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Portal Edicase
Publicado em 25 de março de 2024 às 11:25
Na sexta-feira (22/03), Kate Middleton, princesa de Gales e esposa do príncipe William, revelou que está em tratamento contra um câncer. No vídeo divulgado nas redes sociais, ela não disse o órgão atingido nem o estágio da doença, mas informou que está realizando quimioterapia preventiva. >
“Em janeiro, eu passei por uma grande cirurgia abdominal e na ocasião pensou-se que minha condição não era de câncer. A cirurgia foi bem-sucedida, no entanto exames após a operação mostraram que havia câncer. Minha equipe médica aconselhou que eu me submetesse a uma quimioterapia preventiva, e agora estou nos estágios iniciais desse tratamento”, contou. >
O tratamento quimioterápico consiste basicamente na utilização de medicamentos cuja missão é eliminar as células cancerosas e impedir que elas se espalhem e se multipliquem no organismo. >
De acordo com Mariana Laloni, oncologista e diretora médica técnica da Oncoclínicas, entre as diversas finalidades de indicação da quimioterapia, o especialista irá avaliar o tipo do tumor , o tamanho, a localização, se existem ou não metástases, a idade do paciente, o estado geral de saúde, os medicamentos em uso e o histórico. Depois de obter todas as respostas, o tratamento adequado será indicado ao paciente, podendo ou não ser adotadas estratégias combinadas a alternativas terapêuticas. >
Entre as finalidades do uso deste tipo de medicação, estão: >
A médica lembra que os avanços científicos no combate ao câncer garantem atualmente um vasto leque de possibilidades para os pacientes oncológicos, que serão definidas a partir de avaliações do perfil da doença de cada indivíduo , de forma cada vez mais personalizada. >
“Precisamos lembrar que existe um arsenal de estratégias médicas possíveis, a maioria delas muito avançadas e com altas taxas de cura. Cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapias alvo são alguns dos pilares de tratamento que mudaram o panorama de uma doença que, no passado, já foi tão temida”, comenta. >
Para Mariana Laloni, mesmo com os avanços e casos de cura, ainda existe um grande desafio em desmistificar o diagnóstico de câncer e os tratamentos para a doença. “Temos a obrigação de informar corretamente e preservar a individualidade dos pacientes , sejam pessoas públicas ou indivíduos comuns. Médicos, profissionais de saúde, jornalistas e pacientes devem entender que informar com precisão é uma prestação de serviço e significa cuidado”, comenta. >
A oncologista acrescenta ainda que casos como o de Kate Middleton podem gerar ainda mais desinformação e tabus quando não abordados da maneira correta. “Isso expõe pessoas públicas e demais pacientes, que acabam passando por um sofrimento desnecessário. E em nada contribui para a informação adequada e correta que pode salvar vidas”, enfatiza. >
Atualmente, considerando uma prevalência de 5 anos da doença, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informa que aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhão delas estão no Brasil – um número que, conforme as perspectivas da entidade, seguirá crescendo. >
As projeções indicam uma tendência de elevação dos índices mundiais de detecção do câncer, chegando ao patamar médio de aumento de 77% em 2050 – quando comparado ao cenário registrado em 2022, com 20 milhões de novos casos da doença. Isso significa que nas próximas décadas uma a cada 5 pessoas terá câncer em alguma fase da vida. >
Ainda conforme a OMS, em 2022, 10 tipos de câncer representaram dois terços dos novos casos e dos 9 milhões de óbitos decorrentes da doença. O de pulmão foi o mais comum em todo mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos (12,4% do total), seguido do câncer de mama feminino (2,3 milhões, ou 11,6%), colorretal (1,9 milhão, 9,6%), próstata (1,5 milhão, 7,3%) e estômago (970 mil, 4,9%). Globalmente, tumores de pulmão (18,7%), colorretal (9,3%) e fígado (7,8%) foram as principais causas de óbito pela doença. >
No Brasil, dos 1.634.441 pacientes oncológicos em 2022 – incluindo os novos casos e aqueles diagnosticados em cinco anos –, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal. As três maiores incidências foram próstata (102.519), mama feminino (94.728) e colorretal (60.118). O risco de desenvolver qualquer tipo de câncer no país antes dos 75 anos foi de 21,5%, sendo maior (24,3%) entre os homens. >
Considerando a previsão de novos casos em 2050, o Brasil deve registrar 1,15 milhão de novos diagnósticos, um aumento de 83,5% em comparação a 2022. As mortes por câncer também devem ter um aumento considerável: 554 mil, 98,6% a mais do que o atual volume registrado de óbitos pela doença no país. >
Por Cinthia Silva Jardim >