Exposição gratuita reflete sobre o significado de mapas

Vastidão dos Mapas estreia nesta terça-feira (20) e fica em cartaz até 20 de maio no Palacete das Artes

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de março de 2018 às 13:15

- Atualizado há um ano

Qual a importância dos mapas? Que relação existe entre cartografia e arte contemporânea? Essas e outras questões guiam a exposição A Vastidão dos Mapas, que estreia hoje e fica em cartaz até 20 de maio no Palacete das Artes. Com mais de 80 obras – que vão de mapas, colagens, pinturas, fotografias, quadros tridimensionais até tatuagens e incisões - a mostra gratuita inclui 15 mapas originais dos séculos XVI, XVII e XVIII e obras de 29 artistas contemporâneos. 

A exposição questiona os espaços, fronteiras, fluxos territoriais e deslocamentos, além de fluxos econômicos, culturais e subjetivos. Também discute as fronteiras terrestres e corporais e reflete sobre o significado de mapas, criando uma conexão entre a cartografia de séculos passados e a arte contemporânea. “Os mapas históricos do acervo do núcleo de cartografia da Coleção Santander Brasil são o coração da exposição, sendo o recorte composto por antigos mapas do Brasil e do continente americano  que mostram as vastas extensões de terra assinaladas como terras de sonhos”, conta o curador Agnaldo Farias. Os mapas raros foram produzidos por renomados cartógrafos europeus, como Joan Blaeu (1596 -1673),  Alexis Hubert- Jaillot (1632-1712) e Giacomo Gastaldi (1500-1565). Confira alguns mapas que estão na exposição. [[galeria]]

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Além deles, há uma  gama de obras contemporâneas com especulações de artistas como Alex Flemming, Angelo Venosa, Chang Chi Chai, Gal Oppido, Humberto Guimarães, Rafael Assef, Tuca Reinés e Vik Muniz sobre o tema. “Os trabalhos oferecem ao público um outro mapeamento, o da maleabilidade da linguagem. É a arte sobre o mundo, que faz indagações sobre ele e sobre nós mesmos”, explica Farias.

Segundo  ele, as obras mexem com todos os sentidos dos visitantes. Os faz perceber que os limites dos corpos, da casa, e até o percurso que fazem para o trabalho ou a faculdade, também são coordenadas e não devem ser ignoradas. Mostra ainda que toda cicatriz  é como um mapa e conta  histórias. “Por meio de uma tatuagem, Rafael Assef utilizou sua própria perna como objeto cartográfico. Ele retratou  trajetos que fazia com 18 anos, incluindo seus percursos com feridas e cicatrizes”, exemplifica o curador. Alex Flemming projetou mapas no corpo humano (Henrique Luz/Divulgação) Já Alex Flemming critica as disputas e guerras territoriais mundo afora, projetando-as em fotografias de corpos jovens e esbeltos: “Alex mostra as tensões dos territórios e critica  pessoas com  esses corpos, que muitas vezes se mantêm alheias às disputas”.

O fotógrafo Gal Oppido, por sua vez, investiga a relação do corpo humano com os territórios. A foto (usada no topo desta matéria) mostra que a definição de nossas próprias coordenadas pode nos levar a ensaios sobre nós mesmos. “Gal junta o que é individual e intransferível com o que é amplo, trazendo uma visão abstrata do mundo e do corpo fisco. Ao mesmo tempo, nos faz ver a relação intensa entre nós, humanos, e o planeta. Nossa comida, habitat e sobrevivência depende dele”.  

A exposição também conta com  duas fotografias aéreas de Salvador feitas por Tuca Reinés (abaixo). “Na foto do Centro Histórico, peguei um ângulo inusitado do Elevador Lacerda, que está ao fundo, e do Pelourinho. Quando ampliada, dá para ver pessoas nas janelas, jogando dominó e  cenas cotidianas. Fotos não deixam  de ser mapeamentos, retratos de uma realidade, que podem servir para localizar e para ver como as coisas mudam”, afirma Tuca. Serviço O quê: Vastidão dos Mapas Quando: De terças às sextas-feiras, das 13 às 19h; Sábados, domingos e feriados, das 14 às 19h. Até 20 de maio 2018 Onde: Palacete das Artes (Rua da Graça, 289) Quanto: Entrada Gratuita Mais infos: (71) 3117-6987 / (71) 3117-6910

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