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Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 23:27
O Vitória, por pouco, não foi derrotado por um time misto do Náutico na noite desta quarta-feira (21). O Leão perdia até os 48 minutos do segundo tempo, até que Daniel Jr marcou um golaço nos acréscimos e assegurou o empate em 1x1, no Barradão, pela 4ª rodada da Copa do Nordeste. Após o fim da partida, o técnico Léo Condé reconheceu a atuação "muito abaixo" de sua equipe, especialmente no primeiro tempo.
"Cada jogo tem sua particularidade, nenhum jogo é igual ao outro. A grande verdade é que a gente fez um primeiro tempo muito abaixo daquilo que a nossa equipe tem o hábito de fazer aqui no Barradão. De ser uma equipe impositiva, com paciência quando pega um adversário fechado. Nosso time jogou no ritmo muito lento, talvez pelo desgaste físico e emocional do clássico. A gente teve pouco tempo de recuperação. O fato é que a gente fez um primeiro tempo marcando de longe e demorou demais a tomar as decisões. Isso facilitou a marcação do adversário", disse, em entrevista coletiva.
"A gente ajustou no intervalo, para que circulasse um pouco mais rápido a bola e tentar entrar pelo lado do campo. Só que acabamos sofrendo um gol muito rápido, logo no início do segundo tempo. O adversário baixou mais ainda as linhas de marcação, ficou difícil achar espaço na defesa deles. A gente tentou de várias formas, mas estacionaram dois ônibus ali na frente da área. Mas a equipe mostrou personalidade e continuou lutando. O gol sairia em alguma jogada de cruzamento, alguma jogada individual. Ou como foi, no chute de fora da área, um belo chute do Daniel. Uma pena que a gente fez o gol tarde demais. Se tivéssemos feito um pouquinho antes, talvez conseguiríamos a virada", completou Condé.
O Náutico abriu o placar com menos de um minuto do primeiro tempo, com Evandro, de cabeça. O lance foi parecido com o gol sofrido no Ba-Vi, quando Everton Ribeiro também balançou as redes, no Barradão, pelo alto. Condé falou sobre as similaridades dos dois tentos, e ressaltou a importância das semanas livres para corrigir o problema.
"É algo que a gente vai trabalhar. Não é corriqueiro, a gente sofre poucos gols, essa é a realidade. Mas foram dois gols parecidos. O problema é que a gente não tem muito tempo para treinar de um jogo para outro, a gente vem em uma sequência de 11 jogos em um mês e poucos dias. Precisamos de semana aberta para fazer alguns trabalhos específicos. Esse é um tipo de situação, de fundamento, que vamos precisar trabalhar, porque aconteceram dois gols de forma parecida", afirmou.
O Vitória agora muda a chave e volta suas atenções para o Campeonato Baiano. O Leão retorna ao Barradão para receber o Atlético de Alagoinhas, neste domingo (25), às 18h30, pela 8ª e penúltima rodada do estadual. Condé foi questionado se iria poupar jogadores nos próximos jogos, mas destacou a importância de se classificar ao mata-mata da competição.
"Nesse momento, a gente volta com o foco total para a disputa do estadual. São cinco anos que o Vitória não classifica para a fase final, e a gente espera buscar essa classificação. Até porque tem as vagas na próxima temporada. É muito importante buscar essa classificação, foco total. A partir do momento que classificar, aí vai depender muito do contexto, das datas certas dos jogos, para definir as equipes. Não vai ter equipe mista, equipe reserva. Pode ter alterações de uma partida para outra, mas a gente vai sempre procurar mandar à campo aquilo que a gente tem de melhor enquanto tivermos chance de classificação nas duas competições".
Veja outros trechos da entrevista coletiva de Léo Condé:
Arbitragem
É sempre ruim, até porque eu sou um cara bem ponderado e tento ser justo nas minhas análises. Errar, todo mundo erra, é do ser humano. A questão é que eles vieram o tempo inteiro matando o jogo, parando a jogada. Eu vi o Matheus muito caçado. No segundo tempo, quase que não teve jogo, toda hora caia algum jogador, pedia atendimento, foram várias substituições. Aí o critério de tempo, de acréscimo... Hoje, como parou o jogo, já teve árbitro que já deu nove, dez minutos. Aí é uma agravante, ele deu sete minutos de acréscimos e terminou com cinco. Várias outras situações ali, quem ia falar com ele, ele amarelava. Uma arbitragem um pouco confusa. Mas não foi só isso, a gente realmente fez um jogo abaixo do que pode jogar.
Trio de meias
O Matheus foi um jogador que correu muito, como todos no clássico. Fisicamente, ele realmente estava desgastado. Hoje, ele foi muito caçado em campo, faziam um rodízio de falta quando Matheus pegava na bola. Acabou dificultando muito o jogo dele, não conseguiu achar o melhor espaço dentro de campo. Tanto que a gente colocou ele para a ala esquerda, no final, para ele trabalhar um pouco mais pelo lado. Foi onde ele conseguiu fazer as melhores jogadas. Daniel Jr. entrou bem. É um jogador jovem, de potencial, ainda tem algumas oscilações dentro do jogo, mas também tem boa capacidade, boa qualidade técnica. E o Luan, o primeiro jogo dele. Eu gostaria de colocar ele um pouquinho antes, mas o desenho do jogo, como já tinha entrado o Daniel, a gente segurou um pouco. Mas é um jogador que tem qualidade, tem potencial. Mais no aspecto físico mesmo, ele entrar na melhor forma, que também pode nos ajudar.
Dudu
É um jogador que, como você falou, tem suas virtudes e algumas dificuldades. A gente tenta explorar o que ele tem de melhor. Comete alguns erros, mas é um jogador que também acha algumas boas jogadas. Hoje, estava muito difícil para os jogadores de meio jogarem. Não só o Dudu, mas o Matheus, o William, depois o próprio Rodrigo, que tem capacidade de bom passe, de boa condução de bola. Estava muito congestionado o meio de campo, ficou ruim para todos os jogadores de meio acharem seu espaço. O que a gente pode fazer para ajudar o Dudu é treinamento específico. É claro que, nesse momento, a gente não está conseguindo muito, o pouco tempo que a gente tem é para ajustar a equipe em cima do adversário. A gente vem sempre tentando realizar alguns trabalhos com ele, eu já vejo melhora em relação a quando chegou, nesse aspecto.