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Selton Mello vive detetive cego em sua estreia num podcast

França e o Labirinto estreia dia 29. Ator que foi criticado por sussurrar em 'O Mecanismo' diz que não deu atenção a comentá

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 21:11

Selton Mello entre Alexandre Ottoni e Deive Pazos. Os dois são do jovem Nerd, empresa que produz o podcast
Selton Mello entre Alexandre Ottoni e Deive Pazos. Os dois são do jovem Nerd, empresa que produz o podcast Crédito: Bruno Di Torino/divulgação

Hoje, atores e atrizes de TV são eventualmente convidados para dublar personagens de desenhos animados ou para dar voz brasileira a atores e atrizes conhecidos. Dessa maneira, esses artistas acabam sendo atrações a mais nas animações e acabam, de alguma forma, contribuindo para aumentar a bilheteria de uma produção no Brasil. Fábio Porchat, Tatá Werneck e até Ivete Sangalo já se arriscaram na dublagem.

O ator Selton Mello fez o caminho contrário: bem antes de ser famoso e ter seu rosto reconhecido, ele era um dublador profissional, desde os 12 anos de idade e seguiu na carreira por mais de uma década. Depois de se tornar um ator muito requisitado, além de produtor e diretor, acabou deixando a dublagem de lado, a não ser quando surgem eventuais convites.

Agora, aos 50 anos de idade e quase 40 anos de carreira artística, ele faz uma volta ao passado para usar somente a voz para interpretar um personagem. Mas, desta vez, não é como dublador: o ator vive sua primeira experiência num podcast de ficção, em França e o Labirinto, que estreia na próxima quarta-feira, dia 29, no Spotify.

Na produção, Selton interpreta o detetive particular Nelson França (Selton Mello) em busca encontrar um serial killer que voltou à ativa décadas após ter sido preso. Nessa investigação, França, que é cego, reencontra familiares, colegas de trabalho e se relaciona com novas personagens, que são interpretados por vozes famosas dos universos da dublagem e das redes sociais.

"Esse trabalho teve um sabor de retorno à época de dublador, que foi muito rica à minha formação. Ali, eu só tinha a voz para me expressar, então a experiência dava uma bagagem forte. Agora, em um podcast, tem uma diferença: ao contrário da dublagem não há preocupação com a sincronia entre voz e imagem. Então, tenho a liberdade de fazer um trabalho de ator com meu ritmo. E a voz é a protagonista"

Selton Mello

que dá voz ao detetive Nelson França no podcast França e o Labirinto

A produção da série é do Spotify e do Jovem Nerd, um dos mais populares sites e canais de YouTube voltados para o público geek. Selton diz que a oportunidade de trabalhar na série coincidiu com um interesse dele e da produtora: "Eu estava em contato com o Spotify por conta de outros possíveis projetos, quando eles mencionaram pela primeira vez sobre uma audiossérie e que eu era a "voz" que o Jovem Nerd desejava para dar vida ao personagem principal. Depois dessa conversa com esses gênios [Alexandre e Deive, do Jovem Nerd], não tive dúvida de que queria ser parte integrante dessa experiência".

Embora seja um profissional muito experiente - e elogiado - com o uso da voz, Selton não escapa das críticas: há cinco anos, sofreu uma chuva de comentários maldosos, especialmente nas redes sociais, por, supostamente, ter sussurrado demais na série O Mecanismo, da Netflix. Mas o ator parece nçao ter se preocupado muito com aquilo: "Na época, eu até brincava, dizendo que não era eu que falava baixo; era os outros que falavam alto. Mas lidei com aquilo como lido com tudo na minha vida".

Para ele, o início precoce na profissão ajudou a reagir nesses momentos: "Como comecei cedo, tem uma vantagem: você recebe as críticas e os louros com certa calma. Aos 12 anos, já sabia o que era ter e não ter sucesso. Então, não desisto da minha profissão por causa da crítica, nem acho que sou o melhor ator do mundo quando ganho um prêmio".

O CORREIO teve acesso aos três primeiros episódios e destaca o bom roteiro de Leonel Caldela e Fábio Yabu, especialmente pelos diálogos e momentos de humor, graças ao personagem principal, que não chega a ser realmente engraçado, mas tem uma ironia que lhe dá um charme bem particular. Muito, claro, graças ao desempenho de Selton.

Leonel Caldela é conhecido principalmente pela autoria de romances envolvendo fantasia, gênero hoje muito cultuado pelos jovens. Seu trabalho mais conhecido é a Trilogia da Tormenta. Fábio Yabu é criador de Princesas do Mar, franquia de livros que deu origem a um desenho animado do canal Discovery Kids.

Outra atração muito especial da série é a qualidade do som, no modo binaural, que dá ao ouvinte a impressão de estar no local onde se passam os episódios. Para isso, o próprio Selton recomenda no primeiro capítulo que se ouça França e o Labirinto com fones de ouvido.

"Essa série é toda em áudio 3D. Então, onde eu for, você vai comigo. O que eu ouvir, você ouve, como se estivesse lá. Fecha os olhos e vem comigo nesse labirinto"

Selton Mello

no início do primeiro episódio

E realmente o som é uma atração à parte: o ouvinte tem mesmo a sensação de estar "dentro" da história, ouvindo os personagens e os efeitos sonoros com uma nitidez impressionante. Às vezes, há a sensação de que até exageram em alguns elementos, com certo "exibicionismo" do som. Mas a experiência é mesmo divertida e o mérito não está só na questão técnica. O roteiro também é bem envolvente.