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Paula Magalhães
Publicado em 9 de julho de 2023 às 16:01
Desacelerar do consumo de moda. Essa é a bandeira do movimento do slow fashion. Ele vai na contramão dos princípios das fast-fashions , grandes empresas que lançam constantemente coleções de itens cujo descarte acontece de forma tão acelerada quanto seu consumo. Roupas feitas a mão, tratadas como peças únicas, reaproveitando materiais, com qualidade e respeitando quem faz são defesas do slow. Sem pressa e com consciência. Pensando sobre essa necessidade de uma moda mais sustentável, convidamos duas marcas autorais soteropolitanas para produzirem uma imagem de moda que representasse bem as suas identidades. Ambas possuem apenas um ano de criação, são capitaneadas por mulheres e possuem o processo criativo todo envolvido pelo fazer artesanal, em defesa do slow fashion. E desse diálogo com as manualidades trazem para o presente experimentações e criações originais. Vem conhecer essas duas brands e seus olhares singulares! >
Artesanal Futurista >
A designer de moda Camilla Lessa (@camllalessa) concebeu a Camô Atelier (@camoatelier) de uma forma poética, como uma forma de escrever sua narrativa de vida através das próprias mãos. "A Camô é totalmente manual, feita por mim , desde criação , passando pela pesquisa até a confecção das peças, usando a técnica do macramê, que é meu foco", afirma Camilla. Desde 2017, a designer já criava acessórios com a técnica manual dos nós em barbantes, cordões e linhas, mas só há um ano passou a fazer peças de roupas. O destaque vai para seu tops de ombro só com mangas bem elaboradas. A nova coleção foi batizada de Déjà Vu, expressão francesa que pode ser traduzida como já visto. "Com essa coleção quero transmitir essa sensação de interligar presente ao passado e futuro", conta. As peças são influenciadas pela estética 2000, mas confeccionadas com a tradicional técnica do macramê e usa elementos como argolas e fivelas para representar um aspecto futurista. Três tempos em um só, a sensação de já ter visto algo assim se quebra quando se presta atenção ao design intrincado dos mini tops em cores marcantes como o azul, vermelho e roxo. Tudo com muita sensualidade e identidade.>
Inovação ancestral>
O amor de Natália Ferreira (@nataliapassosf) pela moda foi herdado da mãe Rosi Ferreira. "Tudo começou com minha mãe, que aprendeu a costurar na adolescência e sempre fez roupas para mim e meus irmãos. Cresci influenciada por esse convívio do fazer manual", confidencia a filha. Há um ano, Natália que ainda estuda Design de Moda, decidiu se juntar a Rosi e criar a Dasi (@si.da.si) marca que elas definem como elegante, mas descontraída, pautada pelo conforto. A dupla usa matéria prima como algodão, fazem tingimento natural, usam o patchwork de tecidos para criar detalhes autorais nas peças e investem em modelagem ampla. O tradicional fuxico aparece tanto aplicado a macacões e vestidos ,por exemplo, mas em acessórios como forma de valorizar o artesanal e trazendo uma baianidade única. "Nossa intenção é nos afirmar como marca slow fashion , artesanal , sustentável, trazendo inovação conectada à ancestralidade", explica a estudante. Natália antes cursar Moda, foi graduanda de Oceanografia, e trouxe dessa vivência a consciência da necessidade de reduzir os resíduos têxteis, reaproveitar tecidos e fazer upcycling, elementos que também incorpora na Dasi. >
FICHA TÉCNICA:>
FOTOS: Gardênia Passos (@gardenia.passos)>
Beleza: Beauty artist Kal Nascimento (@kalnascimentoart) do Salão Kal Beleza de Verdade (@kalbelezadeverdade) >
Modelos: Manoele Souza (@manoele.souzaa) e Lorena Cerqueira (@loren4cerqueira) da Agência Upper Model Management (@uppermodel)>