MAESTRO DA 8

Cauly ganha status de insubstituível por Ceni no Bahia: 'Construí o sistema para ele'

Meia é um dos pilares do tricolor desde o ano passado

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 2 de maio de 2024 às 05:00

Cauly em treino do Bahia: meia ficou fora de quatro partidas
Cauly ganhou elogios de Rogério Ceni após último jogo do Bahia Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

Desde que chegou ao Bahia, na temporada passada, o meia Cauly vem sendo um dos destaques do tricolor pelos gols, assistências e boas atuações. Em 2024, o camisa 8 reforçou a sua importância e tornou-se o principal pilar da equipe. Quem garante isso é o próprio técnico Rogério Ceni.

De acordo com o treinador, o esquema tático formatado para o Esquadrão foi pensado em função de Cauly. A declaração foi dada logo após o triunfo por 1x0 sobre o Criciúma, pela terceira fase da Copa do Brasil. Na partida, o meia deu um lindo passe para o lateral Arias, iniciando a jogada que terminou com o gol de Thaciano, na Fonte Nova.

“Todas as ideias que estão em campo são minhas. Eu que crio o sistema de jogo a partir dos jogadores que tenho. O Everaldo não joga de ponta. Ele joga como segundo atacante voltando para marcar. Eu tento privilegiar o Cauly. Construí esse sistema de jogo para ele. Sempre espero uma grande jogada, então tento deixar ele mais centralizado”, iniciou o treinador.

“São duas posições para os nossos atacantes que exigem muito sacrifício, muita entrega. Só quem tem muita alma e está disposto a deixar a vaidade de lado joga. Os dois homens de frente se sacrificam bastante pelo restante do time. O Everaldo cai pelo lado em alguns momentos, mas não é o objetivo ter ele aberto como ponta, e sim como segundo atacante”, seguiu.

Essa não foi a primeira vez que Rogério se derrete por Cauly. Após a vitória sobre o Grêmio, pelo Brasileirão, o treinador afirmou que o meia é o único jogador do elenco que não possui um substituto e, por isso, precisa mudar o sistema de jogo quando ele não está em campo.

“Cauly joga nessa função porque ele é diferente. Quando eu tiro ele, tenho que trazer novas ideias”, afirmou Ceni.

Estatísticas

Os números explicam a importância que Cauly tem para o desempenho do Bahia. Desde que foi contratado pelo Esquadrão, o meia marcou 15 gols e deu 13 assistências em 69 partidas. Com a chegada de jogadores como Everton Ribeiro, Jean Lucas e Caio Alexandre, além da mudança no modelo de jogo, ele tem atuado em uma função diferente da que fazia no ano passado, ficando mais centralizado no papel de um falso 9.

Esse ano, Cauly é o segundo maior garçom tricolor, com cinco assistências. Ele fica atrás apenas de Biel, que lidera a estatística com sete passes. Já no ranking da artilharia, o meia aparece no terceiro lugar, com cinco bolas nas redes. Thaciano, com oito gols, é o principal goleador do time, enquanto Jean Lucas aparece logo depois, com seis.

Até mesmo o centroavante Everaldo, que tem jogado como uma espécie de segundo atacante no modelo desenho por Rogério Ceni, diz entender a importância de Cauly para a equipe, e afirma que não vê problema em se sacrificar para que o meia desempenhe o seu melhor futebol.

“Sou coletivo. Eu gosto do coletivo. O coletivo indo bem, o individual vai aparecer. O Cauly, por exemplo, jogou para caramba contra o Fluminense. Mas isso acontece porque tem muita gente marcando por ele. Eu sei disso, sei que ele vai se destacar se a gente deixar ele mais fresco no jogo. Então se tiver que se sacrificar por ele, vou fazer. Porque quando a bola chega no pé dele ele vai resolver, como foi contra o Fluminense”, afirmou.

Ao citar que Cauly não possui um substituto no elenco, Rogério Ceni foi questionado sobre o garoto Roger Gabriel. No início da temporada, o treinador indicou que estava trabalhando o prata da casa para fazer a mesma função que o camisa 8. Agora, no entanto, ele afirma que Roger tem características mais parecidas com as de Everton Ribeiro.

“Roger é diferente do Cauly, é mais um meia de armação. Se ele evoluir, e ele pode fazer isso, pode jogar na função do Everton. Para jogar no lugar de Cauly, tem que ter um domínio mais acelerado. Jogar como meia, mas também como atacante. Mas ele tem treinado, tem feito os treinamentos. Alguns garotos do sub-20 estão treinando com a gente”, finalizou Ceni.