centro Histórico são alguns deles. “Ele sempre foi Bahia. Fez algumas coisas da natureza e o Porto da Barra, ele sempre amou. Rodava a cidade toda, especialmente o Porto e o Pelourinho. Viajava pelo mundo, mas sempre voltava pra Bahia, porque, para ele, não havia luz mais bonita que aqui”, diz Lukas.

Feira de São Joaquim
Feira de São Joaquim Crédito: Akira Cravo/divulgação

Além da luz, Lukas destaca o enquadramento que o irmão dava às fotos. Mas a luz parece ser mesmo o diferencial, segundo ele: “Acho que ele usava a luz de uma forma que ninguém fazia. Se pegasse um outro fotógrafo para fazer a mesma foto que ele, veríamos a diferença. Ele fazia de uma forma diferente, de uma maneira que ninguém conseguia”.

Além do DNA, Lukas tinha algo que o tornava ainda mais próximo de Akira: era ele o responsável pela impressão dos trabalhos do irmão, além de cuidar do emolduramento, por ser um profissional da área. “Quando você começa a trabalhar com frequência com um mesmo artista, passa a entender a linguagem dele. Às vezes, ele me pedia para escurecer ou para dar mais luz a uma foto… e costumava gostar de meu trabalho”, lembra Lukas.

Ele revela ainda uma outra paixão do irmão, além da fotografia: os carros. “Não chegou a ter uma coleção, mas era muito interessado, desde bem novo. Essa também era uma coisa de família, principalmente por causa de meu avô, que também adorava. Eles gostavam de ter carrão. No final da vida, Akira trocou muito de carro, de todos os tipos e épocas. Desde os mais antigos, até os mais modernos. A ponto de um dia, aparecer de repente com um Porsche. Trocava, vendia, fazia rolo…”, diverte-se, lembrando do irmão.

Kiolo, fotógrafo e sócio da Galeria Matriz, diz que Akira mostrava a realidade da Bahia de maneira crua e visceral: “É um poeta das sombras, ele extrai registros de sombras, tanto que a exposição fala disso: a cor através da sombra. O trabalho dele é uma fotografia ‘neutra’ em relação à cor. Mas nessa exposição tem muita vibração de cor. Ele pinta as cenas através das sombras”.

SERVIÇO

Exposição Das Cores e Sombras, de Akira Cravo

Locas: Galeria Matriz (Palacete Tira-Chapéu - Rua Chile)

Visitação: Terça a quinta, das 16h às 21h; sexta a domingo, das 13h às 21h

Ingresso: Terça, quarta e quinta: R$ 60 | R$ 30. Sexta, sábado e domingo: R$ 80 | R$ 40 (o bilhete dá direito a visitar toda a exposição Casas Conceito)