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Estúdio Correio
Publicado em 13 de maio de 2024 às 06:00
Você já se perguntou como filmes, séries e livros são capazes de prever eventos futuros? Mais ainda, como conseguem apresentar tecnologias criadas somente décadas depois? Esse texto trabalha o tema. >
A ficção científica é um dos gêneros mais antigos nas artes, nascendo quando obras eram feitas e consumidas somente de forma analógica, com livros, peças de teatro, músicas ao vivo, dança e uma série de outras expressões artísticas. Desde os primórdios, também, ela apresenta previsões certeiras.>
Não há sorte ou coincidência aqui: obras de ficção são feitas por seres humanos, os quais vivem em épocas com ansiedades e desejos sociais eminentes, os quais buscamos tornar realidade através de tecnologias. Quando ocorre o acerto, há uma observação interessante da jornada até aquele ponto.>
Um artigo desenvolvido pela ExpressVPN cita como exemplo o livro “Twenty Twenty”, publicado em 1995, cuja temática central é uma devastadora pandemia. Nesse caso, precisamos lembrar que Covid-19 não foi a primeira epidemia enfrentada pela humanidade e, querendo ou não, não será a última.>
Como mencionado durante a introdução, parte da pesquisa publicada pela ExpressVPN foca no fato de que por trás de cada previsão existe um anseio social e cultural. Se a vigilância em massa aparece em uma obra, por exemplo, isso é um sinal de que há temores relacionados a um regime controlador.>
Isso nos leva diretamente a outro ponto mencionado: a ficção científica como advertência a perigos do futuro. Elementos como a desigualdade, aprimoramento humano, uso de tecnologias para fins de guerra e militares e isolamento de pessoas na sociedade, estiveram presentes e já são uma realidade.>
Tudo isso sem mencionarmos o fato de que, embora as obras de ficção científica sejam protagonistas aqui, elas não são as únicas capazes de quebrar a barreira entre a arte e o nosso mundo. Até mesmo obras com elementos de fantasia, como é o caso da franquia Star Trek, trazem mensagens valiosas.>
Retomando a menção ao artigo da ExpressVPN citado durante a introdução, vamos utilizá-lo como base para explorar 4 tecnologias surgidas na ficção que se tornaram realidade muito tempo depois. Naturalmente, o que não falta são exemplos, de modo que escolhemos alguns dos mais emblemáticos.>
1 – Drones: Duna, 1965>
A (até agora) duologia “Duna”, dirigida pelo cineasta Denis Villeneuve, é uma das mais bem-sucedidas da década, mas nem todos sabem que a história é bem mais antiga. O livro original, do qual o longa-metragem é uma adaptação, foi lançado em 1965, no ápice das obras de arte sobre a ficção científica.>
O artigo da ExpressVPN relaciona o livro com a aparição dos drones, os quais, no contexto da obra, são chamados de “ornitópteros”. Nos dois casos, trata-se de dispositivos voadores não tripulados que servem a propósitos diversos, entre a exploração de espaços distantes e a vigilância das populações.>
2 – Videoconferências: Os Jetsons, 1962>
Quando pensamos em um mundo futurista, é muito provável que a imagem em nossa cabeça seja exatamente aquela representada pelo desenho Os Jetsons, mais de meio século atrás. Isso é curioso, considerando que a obra é bastante antiga, mas ajuda a demonstrar a sua importância na cultura pop.>
Dentre as dezenas de previsões tecnológicas apresentadas no desenho, aquela que merece um maior destaque são as videoconferências. A ideia era o principal meio de comunicação entre os personagens, mas só se tornou algo comum em nosso dia a dia a partir dos anos 2010, com o Zoom, Skype e outros.>
3 – Traduções em tempo real: O Guia do Mochileiro das Galáxias, 1979>
A comunicação entre seres humanos de diferentes culturas é um tema recorrente na literatura, com o principal exemplo sendo a Torre de Babel, mito-fundador citado no livro de Gênesis, na Bíblia. Como tal, a busca por uma comunicação entre todos os povos do mundo sempre esteve presente nas ficções.>
Em “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, a tradução de idiomas em tempo real faz parte da narrativa, algo que só foi desenvolvido várias décadas depois. Atualmente, existem múltiplas ferramentas que possibilitam a comunicação entre indivíduos que não falam a mesma língua, utilizando apps e gadgets.>
4 – Inteligências artificiais: Metrópolis, 1927 >
“Metrópolis” é a obra mais antiga dessa lista, sendo um longa-metragem lançado em 1927. E o mais impressionante? O filme traz uma das tecnologias mais avançadas, aquela das inteligências artificiais. Não somente as IA mais rudimentares, as quais existem desde a década de 50, mas aquelas refinadas.>
No filme, as inteligências artificiais são usadas para desenvolver robôs, os quais têm como objetivo substituir seres humanos em tarefas difíceis ou perigosas. Quase um século após o lançamento do filme, esse tipo de conceito já é uma realidade, e as discussões a respeito do assunto seguem firmes.>
É certo dizer que as previsões acertadas não acabaram. Livros de ficção publicados hoje com toda a certeza serão redescobertos décadas no futuro e usados como exemplos de obras de arte que previram certas tecnologias. Esse é, inevitavelmente, o ciclo do desenvolvimento tecnológico humano.>