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Que homenagem linda pra Moraes

O álbum Moraes é Frevo, produzido por Davi Moraes e Pupillo, reúne o melhor da obra frevística de Moreira

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 20 de janeiro de 2024 às 06:00

Moraes Moreira
Moraes Moreira Crédito: André Fofano

Quem cresceu ouvindo Moraes Moreira no carnaval de Salvador não tem como passar batido pelo álbum Moraes é Frevo (Muzak Music), que chegou nesta sexta-feira (19) às plataformas musicais. E que disco mais lindo esse que o guitarrista Davi Moraes (filho de Moreira) e o baterista Pupillo produziram com o repertório frevístico do primeiro cantor de trio elétrico do país, que botou letra e voz em alguns clássicos que até então eram apenas instrumentais (note, que o apenas aqui não significa nada menor pois estamos falando da banda da banda virtuosa de Arrmandinho Dodô & Osmar).

Quer uma trilha sonora afetiva com sabor de nostalgia boa? Comece a aquecer o espírito para a folia por Moraes É Frevo, que reúne um elenco bacanérrimo para interpretar as imortais Pombo Correio, Festa do Interior, Preta Pretinha, Coisa Acesa, Vassourinha Elétrica, Eu Sou o Carnaval e Sintonia. Gente que revive à altura a obra preciosa do homenageado: Lenine, Criolo, Maria Rita, Otto, Céu, Moreno Veloso e Luiz Caldas.

Davi Moraes e Pupillo produziram o álbum
Davi Moraes e Pupillo produziram o álbum Crédito: divulgação

Isso sem falar na guitarra baiana em estado de graça de Davi Morais, que idealizou o álbum junto com Pupillo durante a turnê Portas, de Marisa Monte, já que ambos integram a banda da cantora. Nas conversas, havia um tema recorrente: a relação de Moraes com o frevo pernambucano, refletido com frequência em sua vasta obra.

“ Veio a ideia: vamos fazer um disco de frevo com cantores convidados e com os arranjos de sopro feitos pelo arranjadores de Pernambuco que Moraes tanto amava e que amavam ele” lembra Davi. “Meu pai esteve muito próximo deles, mas produziu muitos de seus frevos na época de seu grande encontro com (o produtor e arranjador) Lincoln Olivetti. Ou seja, ele não chegou a gravar com as grandes orquestras de frevo de Recife.

Pois é justamente a participação dessas orquestras que dá um polimento ainda mais brilhante para a obra do pai de Davi. As composições se transformam em jóias na mão dos maestros Duda, Nilsinho Amarante, Spok e Henrique Albino, que, vindos de gerações diferentes do frevo pernambucano, dividem os arranjos.

Representantes de Pernambuco também estão presentes na lista de cantores. Lenine, Otto e Uana sustentam o sotaque no trabalho, cujas fronteiras se ampliam com os outros convidados: Céu, Agnes Nunes, Maria Rita, Moreno Veloso e Criolo. Da Bahia, tem Luiz Caldas, que canta Vassourinha Elétrica.

Capa de Moraes é Frevo
Capa de Moraes é Frevo Crédito: divulgação

A relação de Moraes com o frevo tem raízes fundas e copa frondosa. O carnaval do trio elétrico, nasce baseado no frevo relido pela guitarra baiana do Trio Elétrico Armandinho Dodô & Osmar. E Moraes, quando colocou letra em Pombo Correio, em 1974 (antigo sucesso de Dodô e Osmar em sua versão instrumental, Double Morse), tornou-se o primeiro cantor de trio, ajudando a redefinir a folia baiana.

“A chegada do frevo na Bahia repaginou o frevo de uma maneira geral, fez nascer o novo”, avalia Pupillo, ex-baterista da Nação Zumbi. “E Moraes é pedra fundamental nessa transformação. A minha geração é formada nesse conceito de pegar a tradição e jogar pra frente. Moraes foi um cara que fez isso”, completa.