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Estadão
Publicado em 19 de junho de 2023 às 18:17
Entre 20 e 30 cambistas foram retirados da fila da bilheteria do show da cantora Taylor Swift pelo Procon e Polícia Civil, na manhã desta segunda-feira, 19, em São Paulo. A conduta suspeita levantou a desconfiança dos agentes que faziam uma operação conjunta. >
De acordo com o diretor de Fiscalização do Procon SP, Marcelo Pagotti João, mais de 100 denúncias de cambismo provocaram a ação. Fiscais do órgão de defesa do consumidor inspecionavam a fila de fãs que lota a área externa do Allianz Parque há semanas A Polícia Civil também abordava pessoas e retirava dali quem não conseguia comprovar para quem iria comprar ingressos.>
Mas não eram apenas cambistas que geravam revolta. Fãs também atuavam de forma no mínimo questionável, de acordo com outras pessoas que estavam na fila. A reportagem colheu relatos de que fãs compraram lugares em barracas e até fizeram acordos com cambistas para passar na frente.>
Alguns, inclusive, anunciaram no Twitter as posições na fila e ofereceram ingressos sob taxa extra de R$ 300 reais. "Foi combinado com quem estava acampando que seriam dez pessoas por barraca, mas as que não tinham dez pessoas venderam essas vagas", diz a professora Natália Silva, a única que concordou em falar sem sigilo com a reportagem.>
Procon também monitora a fila virtual do site de venda de ingressos>
A fã da cantora, que aguardava na fila para tentar comprar um ingresso, disse que estava indignada. "Fãs sem vergonha que passaram na frente de outros fãs. Piores que os próprios cambistas", desabafou.>
De acordo com o Procon, a empresa responsável pela organização do show e venda dos ingressos já foi acionada com pedido de esclarecimentos e providências. E estaria cooperando. "Já houve mais de 106 reclamações", diz Marcelo Pagotti.>
"O Procon está fazendo também o monitoramento do site para que as pessoas que estão na fila eletrônica tenham como comprar o ingresso de maneira adequada.", afirma o diretor do órgão.>
O aparato policial mobilizado era de impressionar. Além das três viaturas do Procon, a reportagem contou 14 viaturas da Polícia Civil, quatro da Polícia Militar e até uma do Choque da PM, além de duas da Guarda Civil Metropolitana.>
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Paulo Alberto, desde a semana passada um inquérito está aberto na corporação para apurar a prática de crime contra a economia popular, atrelado ao cambismo. "Havia notícia de venda de ingressos por quatro, seis, oito e até 12 mil reais. Isso é crime", disse o delegado sobre a atuação de cambistas.>
O procedimento na portaria do estádio, de acordo com ele, era pacífica. Abordar as pessoas e verificar para quem e como comprariam ingresso.>
Aqueles que estavam com cartões de terceiro e não conseguiam informar o proprietário ou titular da conta, nem o destino final do tíquete, eram considerados suspeitos e conduzidos à delegacia "Estamos aprendendo esses cartões, ouvindo essas pessoas e liberando", diz o delegado.>
O crime contra a economia popular está tipificado no Código Penal e, em caso de condenação, pode resultar em pena de seis meses a dois anos de detenção, além de multa. >