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Luiza Gonçalves
Publicado em 26 de junho de 2025 às 09:00
Estreia hoje (26), Raul Seixas: Eu Sou, nova série original Globoplay que narra, em oito episódios, o início, o fim e o meio da trajetória de um dos pioneiros do rock brasileiro. Lançado na semana em que nosso baiano maluco beleza faria 80 anos, a produção foca nas diferentes facetas de Raul Seixas na música, nas suas relações familiares e intrapessoais, desde a infância até o estrelato, atitude rebelde e disruptiva, e seu legado cultural para a música brasileira. Embalada por hits emblemáticos, a série é protagonizada por Ravel Andrade e tem criação de Paulo Morelli, que divide a direção com seu filho, Pedro Morelli. >
"Essa série tem sido criada, gestada há muito tempo. Desde quando meu filho ainda morava na minha casa, há mais de 10 anos, já tínhamos o sonho de fazer séries e filmes sobre cultura e música brasileiras, especialmente Raul. Essa história tem muito tempo de estrada. Conseguimos mergulhar nessa aventura e descobrir quem é esse cara tão genial, criativo, autêntico. Essas mil facetas desse cara especial da cultura brasileira”, declarou Paulo Morelli em coletiva de lançamento. Pedro Morelli complementa a fala do pai, salientando a abordagem da série que prezou “fugir da narrativa clássica”: "A gente mostra toda a viagem mística do Raul, tudo que ele experimentou, e a ideia era não mostrar de forma convencional, era tentar estar dentro da cabeça dele", destacou.>
A série mergulha na atemporalidade e criatividade de Seixas, mostrando todas as suas fases musicais até sua transformação em um fenômeno nacional. “Raul era um grande músico, começou como produtor e sempre cuidou muito da estética musical. Era muito sofisticado. E nos sentimos na obrigação de fazer algo muito bem cuidado musicalmente”, enfatiza Pedro Morelli. Para garantir uma sonoridade autêntica na produção, músicos que trabalharam com Raul Seixas, como Rick Ferreira, Paulo César e Mamão (Ivan Conti), foram reunidos para regravar fonogramas clássicos com rigor histórico.>
Além disso, nos episódios são retratados o processo de composição de grandes hits ao lado de parceiros como Paulo Coelho (João Pedro Zappa) e Cláudio Roberto (João Vitor Silva) e momentos do Raul produtor musical, responsável, por exemplo, pelo primeiro álbum de Sérgio Sampaio. "Não sabia da vida pregressa de produtor musical. Foi uma surpresa muito legal descobrir e adentrar na relação dos dois”, afirma Jaffar Bambirra, que interpreta Sampaio na série.>
Vida íntima >
A obra desvenda momentos marcantes do artista e influências culturais, políticas e espirituais que o guiaram. Um percurso pautado pelo desejo de fazer a diferença, ser famoso e mudar o mundo, que se manifestavam no seu jeito de ser desde a infância. Um lado mais familiar e doméstico do rei do rock brasileiro é encenado, incluindo sua relação familiar com seus pais Maria Eugênia (Cyria Coentro) e Raul Varella (Julio Andrade). >
"A série traz a vida íntima, cotidiana, a infância dele. Sou baiana, fã do Raul, e eu não conhecia a infância dele, a relação com a mãe, com o pai, com o irmão. Um transgressor também tão rigoroso com o respeito pelos pais, o carinho pelo irmão. São características que acho meio desconhecidas e que a série traz”, compartilha Coentro.>
Na vida adulta, o humor, a inteligência e seu jeito contraditório somaram-se à persona marcante de Seixas, que ganhou vida nas lentes com a interpretação de Ravel Andrade. "Interpretá-lo foi um desafio e uma honra. Raul era um gênio, e eu me esforcei para fazer jus à sua complexidade e à sua paixão pela vida e pela arte. Ele não só fala ao cantar, ele empodera a pessoa para ser o que ela quiser. Quando você escuta uma canção dele, se inspira e se transforma naquilo”, celebra Ravel.>
O elenco conta ainda com nomes como Amanda Grimaldi, Caroline Abras, Julia Stockler, Chandelly Braz, Camilla Molica, Gabriel Wiedemann, Vitor Novello e Rodrigo Vidal, que aprofundam as relações do maluco beleza com suas esposas, amigos e parceiros criativos. A produção revela ainda as lutas internas do eterno seixas e sua busca constante por autenticidade e liberdade de expressão. “É clichê, mas Raul é uma ‘metamorfose ambulante’. Ele nunca foi o mesmo cara”, conclui Ravel Andrade.>