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Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 16:17
21 atletas baianos foram convocados para representar o estado no 16º Campeonato Mundial de Karatê, entre os dias 25 a 27 de outubro, na Takasaki Arena, no Japão. Estima-se que 17 dos baianos convocados estarão presentes dentre os 107 brasileiros que embarcam para a terra do karatê a fim de disputar entre os melhores do mundo.
A competição é dividida por categorias baseadas na idade e sexo e possui as modalidades Kata, que consiste em uma série de movimentos predeterminados de diferentes dificuldades, e Kumitê (luta), ambos podendo ser em grupo ou individual. Atualmente, o único medalhista baiano no mundial é Diego Andrade, pelo Kumitê Equipe, em 2011, quando o Brasil foi vice-campeão.
“Eu tinha 22 anos. Era muito novo e estava indo para meu quarto campeonato internacional, primeiro mundial. Na flor da pele, sem acreditar na convocação e sem acreditar que estaria na equipe principal”, recorda Diego sobre sua conquista em 2011. “Fizemos lutas difíceis, pegamos os campeões mundiais da época de primeira. A final foi com o Japão. Foi um mundial incrível!”.
Indo para seu quarto campeonato mundial, Diego - que leciona na Academia Sekai, no bairro de Armação - conta que as expectativas estão altas. Ele é um dos capitães da Seleção Brasileira e competirá no Kumitê Equipe.
O atleta diz sentir orgulho e alegria com a convocação. “Levando em consideração tudo o que a gente passa para conseguir ser convocado no esporte amador, passa um filme na nossa cabeça de tudo que construímos até hoje. E também tem aquele sentimento de vencer, de continuar fazendo história”, anseia.
A convocação para o Mundial é feita através dos resultados do Campeonato Brasileiro de Karatê JKA, em que o primeiro e segundo lugar do pódio das categorias individuais disponibilizadas se classificam. Para as categorias em grupo, apenas a equipe vencedora é convocada. No XXIV Campeonato Brasileiro JKA, realizado nos dias 01 e 02 de junho deste ano, em Brasília, a Bahia ficou em terceiro lugar no ranking geral, atrás do Rio de Janeiro, primeiro lugar, e Goiás, segundo.
“As expectativas são as melhores possíveis”, afirma Daniela Baldini, presidente da JKA Bahia e atleta da equipe feminina de Kata. “O karatê brasileiro evoluiu bastante. Antes, era um sonho se visualizar no pódio de um campeonato mundial da JKA. Hoje, esse sonho se tornou uma realidade possível”, comemora.
Esse será seu quarto campeonato mundial após ficar afastada de 2007 a 2010 e de 2012 a 2019. “Voltar à seleção principal é definitivamente meu maior sonho. No Japão, então, depois de 20 anos, é fantástico!”, declara. Sua paixão pelo karatê se iniciou aos cinco anos de idade, quando fazia balé e acompanhava sua mãe para buscar o irmão que praticava a arte marcial. Ela conta que precisou enfrentar seu pai, que acreditava que o karatê deveria ser praticado por homens, para se matricular. Assim como Diego, hoje ela treina e dá aulas na Academia Sekai.
Para Rivailton Veloso, a convocação veio com sabor de presente de aniversário. Integrante da equipe masculina de Kata e professor de karatê da Associação de Karatê Samurai Ryu, localizada no Clube Espanhol, o atleta desembarca no Japão na data de seu nascimento. “Poder estar em um campeonato mundial e, ao mesmo tempo, conhecer o Japão, berço do karatê, é realmente um presentão!”, conta. Entusiasmado, Rivailton diz admirar os atletas japoneses e está animado para vê-los em ação.
Para além da competição em si, ainda existem as questões da adaptação de estar em um país que dura mais de um dia para chegar de avião. Costumes culturais, clima, fuso-horário e a própria viagem são fatores levados em consideração. Para Rivailton, por exemplo, a alimentação e o idioma serão desafios a serem enfrentados.
Entre treinos diários, musculação e fisioterapia para tratar lesões, a maior dificuldade relatada entre os atletas é a falta de patrocínio. Atletas amadores costumam fazer rifas, vaquinhas, eventos e tirar dinheiro do próprio bolso para conseguir custear as viagens. Muitos não vivem do karatê e não conseguem suportar os custos financeiros.
A Funakoshi Gichin Cup 16th Karate World Championship Tournament, nome oficial da competição, acontece de três em três anos e rotaciona ao redor do mundo, sendo, neste ano, no berço do karatê. Ela é organizada pela Japanese Karate Association (JKA), em português, Associação Japonesa de Karatê, uma das mais tradicionais associações de karatê no mundo do estilo Shotokan. O Japão costuma obter os melhores resultados no quadro geral.
Dentre os diversos dojos de karatê no estado, seis são filiados à JKA: quatro em Salvador e dois em Feira de Santana. A história da associação na Bahia começou em 2000, ano em que a JKA Brasil viajou com uma seleção formada por atletas juvenis e adultos pela primeira vez.
Maria Valentina - Categoria 9 a 10 anos
Arthur Couto - Categoria 9 a 10 anos
Larissa Krakhecke - Categoria 13 a 14 anos
Laura Ribeiro - Categoria 15 a 16 anos
Yan Bastos - Categoria 15 a 16 anos
Daniela Baldini - Categoria Adulto
Letícia Bastos - Categoria Adulto
Jéssica Araújo - Categoria Adulto
Martinna Rey - Categoria Adulto
Diego Andrade - Categoria Adulto
Lucas Coimbra - Categoria Adulto
Rivailton Veloso - Categoria Adulto
Leão Mazur - Categoria Adulto
Nadia Cardozo - Categoria Master
Antônio Tanner - Categoria Master
Marcos Vogel - Categoria Master
Hermes Carvalho - Categoria Master
Rui Albuquerque - Categoria Master
Luís Eduardo Sena - Categoria Master
Valnei Seixas - Categoria Master
Maria Lapa - Categoria Master