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'Ele foi carregado como bicho', diz irmão de um dos jovens mortos por policiais em Camaçari

MP vai investigar ação policial que deixou dois rapazes mortos na noite da última terça-feira (8)

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 10 de julho de 2025 às 21:43

Luan Henrique Rocha de Souza e Gilson Jardas de Jesus Santos
Luan Henrique Rocha de Souza e Gilson Jardas de Jesus Santos Crédito: Reprodução

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) anunciou que instaurou procedimento para acompanhar as investigações sobre a morte de dois jovens, Gilson Jardas de Jesus Santos, 18 anos, e Luan Henrique Rocha de Souza, de 20, após intervenção policial no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O caso ocorreu na noite da última terça-feira (8). A Polícia Militar alega que os rapazes abriram fogo contra a equipe da 59ª Companhia Independente (CIPM/Abrantes); a família contesta a versão

"Meu irmão foi carregado como um bicho. Nem um animal quando morre a gente carrega de qualquer forma, a gente tem o maior cuidado porque sabemos que é uma vida e o meu irmão foi carregado da pior forma possível, sendo arrastado", lamentou o irmão de Luan.

Em entrevista ao CORREIO, ele contou que as duas vítimas foram abordadas enquanto estavam na frente da casa da família de Gilson, no Canto dos Pássaros, na região da Estrada da Cetrel. Os jovens estavam sentados quando a viatura passou e pouco depois retornou até eles e os abordou.

"Só sabemos que depois eles [os policiais] colocaram os meninos para dentro de casa e poucos segundos depois houve dois disparos. A namorada do Gilson e a vizinha do lado escutaram dois disparos", disse. Quando os pais de Gilson chegaram ao local, eles estavam sendo colocados dentro da viatura, como mostra um registro feito pela família, em que a mãe do rapaz confronta os policiais. "Vocês atiraram no meu filho, ele não tá armado não. Me dê a arma, quero ver a arma", questiona a mulher, enquanto outras pessoas gritam ao fundo.

"Espero que nós tenhamos as respostas concretas, que seja tomada a providência o mais rápido possível, pois isso tem acontecido com muitos jovens e muitas famílias do nosso estado e muitos dos casos ficam impunes. Nós não podemos deixar que esses casos sejam escondidos, precisamos mostrar o que realmente acontece na comunidade".

Irmão de Luan

Em nota, a PM alega que a equipe da 59ª CIPM/Abrantes realizava uma ronda na região quando se deparou com os dois homens, que fugiram ao avistar a viatura e efetuaram disparos contra a guarnição. "Os indivíduos adentraram um imóvel e continuaram atirando contra os policiais, que se defenderam. Quando cessaram os disparos, os militares entraram no imóvel, onde encontraram os resistentes feridos. Eles foram socorridos ao Hospital Geral de Camaçari, mas não resistiram aos ferimentos", afirma a nota. A 4ª Delegacia de Homicídios (DH/Camaçari) registrou as mortes por intervenção de agente de segurança pública.

O titular da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia (SJDH), Felipe Freitas, se pronunciou sobre o caso e afirmou que a Ouvidoria do órgão recebeu denúncias da ocorrência e que a pasta tem atuado junto à Secretaria de Segurança Pública e ao Ministério Público do Estado. Ainda de acordo com a SJDH, a Corregedoria da Polícia Militar também abriu procedimento de investigação e os policiais e familiares das vítimas serão ouvidos.

"A polícia precisa funcionar como um agente de cidadania nos territórios. Qualquer ocorrência policial em que haja morte, seja quem for a vítima, é causa de muita preocupação por parte do estado e deve provocar profundas avaliações institucionais", declarou o secretário.