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Tharsila Prates
Publicado em 2 de julho de 2025 às 23:06
O Instituto Inhotim realiza a 2ª edição do Jardim Sonoro, festival que integra música à experiência única em arte contemporânea e natureza. Após o sucesso da estreia em 2024, o evento retorna nos dias 11, 12 e 13 deste mês, com curadoria centrada em uma pesquisa sobre a voz em suas dimensões musicais, políticas e poéticas. A cantora Josyara e o bloco afro Ilê Aiyê são os nomes da Bahia na programação.>
Este ano, o festival mergulha na temática da voz como instrumento polissêmico, que não se limita apenas ao som, mas se expande como manifesto, ativismo, fala, ritmo, instrumento, canto e expressão. O acesso é gratuito para quem está no parque (mediante o pagamento do ingresso para entrar no Inhotim).>
A programação destaca artistas com vozes marcantes, diversas e, sobretudo, pessoas que vocalizam narrativas de nosso tempo, conectadas ao interesse da instituição de promover debates no âmbito da arte, natureza e da educação. O resultado é um território plural de sons, instigante e imersivo, que contará com Djuena Tikuna (AM), Luiza Brina (MG), Mônica Salmaso (SP), Cécile McLorin Salvant (EUA), Josyara (BA), Tetê Espíndola (MS), o grupo Ilê Aiyê (BA) e a multiartista Brisa Flow (MG).>
“Nesta edição, temos um foco não exclusivo, mas muito dirigido, para a ideia do canto. Trouxemos vozes que estão presentes no campo da música e da arte e conectadas com a nossa programação do ano. Estamos falando de uma voz que não só lírica, da crônica ou da narrativa, mas de uma pesquisa em torno da voz e o dizer do canto, que pode existir de muitas maneiras”, comenta a diretora artística do Inhotim, Júlia Rebouças, que divide a curadoria com Marilia Loureiro.>
Palcos>
Com o objetivo de aprofundar a integração entre a música e o acervo artístico e botânico do museu, o Jardim Sonoro será em dois novos espaços: o Palco Desert Park, localizado junto à obra Desert Park (2010), de Dominique Gonzalez-Foerster, em meio à vegetação exuberante do parque, próximo à Galeria Adriana Varejão, Galeria Galpão e ao Vandário; e o Palco Piscina, posicionado nas proximidades da obra Piscina (2009), de Jorge Macchi, que oferece uma atmosfera mais intimista e contemplativa, que conta, em seu entorno, com as obras de Chris Burden, Marilá Dardot e Rirkrit Tiravanija.>
Essas áreas, nunca antes utilizadas para shows, proporcionam uma vivência nova aos visitantes e estão diretamente ligadas ao propósito do festival, que é o de complementar a experiência da pessoa visitante com música.>
“Desta vez, apresentamos palcos em áreas descentralizadas do Inhotim, para que a pessoa visitante tenha uma experiência diferente do ano passado. Os palcos Piscina e Desert Park oferecem a possibilidade de outros percursos físicos e sensíveis, que integram a curadoria musical do festival a um entorno específico de obras, arquitetura e natureza”, complementa Júlia Rebouças.>
Os baianos se apresentarão no domingo, 13 de julho. A cantora, compositora, instrumentista e produtora musical Josyara abrirá esse dia, trazendo seu olhar sensível sobre o cotidiano, constituindo uma voz potente e singular dentro da nova geração da música brasileira. Além da banda, Josyara sobe ao palco com seu violão percussivo, a base e o diferencial tanto das canções autorais, como das releituras de outras compositoras rearranjadas e interpretadas por ela.>
Em seguida, sobe ao palco a mineira Tetê Espíndola, figura já consagrada e que mantém uma pesquisa sobre a música do cerrado, cuja sonoridade transita entre a arte e a natureza. A apresentação do grupo Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, marca um momento de celebração da força, da ancestralidade e da luta das vozes negras, com seu repertório de afirmação política e cultural. No palco, elementos da ancestralidade africana, guardados pelos Terreiros de Candomblé, sustentam a dança afro do Ilê, fundamentada no Ijexá.>
Para fechar o festival, a multiartista indígena Brisa Flow. Seu mais recente álbum, Janequeo, fala de amor, coragem e autonomia. No Jardim Sonoro, ela apresenta uma discotecagem contemporânea, experimental e pensada para o Inhotim.>
Confira a programação completa:>
Jardim Sonoro – Festival de Música Inhotim (2ª edição)>
Datas: 11, 12 e 13 de julho de 2025>
Acesso gratuito para quem estiver no Inhotim (mediante pagamento de entrada no Parque).>
Programação Musical>
Sexta-feira, 11 de julho>
15h – Djuena Tikuna>
Sábado, 12 de julho>
11h – Luiza Brina>
13h – Mônica Salmaso>
15h – Cécile McLorin Salvant>
Domingo, 13 de julho>
11h – Josyara>
13h – Tetê Espíndola>
15h – Ilê Aiyê>
16h – Brisa Flow>