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Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 19:24
O lateral-esquerdo Patric Calmon está, enfim, vestindo a camisa do Vitória. Desejo antigo do clube, PK, como é conhecido, foi sondado outras vezes, mas as tratativas não deram certo. Dessa vez, a negociação teve final feliz - assim como o início da passagem dele pela Toca do Leão. O jogador foi um dos destaques na estreia do time na temporada 2024, no 1x0 sobre o Jacuipense, pelo Campeonato Baiano.>
Nesta sexta-feira (19), PK concedeu sua primeira entrevista coletiva como jogador do Vitória, e comemorou 'com muito orgulho' a chegada no clube. Vale lembrar que, em julho de 2023, ele chegou a ter negociação avançada com o rubro-negro, mas esbarrou no regulamento da CBF. Isso porque ele já havia participado da Copa do Brasil pelo Ypiranga-RS e jogou o Brasileirão pelo Cuiabá. Dessa forma, não poderia atuar por um terceiro time diferente em torneios nacionais no mesmo ano.>
"É uma realização de Deus na minha vida vestir essa camisa. Acho que é a terceira vez que a gente tenta vir para cá, negociar. As outras duas não deram certo, por outros fatores. Mas essa deu certo e posso estar aqui vestindo essa camisa com muito orgulho. Falei para minha esposa, parece que jogo no Vitória há anos. Estou bem familiarizado, adaptado, até mesmo por ser baiano. Mas o Vitória, sua grandeza, te facilita a ser bem aceito. Nas duas primeiras [vezes que tentou ir para o Vitória] a gente não conseguiu, mas não faltou vontade de ambos os lados", afirmou.>
Patric Calmon também foi questionado sobre suas principais características. Se apresentou como um lateral 'mais ofensivo', ainda que afirme buscar o equilíbrio.>
"É uma característica minha, pelos clubes onde passei, ser bem ofensivo. Costumo dizer que a defesa do lateral é o ataque. Mas a gente precisa ter o equilíbrio, saber defender também. No Cuiabá, eu aprendi muito. É um clube que propõe esse jogo de defesa, mas ali saindo no contra-ataque. Eu aprendi muito essa parte da defesa. Estou procurando evoluir e botar em prática isso", garantiu.>
"Uma das minhas características é o cruzamento. Nos clubes por onde passei, volto a falar, é uma qualidade que tenho. Não é soberba, é uma avaliação própria. E eu procuro aproveitar muito bem isso, preenchendo a área. A gente quase não conseguiu cabecear o cruzamento [contra o Jacuipense]. Se conseguir aproveitar, tem grandes chances de fazer gols. Eu até ouvi da torcida que se eu acertasse esses cruzamentos no jogo, a gente faria gols. Eu disse que iria colocar isso em prática. E, graças a Deus, fui feliz nos cruzamentos", completou.>
Outro ponto abordado na entrevista coletiva foi a relação de amizade com o atacante Deyverson. Os dois atuaram juntos no Cuiabá e seguem próximos. Recentemente, PK postou uma foto no Instagram em treino do Vitória, e o centroavante respondeu que estava com 'saudade'. Bastou isso para a torcida rubro-negra puxar força para a contratação do artilheiro do Dourado. Segundo Patric, o amigo estaria disposto a vestir a camisa rubro-negra.>
"Acredito que a torcida do Vitória também queria muito que ele viesse para cá. A gente comentava nas redes sociais que ele poderia ser um ícone para o Ba-Vi. Imagine o Ba-Vi com ele. Irmão que Deus me deu. Temos uma amizade muito saudável. Tive a honra de conhecê-lo no Cuiabá. É um cara que eu levo e respeito a história, a pessoa. Quero levar para o resto da minha vida. Eu falei para ele que queria que ele estivesse aqui com a gente. Vontade não falta da parte dele. Mas existem outras coisas que a gente não tem controle, que não dependem de mim ou dele. É um cara que amo, que, se pudesse, teria aqui", elogiou.>
Patric agora se prepara para a estreia diante da torcida do Vitória. O Leão enfrentará o Bahia de Feira neste sábado (20), às 16h, no Barradão, pela 2ª rodada do Campeonato Baiano. O lateral pregou respeito ao adversário.>
