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Abertura do IV Fórum ESG em Salvador une negócios e futuro sustentável

Segundo dia de evento, nesta quarta-feira (4), deve levar mais de 1.600 pessoas ao Porto Salvador

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 3 de junho de 2025 às 23:13

IV Fórum ESG
IV Fórum ESG Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Soteropolitanos se reuniram pelo quarto ano consecutivo no Porto Salvador, na Contermas, para discutir medidas eficientes e inovações no campo do ESG, do inglês 'Environmental, Social and Governance' (Meio Ambiente, Social e Governança). A abertura levou, nesta terça-feira (3), grandes nomes do setor produtivo, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil convidadas para a abertura do IV Fórum ESG.

O evento contou com palestras de João Carlos Paes Mendonça, presidente do Grupo JCPM; Mariana Lisbôa, diretora global de Relações Corporativas e Licenciamento Ambiental da Suzano; Carolina Junqueira, diretora de Riscos e Compliance da Globo; e Agenor Leão, vice-presidente de Negócios da Natura e Avon no Brasil.

O assunto é pauta mundial e deve ser uma prioridade para as empresas, de modo a articular os preceitos de sustentabilidade, governança e responsabilidade social com a agenda de negócios de cada companhia, como acredita o presidente do Conselho do Correio, Antonio Carlos Junior.

“O investimento em ESG busca retorno, por isso, é importante que as empresas foquem em sua estratégia, porque isso com certeza gerará valor”, argumentou. O Fórum ESG atua como um impulsionador do discurso, visando ampliar o alcance e a difusão das práticas sustentáveis. “O debate é importante para trazer mais participantes, porque é uma atividade fundamental cuidar do meio ambiente, das pessoas, do social e da governança da empresa”, ressaltou o presidente.

Em um ano em que os olhos do mundo se voltam para o Brasil para falar de sustentabilidade, com a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA) em novembro, o Fórum ESG coloca Salvador em um lugar de destaque para a discussão da pauta. “A gente já está falando da COP30 desde o Fórum do ano passado. O CORREIO está mais uma vez à frente e, neste ano, também traz essa discussão. A ideia do Fórum é justamente provocar uma discussão importante para que as pessoas daqui se sintam dentro da COP e também façam parte desse movimento grandioso que é o Fórum ESG”, afirmou a gerente comercial e de marketing do CORREIO, Luciana Gomes.

Presente na ocasião, a vice-prefeita Ana Paula Matos ressaltou a importância do Fórum para colocar Salvador também no centro dos debates. “Parabenizo o CORREIO por todo esse trabalho, por fazer de Salvador uma referência em ESG, ainda mais neste ano da COP30. Um evento desse porte, que já vem sendo realizado há algum tempo, contribui para essa conscientização”, afirmou a também secretária de Cultura e Turismo de Salvador, que destacou a diversidade de vozes de diferentes setores do conhecimento.

Durante a primeira palestra da noite, “Orgulho que transforma: raízes e compromisso social”, o empresário João Carlos Paes Mendonça relembrou a trajetória do grupo JCPM, que, antes mesmo de o termo ser cunhado, já desenvolvia ações de ESG de forma intrínseca à essência da sua própria cultura, quando a empresa ainda era apenas um pequeno negócio familiar na Serra do Machado, em Sergipe, há cerca de 90 anos. “Nós precisamos ser mais fortes, nos preocupar mais com os brasileiros neste momento. Os empresários e a sociedade precisam apoiar mais ações sociais, porque um país que tem um número de pessoas abaixo da linha da pobreza tão alto é realmente preocupante. Esse não é o país que nós queremos e em que pensamos”, pontuou.

Responsabilidade social é o termo de ordem. Durante sua passagem pelo palco do Fórum, ele compartilhou experiências do grupo, que possui um projeto no bairro de Pernambués que visa à educação e inserção de jovens da comunidade no mercado de trabalho. Proprietário do Salvador Shopping, João também elencou medidas em ação no empreendimento que visam ao cuidado e à proteção ambiental, além do reconhecimento pelas práticas em prol do respeito à diversidade e do combate à desigualdade racial.

O espaço utiliza todos os resíduos orgânicos produzidos pelos restaurantes da praça de alimentação para a compostagem, o que gera adubo natural reaproveitado na manutenção dos jardins. Além disso, toda a energia consumida no shopping é de fonte 100% renovável, certificada pelo selo I-REC. Por essas e outras medidas, a empresa acumula selos e certificados de diferentes órgãos pela implementação do ESG.

Em um bate-papo entre João Carlos Paes Mendonça e Isaac Edington, o líder do grupo JCPM fez questão de lembrar que mesmo a tecnologia é feita de pessoas — logo, é a elas que os novos avanços devem servir. “Eu vejo jovens dos nossos institutos, ou daqui, de Fortaleza, do Recife, trabalhando com inteligência artificial de maneira sensacional. Isso me empolga e motiva, inclusive, a apoiar essa juventude, como temos feito em vários estados”, lembrou.

