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Portal Edicase
Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 14:53
A perda gestacional é um momento delicado, em que o sonho da maternidade é abruptamente interrompido para uma mulher. Em 2021, a revista médica The Lancet revelou que, a cada minuto, ocorrem 44 abortos espontâneos no mundo, totalizando cerca de 23 milhões de gestações interrompidas naturalmente. >
Segundo o ginecologista e obstetra Luiz Fernando Pina, especialista em reprodução humana e endometriose e fundador da clínica Baby Center Medicina Reprodutiva, o aborto espontâneo mais frequente na população acontece até as 12 semanas de gestação. >
Apesar de muitas vezes não ter causa aparente, existem algumas condições que favorecem a interrupção da gestação. “Trombofilias, cromossomos alterados e doenças genéticas são apontadas como possíveis fatores de perdas gestacionais”, explica o médico, que reforça a importância de realizar exames pré-concepcionais. >
Para as mulheres que sofreram com a perda gestacional, é necessário aguardar um período seguro para engravidar novamente. “A recomendação é esperar no mínimo seis meses, caso a paciente já esteja recuperada; inclusive psicologicamente. Se o emocional ainda não estiver preparado, esse tempo pode variar para mais”, explica o ginecologista. >
O médico revela que a prevenção é importante, pois, após 15 dias do aborto natural , já é possível engravidar. “É um tempo muito curto não recomendado para vivenciar um novo processo de gravidez. A paciente pode estar enfrentando uma depressão pós-perda e não saber, além de o risco de um novo aborto ser mais frequente após gravidez imediata”, enfatiza. >
Luiz Fernando Pina reforça ainda que as condições de saúde da mulher precisam estar em dia. “É necessário tempo para recuperar ferro e vitaminas essenciais para que o organismo esteja preparado para gerar. Afinal, corpos saudáveis contribuem para gestações saudáveis”, ressalta. >
Em caso de abortos repetidos, é imprescindível buscar ajuda de especialista em reprodução humana . “Uma perda gestacional pode ser considerada normal, mais que uma já é passível de uma investigação mais aprofundada não só na paciente, como no casal”, finaliza o médico. >
Por Duda Pires >