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Doris Miranda
Publicado em 30 de julho de 2025 às 07:42
A presença feminina negra na arte brasileira é evidenciada na exposição Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, em cartaz no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), que entra na reta final de visitação. A mostra, que segue até 31 de agosto, reúne obras de 69 artistas de diferentes regiões do país, entre eles, 32 mulheres que traduzem, em imagens e gestos, narrativas coletivas de resistência e memória. >
Idealizada pelo curador Deri Andrade, a exposição é resultado de um processo iniciado pelo Projeto Afro, plataforma de mapeamento e difusão da produção artística afro-brasileira. “Essa exposição é uma tentativa de reescrever a história da arte no Brasil, incluindo vozes que foram sistematicamente apagadas. No mês de julho, isso se intensifica com a potência das mulheres negras presentes em cada núcleo da mostra”, afirma Deri.>
Promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Salvador, a exposição ocupa dois andares do museu em um percurso não linear, guiado por cinco eixos curatoriais: Tornar-se, Linguagens, Cosmovisão, Orum e Cotidianos. É nesse contexto que se insere a artista, educadora e pesquisadora Massuelen Cristina, natural de Sabará (MG), cuja obra parte de fotografias de família para pensar a presença de mulheres negras em espaços de legitimidade artística.>
“As imagens que uso são mais do que arquivo: são presença viva de afetos, gestos e modos de ver e estar no mundo”, explica. Além de Massuelen Cristina, compõem a lista de artistas mulheres da exposição nomes como Maria Auxiliadora, Gê Viana, Panmela Castro, Rafa Bqueer, Lia Letícia, Priscila Rezende, Lita Cerqueira, Milena Ferreira, Renata Felinto, Castiel Vitorino Brasileiro, Elidayana Alexandre, Nay Jinknss e Ros4 Luz.>