Vocalista da banda Vanguart, Helio Flanders estreia em disco solo

Paralelo aos compromissos da sua adorada banda Vanguart, o cantor Helio Flanders, 30 anos, incorporou o cantautor solitário. Chegava em casa, tocava piano, saía para tomar um café, voltava e tocava mais um pouco. Então, olhava pela janela e observava a vida lá fora, até voltar a dedicar-se mais um pouco à composição.(Foto: Divulgação)Da “solidão dos infernos”, nas palavras bem-humoradas de Helio, surgiu o mote para o disco Uma Temporada Fora de Mim (Deck), que marca sua primeira investida solo em 15 anos de carreira. A música que serviu de válvula de escape para o momento solitário do artista cuiabano, radicado em São Paulo, reflete o tom denso do disco. Bem diferente do folk rock que já virou marca da banda Vanguart.“Os sentimentos que estão no álbum me buscam há muito tempo. O Vanguart tem um processo muito coletivo de composição, que eu amo. Mas quando escrevi as canções - a fragilidade de se ver com algo só seu -, achei que não pertenciam a esse espaço. Por isso o trabalho solo”, explica Helio.DesoladoA atmosfera ao mesmo tempo densa, desolada e ligeiramente teatral marca o álbum, cujo show não tem previsão de vir a Salvador. Isso fica mais forte com a participação da cantora paulista e ídola, Cida Moreira, e de dois músicos argentinos, Ignacio Varshausky e Martín Sued. A escolha dos instrumentos reforça o clima melancólico: piano, bandoneon, trompete, baixo acústico, acordeon,violão de nylon.Romeo, parceria com o paulista Thiago Pethit, reflete o tom do álbum de Helio. A versão inicial visceral e rock’n’roll gravada pelo amigo, ano passado, ganha um ar mais dramático em Uma Temporada Fora de Mim.“Quando percebi que o conceito do disco era esse, percebi uma beleza na contemplação, na desolação, no trágico, belo, dramático. Queria cordas, que trouxessem esse momento de beleza. As cordas trazem também uma tensão, quase uma solenidade”, explica. “Tudo fez sentido. As pessoas podem gostar ou não”, garante.