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Portal Edicase
Publicado em 18 de março de 2024 às 17:25
Em 18 de março é celebrado o ‘Dia dos Múltiplos’, uma ocasião que destaca o fascinante universo daqueles que compartilham espaço desde o ventre materno com um ou mais irmãos. Uma gestação múltipla ocorre quando há dois ou mais bebês em desenvolvimento durante o processo gestacional, podendo ser idênticos ou fraternos. >
“São dois processos diferentes. Quando um óvulo fecundado se divide, dando origem a dois bebês, temos os gêmeos idênticos”, explica a Dra. Renata Lopes Ribeiro, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz Star, da Rede D’Or. >
Porém, quando dois ou mais óvulos são fecundados por espermatozoides diferentes, formando embriões distintos, são gêmeos fraternos. “São dois bebês diferentes, com características próprias. De forma muito simplificada, é como engravidar duas vezes na mesma hora”, complementa a médica. >
Estatísticas indicam que aproximadamente 1,6 milhão de gêmeos nascem a cada ano em todo o mundo. No entanto, uma gestação gemelar demanda cuidados adicionais e está cercada por diversos mitos e verdades. Por isso, a seguir, confira 10 desses aspectos para melhor a compreensão sobre esse assunto! >
Verdade . Estatísticas apontam que a chance de complicação em gestações gemelares fica em torno de 80%. Para as mães, os principais riscos estão relacionados à pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. >
“A situação emocional também precisa de atenção, já que há uma incidência maior de depressão pós-parto em mães de bebês gemelares”, destaca a Dra. Renata. Para os bebês, há questões relacionadas à prematuridade e ao crescimento. >
Verdade. No entanto, apesar de apresentarem a mesma carga genética, possuem digitais diferentes. >
Verdade . Enquanto na população geral a chance de uma gestação gemelar é de, em média, 1,5%, em processos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro , essa probabilidade aumenta para cerca de 20 a 30%. “Isso acontece pois, para aumentar a chance de sucesso do procedimento, é comum ser transferido mais de um embrião por vez”, explica a Dra. Renata. >
Depende . A hereditariedade está ligada apenas a casos de gêmeos fraternos. Nesse caso, há um aumento de probabilidade quando há casos na família da mãe, com influência de genes relacionados à hiperovulação (liberação de mais de um óvulo por ciclo). >
Mito . Existe a possibilidade de parto normal seguro mediante alguns cuidados e condições como desejo da mãe, quadro clínico favorável, equipe médica qualificada e estrutura de retaguarda. “Além disso, o primeiro bebê precisa estar na posição cefálica, ou seja, com a cabeça para baixo, e o parto precisa acontecer em ambiente hospitalar”, complementa a médica da Maternidade São Luiz Star. >
Verdade . Por conta da produção hormonal aumentada na gestação de gêmeos é comum a mulher apresentar mais enjoos e sonolência. Há ainda a sensação de “falta de ar”, decorrente do volume abdominal de forma mais precoce, além de dores nas costas pelo peso da barriga. >
Mito . Embora existam alguns estudos que avaliam a influência de alimentos como derivados do leite e mandioca, não há nenhuma comprovação científica. >
Verdade . Existe uma questão mecânica relacionada à distensão uterina e deflagração de contrações, que costumam aparecer mais cedo em gestações múltiplas. Enquanto uma gestação comum dura entre 38 e 42 semanas, a de gêmeos dura em média 36 semanas. >
Em casos de múltiplos com três bebês ou mais, essa média pode cair para 28 a 33 semanas. Há ainda casos em que há indicação médica para realização do parto em decorrência de complicações maternas, como pré-eclâmpsia. >
Mito . Não há influência da posição sexual em gestações múltiplas. Os fatores decisivos são a fecundação dos óvulos e a divisão celular. >
Verdade . Estudos identificaram um aumento dessa probabilidade em mulheres que engravidam a partir de 35 anos. Isso acontece porque o ovário passa a receber mais estímulo hormonal para liberação dos óvulos, o que pode causar, em determinados ciclos, a liberação de mais um óvulo. >
“O que vemos é uma mudança real de comportamento, com mulheres optando por engravidar mais tarde . Assim, há mais incidência de casos como o explicado acima, além da utilização de técnicas de reprodução assistida. São fatores que vem impactando significativamente o número de gestações gemelares no mundo”, enfatiza a médica. >
Por Samara Meni >