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Olodum celebra 46 anos de legado com festa na Praça das Artes

Show reuniu os cantores Lucas di Fiori, Lazinho e Nacizinho  interpretando sucessos das quatro décadas do bloco afro

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 27 de abril de 2025 às 18:50

Olodum celebra 46 anos em show na Praça das Artes
Olodum celebra 46 anos em show na Praça das Artes Crédito: Arisson Marinho/ CORREIO

O rufar dos tambores verdes, amarelos, pretos e vermelhos anuncia para quem vem pela Rua Maciel de Baixo que é dia de Olodum. Neste domingo (27), o bloco afro celebrou seus 46 anos de existência e legado musical, cultural e educacional em Salvador com um show especial de aniversário na Praça das Artes.

O evento começou às 13h, com os cantores Lucas di Fiori, Lazinho, Nacizinho e o convidado Diggo de Deus interpretando sucessos das quatro décadas de história do Olodum, acompanhados pela banda afro-percussiva sob a regência de Mestre Memeu.

“Eu acho que é um presente para a cidade de Salvador, para o estado da Bahia, ter uma entidade como o Olodum, que resgatou muita gente do perigo e levou para um novo mundo. A gente não tinha certeza de onde poderíamos chegar. Mas nós chegamos aos 46 anos e esperamos que as pessoas nos levem para mais 46, ou até mais de 100 anos. Nós não vamos estar aqui, mas espero que o que a gente criou possa ultrapassar cada vez mais as muralhas dos preconceitos”, afirma Lazinho, cantor e um dos membros fundadores do bloco.

No palco, ele se encontra com vozes de diferentes gerações do Olodum para cantar o presente e os novos caminhos futuros do grupo. “Eu agradeço ao Olodum por ter me acolhido aos 9 anos de idade, e para mim é um prazer estar celebrando os 46 anos deste bloco fundado na ditadura, com todas as dificuldades que o país enfrentava naquele momento, e chegar aqui anos depois com essa força e vitalidade. É um sentimento de muita alegria”, destacou o também vocalista Lucas di Fiori.

Cantores Lucas Di Fiori, Lazinho e Narcizinho
Cantores Lucas Di Fiori, Lazinho e Narcizinho Crédito: Arisson Marinho/ CORREIO

O clima era de festa; ninguém conseguiu ficar parado desde o primeiro toque do tambor. O Olodum é uma paixão que se expressa nas vozes que acompanham cada música, nas centenas de símbolos do bloco que estampam bonés, camisas, correntes e até mesmo a pele, com tatuagens, e na liberdade dos passos de dança que tomaram a Praça das Artes.

"São 20 anos curtindo o Olodum, saindo em todos os carnavais. O diferencial é que aqui não tem discriminação. Todo mundo é bem-vindo, todo mundo é abraçado, e cada canção do Olodum tem um significado especial", afirma a megarista Andrea, que curtia o evento.

Ao lado dela estava o pedreiro e compositor Maestro Socram, que desde a infância acompanha o bloco, admirando os tambores e compondo, e que, em 2014, passou a participar com suas letras no Festival de Música e Artes do Olodum (FEMADUM). “Tomei coragem para participar, porque são muitas pessoas talentosas, e, graças a Deus, fiquei entre os melhores. Não tem explicação para o sentimento que é ver o Olodum cantando minha música”, afirma.

Durante a apresentação, os cantores destacaram a importância de celebrar as vitórias e as ações futuras, como o Carnaval de 2026, que terá o tema Máscaras Africanas: Magia e Beleza. “Neste ano nós falamos das origens e agora falaremos do presente e do futuro. Para isso, vamos usar as máscaras africanas, tema do próximo ano”, pontua João Jorge Rodrigues, fundador, ex-presidente do Olodum e atual presidente da Fundação Cultural Palmares.

Para Rodrigues, o caminho até os 50 anos do Olodum, e para as décadas seguintes, representa um momento de reflexão e ação para intercâmbios, conquista do poder político e redução das desigualdades praticamente a zero. “Uma tarefa que não é só do Olodum, é da sociedade, é da Bahia, é do Brasil, do movimento negro, de todos nós”, arremata.