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Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2023 às 17:04
- Atualizado há 2 anos
O humorista Fábio Porchat recebeu críticas nas redes sociais nesta quarta-feira (17), depois de publicar uma mensagem criticando a decisão judicial que manda retirar do YouTube um show de stand-up do também comediante Léo Lins. A decisão entendeu que o conteúdo é "depreciativo ou humilhante". >
“Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável!”, postou Porchat no Twitter ainda ontem, divulgando a decisão. Nesta quarta, ele voltou a comentar o tema.>
Porchat recebeu críticas de esquerdistas e direititas. Muitos mandaram ele "fazer o L", em alusão ao apoio do humorista ao hoje presidente Lula, e o acusaram de ser um apoiador do "politicamente correto". Outros afirmaram que ele não pode ser antirrascista e defender conteúdos racistas, que seria o caso do show de humor de Léo Lins.>
Porchat defendeu que Léo tem direito de fazer piada com qualquer um. "Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura. Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem. Se cada pessoa que se ofender com uma piada resolver tirar ela do ar não sobra um Joãozinho, um papagaio, um argentino”, escreveu.>
O show Perturbador, de Léo Lins, trazia piadas com escravidão, perseguição religiosa, idosos e pessoas com deficiência. Em uma das piadas, Léo diz que as pessoas reclamam da falta de empregos para negros, mas "na época da escravidão já nascia empregado e também achava ruim". >
O pedido para retirada do programa do Youtube foi feito pelo Ministério Público de São Paulo (MP). O show foi em Curitiba, com cerca de 4 mil pessoas na plateia. >
A decisão determina que Léo Lins não transmita “conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável”.>
A magistrada também proibiu que o comediante deixe a capital paulista sem autorização da Justiça e ordenou que ele compareça mensalmente em juízo para justificar todas as suas atividades. A defesa do humorista repudiou a decisão e vai recorrer. “Entendemos que isso configuraria censura prévia, o que é proibido pela Constituição.”>