Nesta quarta-feira (4), cerca de 1.600 pessoas devem acompanhar o Fórum ESG. As inscrições para o evento se esgotaram em menos de 48 horas, o que sinaliza, para Edington, um engajamento na causa, desde o mundo dos negócios até a sociedade civil. “A ideia do Fórum é que as pessoas tenham a oportunidade de vir e sair daqui ainda mais inspiradas para se engajar cada vez mais na sustentabilidade, na qual pressupomos que a nossa existência não comprometa a das gerações futuras.”

“Floresta, Futuro e Comunidade: como o ESG pode transformar territórios e negócios no Brasil” deu espaço, na sequência, para uma discussão com ênfase na diversidade e no cuidado com o meio ambiente. A empresa Suzano, voltada para a fabricação de papel, representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) baiano e já gerou cerca de 220 mil empregos. Nos cargos de liderança, bem como em tantos outros ramos, é observável a baixa presença feminina. A companhia reconhece as disparidades de gênero e outros marcadores sociais, como território e raça, e enxerga no ESG uma porta de saída para um futuro com livre acesso para diferentes pessoas. Do outro lado, o ramo apresenta grande potencial para a conservação das florestas brasileiras.

“Somos capazes de, anualmente, estocar em nossas florestas mais de cinco bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, contribuindo de forma relevante para mitigar os efeitos da crise climática global. O setor florestal brasileiro ocupa 13 milhões de hectares do território nacional, sendo quase metade disso destinada a florestas nativas e áreas de conservação”, ressaltou Mariana Lisbôa.

Pela primeira vez na Bahia, Carolina Junqueira apresentou a palestra “Do compliance à confiança: o papel da governança no futuro sustentável” e refletiu sobre o papel da governança na construção de um futuro alinhado com a agenda ESG. Para a diretora, as transformações do mundo contemporâneo geram uma crise de confiança nas instituições consolidadas, que só pode ser resolvida por meio de atitudes sociais e sustentáveis. O movimento é um chamado à ação, para que as empresas reforcem as instituições por meio de melhor gestão, transparência e reestruturação da confiança. “É só por meio de governanças mais sólidas, de instituições transparentes, de legislações consistentes, que vamos conseguir pavimentar caminhos para navegar pelos problemas complexos que temos pela frente.”

O encerramento do momento de palestras destacou a importância da coletividade na construção de um futuro mais justo e equitativo. “ESG é um bom negócio: como a Natura gera valor unindo ação e propósito” demonstrou, com um exemplo real da gestão da Natura, como é possível colocar em prática ações sustentáveis. Presente em 14 países da América Latina, com cerca de 14,8 mil colaboradores, a empresa registrou uma receita líquida de mais de 23,4 bilhões em 2024. O sucesso, explica o vice-presidente, vem da aposta na inovação por meio da resolução de problemas ambientais como parte fundamental da cultura da companhia, alinhada ao bem-estar humano e ambiental. “Para a gente, isso é crença, é parte do nosso jeito de fazer negócio, está na nossa cultura e a gente acredita que essa é a nossa forma de criar um futuro sustentável.”

Nos últimos 20 anos de trajetória, a Natura acumulou cerca de 2,2 milhões de hectares da Floresta Amazônica conservados, enquanto beneficiou 10,5 mil famílias da região ao adotar um sistema que respeita o meio ambiente ao passo que cria uma rede de colaboração, impactando na renda dessas famílias. Para cada R$ 1,00 de receita líquida, são gerados R$ 2,50 de impacto ambiental e social, segundo Agenor Leão.

Durante a cerimônia de abertura, foi entregue o certificado de neutralização de carbono do III Fórum ESG 2024. A neutralização foi feita com créditos de carbono gerados no Aterro Sanitário de Salvador, operado pela empresa. Na sequência, o termo de compromisso para proporcionar uma nova neutralização com o fórum deste ano foi assinado, renovando a responsabilidade com um futuro sustentável.

O IV ESG Fórum BAHIA é um projeto realizado pelo Correio, com patrocínio da Acelen, Alba Seguradora, Bracell, Confederação Nacional da Indústria - CNI, Contermas, Jacobina Mineração - Pan American Silver, Moura Dubeux, PetroReconcavo, Plano Brasil Saúde, Salvador Bahia Airport, Suzano e Unipar, com apoio institucional do Alô Alô Bahia, Instituto ACM, Saltur e Prefeitura Municipal de Salvador , apoio da Claro, Grupo Luiz Mendonça - Bravo Caminhões e AuraBrasil, Salvador Shopping, Sebrae e Sistema Comércio Bahia - Fecomércio, Sesc e Senac -, e parceria do Fera Palace Hotel, Hiperideal, Porsche Center Salvador - Grupo Bamaq, TD Produções, Uranus2, Vini Figueira Gastronomia e Zum Brazil Eventos.