"Hoje, no futebol, não encontra mais equipe boba. Todas as equipes têm qualidades e vulnerabilidades. Acredito que a gente deve olhar para si, o ponto forte, qualidade. Durante o jogo, ir percebendo o que o adversário tem de vulnerabilidade e aproveitar essas falhas para poder fazer o que sabe de melhor", alertou.>
Confira outros trechos da entrevista de Patric Calmon:>
Estreia no Vitória>
Fico feliz pela primeira partida, não só individualmente falando. No coletivo, por ter empenhado aquilo que o professor Léo Condé tinha pedido. A gente trabalhou muito durante essa pré-temporada curta, mas valeu a pena, para que a gente pudesse performar bem nessa primeira partida. Eu prefiro pontuar o coletivo. Acho que a gente foi bem dentro daquilo que foi pedido, e alcançou o objetivo, que eram os três pontos. >
Torcida>
Sobre a torcida, acompanho o Vitória há anos. Sou baiano, sei da grandeza do clube, da torcida. O que a torcida fez, tanto na Série C quanto na Série B. Tenho certeza que não vai faltar apoio, não vai faltar empenho, da torcida também. Estar nos apoiando durante o Campeonato Baiano, a Copa do Nordeste e, com certeza, o Brasileiro. >
Experiência na Série A>
O Vitória é experiente nessa série. Hoje, está no lugar onde não deveria ter saído. É um campeonato diferente por causa da qualidade técnica dos jogadores, o nível é alto, exige concentração. Qualquer vacilo, aproveitam. A gente tem jogadores de grande qualidade, de porte de Série A. Tenho certeza que o Vitória armou um elenco para corresponder à altura. O que indico é a gente conseguir fazer o que tem feito nos treinamentos. A Série A está longe ainda, mas acredito que a gente vai ter maturidade para chegar bem.>
Desempenho contra o Jacuipense>
Fico feliz pela primeira partida. Não só em particular, individualmente falando, mas no coletivo ter perfomado aquilo que o professor Léo Condé pediu. A gente trabalhou muito durante a pré-temporada para performar bem durante essa primeira partida. Acompanhei algumas coisas ao meu respeito, mas prefiro pontuar o coletivo. Acho que a gente foi bem e conseguiu o objetivo.>
Luta por posição>
Ser lateral do Vitória te exige ser grande, ter uma performance boa. Dentro do meu trabalho, do Esteves, do Felipe, todos vão se empenhar. Vou dar o meu melhor, fazer o meu melhor. Como em todo trabalho, tem briga por posição. É disputa saudável, e vai jogar quem está melhor.>
Luan>
Todo mundo sabe quem é Luan, do seu potencial, o que ele já apresentou dentro de campo e do que ele pode apresentar. Não estamos tendo muito contato por conta da correria do primeiro jogo. Ele está treinando, se não antes, em período oposto ao nosso. Ele dispensa comentários, a qualidade dele. Acredito que, se estiver na sua melhor forma fisicamente, mentalmente, vai ajudar o Vitória.>
Encontro com torcida no Barradão>
Existe uma [frase que diz] que Deus me livre não ser Vitória. A torcida dispensa comentário. Sua força, o quanto nos empurra, motiva. Não tem o que falar. O clube merece estar onde está. Estou ansioso para reencontrar, agora aqui em casa. Tenho certeza que vamos dar alegria ao torcedor do Vitória.>
Como lidar com pressão?>
O torcedor vai oscilar em suas opiniões, por causa dos nossos resultados. Se a gente vai bem, ele vai te elogiar. Se a gente vai mal, vai nos criticar. Isso faz parte do futebol. Acredito que a gente precise ter uma rede de apoio que nos blinde das opiniões que surgem do lado externo, o clube invista em psicólogo. Para que a gente se sinta bem, que a mente esteja saudável. As pessoas esquecem que nós somos seres humanos, a gente tem sentimento, sente dor. Precisamos nos blindar e o clube investir em profissionais que nos ajudem. [O episódio com Diego Rosa] é um fato lamentável, é um ser humano que precisa de carinho, todo jogador precisa, e o torcedor acaba só olhando o lado profissional. >