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Estúdio Correio
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 08:41
Dor de cabeça? Toma um analgésico. Febrezinha? Tem um antibiótico guardado. A criança tossiu? “Dá aquele xarope que funcionou da outra vez”. A cena é comum em lares brasileiros — e perigosa. A automedicação, embora culturalmente enraizada, é uma das principais causas de intoxicações, reações adversas e mascaramento de doenças no país.>
Segundo a Anvisa, cerca de 77% da população brasileira se automedica regularmente, e os medicamentos estão entre os produtos mais frequentemente responsáveis por intoxicações atendidas em serviços de emergência.>
Riscos da automedicação
Diana Serra,
médicaÉ o uso de medicamentos sem orientação ou prescrição médica — seja por conta própria, com indicação de familiares, amigos, balconistas ou baseando-se em experiências anteriores.>
Essa prática inclui desde analgésicos e anti-inflamatórios até antibióticos, calmantes e medicamentos controlados.>
1. Intoxicações e efeitos colaterais graves>
• Superdosagem acidental (ex.: duplicar medicamentos com o mesmo princípio ativo).>
• Danos ao fígado e rins por uso prolongado de analgésicos e anti-inflamatórios.>
• Reações alérgicas inesperadas.>
2. Interações medicamentosas perigosas>
• Misturar remédios pode alterar efeitos, potencializar toxicidade ou anular tratamentos.>
• Exemplo: anti-inflamatórios podem reduzir a eficácia de anti-hipertensivos, elevando a pressão arterial.>
3. Mascaramento de sintomas importantes>
• Analgésicos e antitérmicos podem “esconder” sinais de infecção grave ou apendicite, atrasando o diagnóstico.>
• Tosse tratada com xarope errado pode camuflar problemas pulmonares sérios.>
4. Uso indevido de antibióticos>
• Tomar antibióticos sem prescrição favorece resistência bacteriana, tornando infecções futuras mais difíceis de tratar.>
• Interromper o tratamento antes da hora contribui para o mesmo problema.>
• Crianças têm metabolismo diferente, e pequenas doses podem ser perigosas. Erros comuns envolvem xaropes e gotas.>
• Idosos costumam usar múltiplos medicamentos, aumentando o risco de interações e efeitos colaterais.>
“Na pediatria, vemos muitos casos de intoxicação por erro na dose — especialmente em medicamentos líquidos. A colher de sopa não é medida padrão”, destaca a Dra. Diana.>
1. Interrompa imediatamente o uso do medicamento.>
2. Não provoque vômito, a não ser que orientado por um profissional de saúde.>
3. Anote o nome e a dose ingerida, além do horário.>
4. Leve a embalagem ao atendimento médico — isso agiliza o diagnóstico.>
5. Acione imediatamente o serviço de emergência, especialmente se houver dificuldade para respirar, sonolência extrema ou convulsões.>
Medicamentos vencidos podem perder eficácia ou se decompor em substâncias tóxicas.>
Descarte-os corretamente em farmácias ou postos de coleta. Nunca jogue no lixo comum ou no vaso sanitário.>
Checklist para uso seguro de medicamentos em casa>
✔️ Mantenha todos os medicamentos em armário trancado e fora do alcance de crianças.>
✔️ Não armazene antibióticos “sobrando” para uso futuro.>
✔️ Leia sempre a bula e verifique data de validade.>
✔️ Não repita receitas antigas sem reavaliação médica.>
✔️ Meça doses líquidas com seringas ou dosadores específicos.>
✔️ Não misture medicamentos sem orientação profissional.>
✔️ Em caso de dúvida, ligue para o médico ou serviço de saúde, não para o vizinho.>
• Associado Vitalmed: 2202-8888 | 3450-8888>
• Associe-se à Vitalmed: 2202-8686>
• SAMU: 192>
• Corpo de Bombeiros: 193>
A automedicação parece prática e inofensiva, mas esconde riscos sérios. A informação e o acompanhamento médico são os verdadeiros aliados da saúde familiar.>
“Remédio é coisa séria. Usado corretamente, salva vidas. Usado sem orientação, pode tirá-las”, conclui a Dra. Diana Serra.>
Este conteúdo não reflete a opinião do jornal Correio e é de responsabilidade do autor.>