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Laura Fernades
Publicado em 12 de agosto de 2016 às 13:39
- Atualizado há 2 anos
Da última vez que o rapper paulista Criolo conversou com o CORREIO, ele mandou seu recado: “Saudade da Concha, viu?”. Preces atendidas. O artista lança domingo, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, a nova versão do seu disco de estreia Ainda Há Tempo (Oloko Records).DJ Dan Dan e DJ Marco formam a linha de frente da banda que acompanha o rapper paulista Criolo(Foto: Gil Inque/ Divulgação)Lançado há dez anos e disponibilizado para download, em maio, o álbum chega às lojas hoje, no formato físico de CD e vinil. “Estou ansioso por esse show na Concha, esse templo da música. Gratidão enorme pela oportunidade de estar em Salvador. Sinto uma energia realmente especial”, elogia Criolo, 40 anos.>
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ACESSE A AGENDA DE DIVERSÃO E PROGRAME SHOWS, ESPETÁCULOS E EXPOSIÇÕESEntão, o artista resgata um momento marcante no espaço: sua banda já tinha tocado a música de abertura e ele se preparava para subir no palco, quando uma mão tocou seu ombro. “Era o Gilberto Gil desejando bom show. Nossa, poder estar nessa cidade e rolar um lance desse é especial demais”, comenta Criolo, sem esconder a admiração pelo artista baiano.SuperaçãoO show que o rapper apresenta domingo nada mais é do que uma grande celebração ao primeiro álbum de sua carreira. Por isso, a apresentação resgata o formato do início, com os MCs na linha de frente - Criolo, DJ Dan Dan e DJ Marco - e traz uma banda mais compacta.As letras, escritas há pelo menos 15 anos, com denúncias sobre a realidade da periferia, o preconceito, a violência e a política, ganham nova roupagem de um time de produtores: Daniel Ganjaman, Marcelo Cabral, Nave, Tropkillaz, Papatinho e Sala 70.Apesar do tempo, os temas continuam atuais como em Tô Pra Ver, letra sobre a periferia, a miséria e a falta de investimento na educação. “2016: escrevi essa música há 15 anos e nada mudou, Senhor. Mas eu tenho fé, nessa nova geração, nesse povo maravilhoso, na nossa juventude (...). Não vamos perder nossa fé, jamais”, diz um trecho da nova versão.Os problemas continuam, mas a arma também: o rap. A luta de Criolo segue firme e forte em cada uma das oito músicas pinçadas das 22 que formam o disco original. E esse show “conta uma história de luta, superação e amor à música”, diz o artista.“A arte, a música, o esporte são caminhos lindos”, diz Criolo, sobre as ferramentas de superação. Então, lembra que uma garota pobre da Cidade de Deus, negra e homossexual, foi a primeira a conquistar o ouro para o Brasil na Olimpíada. “Isso é emocionante. Quebra todos os estereótipos, preconceitos. Nosso povo é muito forte, nos enche de orgulho”, completa. Concha Acústica do Teatro Castro Alves (Campo Grande | 3003-0595). Domingo, às 19h. Ingresso: R$ 100 | R$ 50 (pista), R$ 200 | R$ 100 (camarote). Vendas: no TCA, nos SACs Barra e Bela Vista e no site www.ingressorapido.com.br.>