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Partimpim, versão infantil de Calcanhotto, está de volta para a felicidade das crianças

Álbum 'Quarto' tem canções de Marisa Monte, Rita Lee e da própria Adriana Calcanhotto

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 06:00

Adriana Calcanhotto incorpora sua heterônima, Partimpim
Adriana Calcanhotto incorpora sua heterônima, Partimpim Crédito: Leo Aversa/divulgação

Partimpim, quem diria, já é adulta e está com 20 anos. A personagem, heterônimo criado por Adriana Calcanhotto para cantar para o público infantil cresceu e está lançando nesta quinta-feira (10), nas plataformas de música, o álbum O Quarto, com oito canções compostas por Adriana, além de Rita Lee, Marisa Monte, Vitor Ramil, entre outros.

O Quarto chega 12 anos após o lançamento de Tlês, o terceiro álbum de Partimpim. Adriana diz que tinha a intenção de criar uma discografia para crianças, mas tomou um susto quando se deu conta de que já se haviam passado 20 anos desde o primeiro disco da heterônima.

Agora, já consolidada como compositora e intérprete para os pequenos, ela já recebe composições de colegas como sugestão para seu repertório: “Boi Tatá [canção do novo álbum], por exemplo, Marisa [Monte] me mostrou há bastante tempo. Escutei e ela me mostrou a canção meio rindo, de brincadeira. Mas eu vi que a música era para Partimpim e disse ‘Marisa, você me dá?’ E ela falou ‘dou’!”, comemora.

Como nos trabalhos anteriores de Partimpim, há canções feitas especificamente para as crianças e outras que não nasceram para esse público, mas, graças à sensibilidade de Adriana, estão chegando ao ouvinte mirim. Foi o que ocorreu, por exemplo, com Fico Assim Sem Você (Abdullah e Cacá Moraes), sucesso na voz de Claudinho & Buchecha, que esteve no primeiro Partimpim. Mais tarde, no terceiro disco, ela incluiu Taj Mahal, de Jorge Benjor.

Mas, afinal, como a cantora desenvolveu essa capacidade de perceber o que pode agradar aos pequenos? Adriana responde na terceira pessoa, como se Partimpim fosse uma entidade à parte: “Isso que é Partimpim: é o ouvido Partimpim, ela ouve e bota na lista dela”, ri.

“Tem essa identificação com as canções. É a mesma identificação que eu sentia quando era criança e gostava mais dos discos de jazz de meu pai que dos disquinhos para crianças. Na primeira canção do disco um de Partimpim, por exemplo, incluí Lição de Baião, de Baden Powell”. Foi assim, com essa mesma intuição, que ela resolveu incluir Atlântida (1981), de Rita Lee e Roberto Carvalho no atual lançamento.

Pretinho da Serrinha

A canção de Rita Lee ganhou um toque de reggae, graças ao produtor Pretinho da Serrinha, convidado por Adriana depois que ela ouviu Xande Canta Caetano, álbum de Xande de Pilares produzido pelo mesmo Pretinho. “Chamei o Pretinho e disse: ‘Eu quero aquilo. Não sei bem o que é aquilo, mas eu quero aquilo’. Aí ele começou a decupar o que era aquilo. Os músicos que tocaram com ele, como [o percussionista] Luizinho do Jêje, [o baterista] João Viana… Chamou essa turma, incluindo o Igor Ferreira, engenheiro de som que por acaso já tinha trabalhado num projeto da Partimpim”, lembra a cantora.

A atuação de Pretinho como produtor também dá ao álbum uma alma de samba. É o que acontece, por exemplo, com a canção Malala, que Adriana havia composto para um espetáculo infantil, mas só havia sido gravada pelo elenco da peça. “Às vezes, o samba está mais explícito no disco; às vezes, menos. Mas o fato de ter o nome dele já abre a antena para o samba. Malala, por exemplo, não fiz como samba, eu tinha colocado uns timbres paquistaneses, mas ele ouviu como samba”.

A música que abre o disco, O Meu Quarto, é um trocadilho com a palavra “quarto”: representa o espaço físico da casa e também o número ordinal correspondente à quantidade de discos lançados por Partimpim. Funciona como um convite ao ouvinte para entrar na brincadeira com a cantora. E como Adriana faz para se desprender da compositora adulta e entrar no universo infantil? “Primeiro, é sair do mundo adulto. É fazer uma canção e tentar esquecer que sou adulta. Fiz O Meu Quarto pensando numa abertura, num convite para o quarto. Vamos inventar o mundo, vamos ser música e poesia, no sentido de que é possível inventar o mundo que a gente quer”, diz a compositora. Nas plataformas de música