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Portal Edicase
Publicado em 18 de junho de 2024 às 16:28
O Brasil é o maior produtor de leite da América Latina e o terceiro do mundo, mas o consumo no país fica abaixo da média mundial. Em 2023, os brasileiros consumiram 43,7 quilos de produtos lácteos, incluindo queijos, iogurtes, leite em pó e outros laticínios, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O leite lidera a preferência, representando 88% do consumo total de lácteos no Brasil. Queijos e iogurtes somam aproximadamente dois quilos per capita/ano. >
Enquanto a indústria leiteira trabalha para aumentar esses números, o produto aparece no centro de uma polêmica. Afinal, ele é ou não um alimento inflamatório? “A resposta é não, o leite não é inflamatório. No entanto, deve ser evitado por pessoas com intolerância à lactose e excluído em casos de alergia”, diz o nutricionista Jhonathan Andrade. >
De acordo com Jhonathan Andrade, professor do curso de Nutrição do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação –, é preciso pensar na alimentação em um amplo espectro. “Alimentação é saúde, é afeto e envolve questões sociais e biológicas […]”, diz. >
Segundo ele, embora algumas linhas de tratamento defendam a ideia de que o leite é inflamatório, existe literatura robusta mostrando que esse alimento possui propriedades anticatabólicas, contribui para o aumento da massa muscular e auxilia no emagrecimento. >
“O leite é parte de uma dieta saudável e melhora a ingestão de cálcio, essencial para a prevenção de doenças ósseas. No caso dos veganos, intolerantes ou alérgicos, o leite de origem animal pode ser substituído por extratos vegetais”, ensina. >
As diretrizes da American Heart Association e American College of Cardiology reforçam as explicações do professor do UniCuritiba. Segundo as entidades americanas, lácteos como o leite desnatado, queijo e iogurte são excelentes para compor uma alimentação saudável. >
Fonte de proteína, o leite é importante para a reparação e manutenção dos tecidos, formação de enzimas, hormônios e anticorpos. Também é rico em cálcio, mineral importante para a formação de ossos e dentes, prevenção da osteoporose e osteopenia, divisão celular, atividades enzimáticas e condução de impulsos nervosos. >
Já as vitaminas A e B12, presentes no leite, atuam em benefício da visão, cicatrização, desenvolvimento embrionário, defesa antioxidante e imunológica, formação das hemácias e prevenção da anemia. >
Os sintomas mais comuns da intolerância à lactose são diarreia ou prisão de ventre, flatulência, distensão e cólicas abdominais. A severidade depende da quantidade consumida e do limite que cada organismo suporta. As alergias, por outro lado, são mais intensas e podem causar reações gástricas, dermatológicas (urticária, dermatite) e respiratórias. >
A confirmação dos diagnósticos é feita por exames laboratoriais. Nesses casos, é necessário substituir o leite de fonte animal por extratos vegetais (popularmente chamados de leite vegetal), associados a outras fontes de proteína para complementar a dieta. >
Para quem tem restrições alimentares ou é adepto da dieta vegana (que exclui 100% dos alimentos de origem animal), existem opções. Quem tem intolerância pode experimentar leite sem lactose em pequena quantidade e observar se o desconforto gastrointestinal persiste. Já os alérgicos devem eliminar da dieta qualquer produto lácteo de origem animal. >
“Ter o acompanhamento de um nutricionista é importante para garantir o equilíbrio nutricional e a saúde, seja qual for a situação”, finaliza o professor do UniCuritiba, que reforça: “Seja por escolha própria ou em caso de restrição alimentar, quem deseja manter o consumo de leite na dieta, mesmo que vegetal, tem boas opções.” >
Abaixo, confira receitas de algumas opções de leite de origem vegetal para adicionar à sua dieta! >
Em um recipiente, coloque a aveia de molho na água por cerca de uma hora. Passado esse tempo, coloque tudo no liquidificador e bata até ficar homogêneo. Coe e guarde o leite na geladeira, consumindo em até três dias. >
Em um recipiente, coloque as castanhas-de-caju de molho por 8 horas, com água suficiente para cobri-las. Escorra, coloque as castanhas-de-caju no liquidificador e acrescente as três xícaras de chá de água. Bata até ficar homogêneo, coe a mistura e guarde na geladeira. Deve ser consumido em até três dias. >
Lave o arroz em água corrente e reserve. Coloque a água em uma panela e leve ao fogo. Quando estiver fervendo, acrescente o arroz e deixe cozinhar por uma hora, em fogo baixo e com a panela tampada. Depois desse tempo, desligue o fogo e deixe o arroz esfriar. Em seguida, coloque no liquidificador e bata até ficar homogêneo. Coe e mantenha na geladeira. Se achar que o leite ficou muito espesso, adicione mais água e misture. >
Por Marlise Groth Mem >