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Morre Michael Gambon, intérprete do grande Alvo Dumbledore

Ator irlandês, de 82 anos, entrou para a franquia de Harry Potter no terceiro filme, O Prisioneiro de Azkaban

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 28 de setembro de 2023 às 08:55

O ator Michael Gambon, 82 anos, que interpretou Alvo Dumbledore na franquia Harry Potter, morreu aos 82 anos nesta quinta-feira (28). A notícia foi confirmada pela equipe do ator, que disse que ele faleceu "pacificamente no hospital". Gambon estava internado por causa de uma pneumonia.

O ator britãnico Michael Ganbom na pele de Alvus Dumbledores
O ator irlandês Michael Gambon na pele de Alvo Dumbledore Crédito: divulgação

“Estamos arrasados ​​em anunciar a perda de Sir Michael Gambon", disse a declaração em nome de sua esposa Lady Gambon e de seu filho Fergus: "Estamos arrasados ​​em anunciar a perda de Sir Michael Gambon."

Michael Gambon assumiu o papel do diretor de Hogworts após a morte de Richard Harris, em 2004, que havia atuado nos dois primeiros filmes da franquia, A Pedra FIlosofal e A Câmara Secreta, ambos dirigidos por Chris Columbus.

Michael Gambon, em 2004, ao lado de Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint e Gary Oldman
Michael Gambon, em 2004, ao lado de Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint e Gary Oldman Crédito: divulgação

Ciente da missão que chegava às suas mãos, Gambon não se deixou intimidar com a legião de fãs da história criada por J.K. Rowling, e resolveu partir do zero para gestar um novo (e completamente diferente) Alvo Dumbledore.

De cara, aboliu o manto tradicional (a la Merlin) que Richard Harris havia colocado sobre Dumbledore para criar um bruxo, digamos, mais irreverente. Saiu a aparência do velhinho frágil e surgiu um 'velho hippie', seguro de si, com roupas esvoaçantes e joias de prata e no lugar do chapéu pontudo uma casquete de muito bom gosto.   

Veja o trailer de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, terceiro filme da franquia e o primeiro de Michael Gambon como Dumbledore:

A partir do excelente Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, deo diretor mexicano Alfonso Cuarón, o melhor filme de toda a franquia, entrava em cena um homem rebelde, iconoclasta e abertamente político no mundo da magia. Gambon emprestou a ironia que lhe era característica para que seu Dumbledore se expressasse nas entrelinhas, sem fragilidade alguma e com altas doses de heroísmo. E, apesar da composição autoral, foi fidelíssimo ao espírito do personagem, amplamente descrito nos livros de Rowling.

Recebendo elogios de público e crítica, Gambon minimizou a situação e disse que simplesmente interpretou a si mesmo, mas  "com uma barba colada e uma longa túnica".

No perfil oficial da saga Harry Potter, mais de 500 mil de 'curtidas' lamentam a perda do ator até o final da manhã desta quinta (28):

Trajetória

Nascido em Dublin, Irlanda, em 19 de outubro de 1940, Michael Gambon era filho de mãe costureira e pai engenheiro. A família mudou-se para Camden Town, em Londres, quando Gambon tinha seis anos, enquanto seu pai procurava trabalho na reconstrução da cidade no pós-guerra.

Ele começou a atuar no teatro no início dos anos 1960 e mais tarde expandiu sua performance para a TV e o cinema. Entre seus papéis notáveis ​​​​no cinema estão um líder psicótico da máfia em O Cozinheiro, o Ladão, Sua Mulher e o Amante, de Peter Greenaway, em 1989; e o idoso rei George V, em O Discurso do Rei, de Tom Hooper, que faturou o Oscar em 2010.

Michael Gambon ao lado de Emily Watson e Richard Grant em O Assassinato em Gosford Parke
Michael Gambon ao lado de Emily Watson e Richard Grant em O Assassinato em Gosford ParkeMichael Gambon ao lado de Emily Watson e Richard Grant em O Assassinato em Gosford Parke Crédito: divulgaçãodivulgação

Gambon deixou a escola aos 15 anos para iniciar um aprendizado de engenharia e aos 21 estava totalmente qualificado. Em paralelo, participava de um grupo de teatro amador, pois dizia a todos que que um dia seria ator profissional. Ainda que não fizesse o tipo do galã canônico, nessa época se inspirava nos atores americanos Marlon Brando e James Dean, que ele acreditava refletir a angústia de sua geração.

Em 1962, Gambon se tornou um dos membros fundadores do National Theatre no Old Vic, que seguia uma linha shakespereana, ao lado de outros jovens grandes nomes emergentes, como Derek Jacobi e Maggie Smith (sua companheira na saga Harry Potter como a vice-diretora Minerva McGonagall.

O reconhecimento de sua atuação no teatro, no entanto, só chegou na década de 1980, tornando-se conhecido em particular pela interpretação de Galileu no espetáculo Life of Galileo, de John Dexter.

Ainda na década de 1980, Gambon começou a fazer televisão no programa de TV The Singing Detective, em que interpretava um escritor que sofria de uma doença debilitante da pele e usava a imaginação para 'esquecer' a dor. O desempenho rendeu o primeiro de seus quatro prêmios BAFTA.

Ele também ganhou três prêmios Olivier e dois prêmios Screen Actors Guild Awards - por Gosford Park (de Robert Altman/2002) e O Discurso do Rei. Gambon foi nomeado Comandante do Império Britânico em 1992 e cavaleiro pelos serviços prestados ao teatro em 1998, algo que ele chamou de "um belo presente", embora não tenha usado o título.

Dono de uma personalidade brincalhona, ele adorava inventar histórias. Durante anos, mostrou a outros atores uma fotografia autografada de Robert De Niro. Acontece que o autógrafo foi ele mesmo quem escreveu. Até ao próprio De Nito, Gambon mostrou a foto, perguntando se o outro se lembrava. Numa conversa bem humorada no programa The Late Late Show, ele contou que convenceu sua mãe de que era amigo do papa

Em 2015, Gambon anunciou aposentadoria do teatro. O motivo do afastamento era a memória, que não o permitia mais lembrar suas falas. Antes de tomar a decisão, ele chegou a atuar com um fone de ouvido, por medo de esquecer o que dizer e ficar sem fala na frente da plateia.

O ultimo trabalho de Michael Gambon no cinema foi em 2019, em Judy - Muito Além do Arco-íris (Rupert Gold), cinebiografia de Judy Garland, com Renée Zellweger como protagonista.