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Elaine Sanoli
Publicado em 11 de julho de 2025 às 22:04
Foram afastados das atividades nas ruas os policiais militares envolvidos na ação que deixou mortos os jovens Gilson Jardas de Jesus Santos, 18 anos, e Luan Henrique Rocha de Souza, de 20, no Canto dos Pássaros, na região da Estrada da Cetrel, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). A informação foi confirmada pela advogada das duas famílias nesta sexta-feira (11). >
O CORREIO procurou a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para mais informações sobre o afastamento dos PMs, mas não houve retorno.>
Os jovens foram baleados pelos policiais na noite da última terça-feira (8). Segundo relato do irmão de Luan ao CORREIO, eles estavam sentados na frente da casa da família de Gilson quando a viatura passou e pouco depois retornou até eles e os abordou. "Só sabemos que depois eles [os policiais] colocaram os meninos para dentro de casa e poucos segundos depois houve dois disparos. A namorada do Gilson e a vizinha do lado escutaram dois disparos", diz.>
Irmão de Luan
Em nota, a PM alega que a equipe da 59ª CIPM/Abrantes realizava uma ronda na região quando se deparou com os dois homens, que fugiram ao avistar a viatura e efetuaram disparos contra a guarnição. "Os indivíduos adentraram um imóvel e continuaram atirando contra os policiais, que se defenderam. Quando cessaram os disparos, os militares entraram no imóvel, onde encontraram os resistentes feridos. Eles foram socorridos ao Hospital Geral de Camaçari, mas não resistiram aos ferimentos", afirma a nota. Ainda segundo a PM, teriam sido encontradas duas pistolas calibre .40, uma espingarda calibre 12 e uma réplica de pistola com os rapazes.>
Segundo informações da TV Bahia, a perícia para analisar se havia vestígios de pólvora nas mãos das vítimas deve ser finalizada em cinco dias. As armas que foram supostamente encontradas também passaram por análise no Departamento de Polícia Técnica (DPT). >
O titular da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia (SJDH), Felipe Freitas, se pronunciou sobre o caso e afirmou que a Ouvidoria do órgão recebeu denúncias da ocorrência e que a pasta tem atuado junto à Secretaria de Segurança Pública e ao Ministério Público do Estado. Ainda de acordo com a SJDH, a Corregedoria da Polícia Militar também abriu procedimento de investigação e os policiais e familiares das vítimas serão ouvidos.>
"A polícia precisa funcionar como um agente de cidadania nos territórios. Qualquer ocorrência policial em que haja morte, seja quem for a vítima, é causa de muita preocupação por parte do estado e deve provocar profundas avaliações institucionais", declarou o secretário.>