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Mobilização envolve série de medidas preventivas, corretivas e educacionais
Estúdio Correio
Victor Lahiri
Publicado em 30 de março de 2024 às 06:00
Moradora do bairro de Ilha Amarela, a cuidadora de idosos Isis Santos e sua família se preocupavam sempre que a temporada de chuvas se aproximava. Um terreno nos fundos de sua casa costumava ser foco de proliferação do Aedes Aegypti, mosquito responsável pela transmissão de arboviroses como a dengue, zika e chikungunya. “Infelizmente tínhamos esse problema constante no período de chuvas aqui em casa não chegamos a ter problema, mas vizinhos já tiveram dengue e zika. Com isso, mantivemos contato com uma agente de endemias que nos ajudou a encaminhar um pedido de limpeza na Prefeitura”, relata.
Com ajuda das equipes do Centro de Zoonoses (CCZ) e Limpurb, toda área foi limpa e os focos de proliferação do mosquito foram eliminados. “Foi muito bom pois limparam tudo, retiraram os entulhos que estavam servindo para a multiplicação das larvas e também nos orientaram como deixar o ambiente sempre limpo e evitar que os mosquitos encontrem espaço para se reproduzir”, afirma.
Bem como Ilha Amarela, todos os bairros de Salvador vêm recebendo ações focadas no combate às arboviroses. A mobilização Salvador Contra a Dengue envolve uma série de medidas preventivas, corretivas e educacionais com UBV Pesada, inspeções, bloqueio espacial e focal, além de atendimentos de solicitações em diversas localidades da cidade.
Redução de casos
No início de março, a capital baiana entrou na lista das cidades em estado de epidemia após registrar, por quatro semanas consecutivas, aumento de casos prováveis de dengue e atingir um coeficiente de 100 registros a cada 100 mil habitantes. Apesar do cenário, o número de casos confirmados no mesmo período sofreu uma diminuição em relação ao ano passado, quando foram registrados 930 casos de dengue. Até a 10ª semana de 2024 foram 605 confirmações.
De acordo com a titular da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador, Ana Paula Matos, atualmente a situação encontra-se relativamente controlada, quando comparada com a Bahia e o resto do Brasil. “Estamos em alerta e imbuídos no combate à dengue. O trabalho segue sem interrupção, focado na mobilização, reunindo todos os esforços estratégicos em prevenção e combate às arboviroses”, explica. “Porém, apenas com o apoio e colaboração de cada morador e moradora de nossa cidade podemos superar esse desafio e vencermos o Aedes aegypti, já que mais de 75% dos criadouros estão dentro das casas. Por isso é importante a conscientização de cada um em não deixar água parada”, completa.
A SMS tem intensificado e empenhado diversos esforços na mobilização. No total são mais de 1,3 mil agentes de endemias nas ruas dos 12 Distritos Sanitários (DS) de Salvador com ações contínuas, de segunda a segunda, identificando, tratando e/ou eliminando focos; bem como conscientizando a população sobre a importância da participação ativa na mobilização Salvador Contra a Dengue.
Áreas de atenção
No mês de janeiro, o Levantamento Rápido de Índice para o Aedes aegypti (LIRAa) de Salvador, que serve como instrumento para nortear medidas de ações de controle, acusou o resultado de 1,8, ou seja, quase dois de cada 100 imóveis vistoriados pelas equipes de saúde do município possuíam larvas do mosquito. “Este índice aponta um cenário de alerta, mas no comparativo com o mesmo período do ano passado houve uma melhora: em janeiro de 2023, a taxa do LIRAa era de 2,4. As regiões do Subúrbio Ferroviário, Cajazeiras e Centro Histórico foram alvos dos mutirões de limpeza”, ressalta a secretária.
A chegada da vacina contra a dengue também tem atuado como um importante esforço para conter a contaminação pela doença na cidade. Porém, com público alvo restrito aos jovens de 10 a 14 anos, pouco mais de 50% das doses foram aplicadas. “Até o momento, aplicamos 35.227 doses da vacina contra a dengue. Salvador utilizou 57% das doses recebidas”, diz, Ana Paula. “A vacinação é um importante aliado no controle da doença e está disponível em mais de 100 salas de vacina de segunda à sexta-feira, e, de forma pontual, aos finais de semana de mobilização de imunização como Dia D e Happy da vacinação, que estende os horários de atendimento”, comenta.
Para a Ana Paula, é fundamental que a população caminhe de mãos dadas com o poder público neste momento de combate ao Aedes. “O pedido que faço é: cuide da sua casa com o mesmo carinho e atenção que estamos cuidando da cidade. Lembrando que esse clima extremamente quente e com chuvas isoladas é facilitador para proliferação dos focos e criadouros dos mosquitos, então, é fundamental que todos tenham um cuidado mais do que redobrado”, finaliza.
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