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Ana Pereira
Publicado em 30 de maio de 2016 às 10:50
- Atualizado há 3 anos
Voltada para o público infantil, a coleção Contos de Moçambique faz um resgate da cultura popular do país, através das fábulas transmitidas oralmente. A editora Rosana Moraes Weg afirma que, neste caso, a Kapulana segue a mesma estética das publicações originais, que foram pensadas numa parceria entre um escritor e um artista plástico, convidados para recriar o conto tradicional.Ilustrações de Americo Mavale feitas a partir da técnica do batique (Foto: Reprodução)O primeiro dos dez livros, O Rei Mocho, narra a história do mocho - ave da mesma família da coruja - e o porquê dela se esconder de dia e só aparecer à noite. Segundo a tradição sena, etnia do centro de Moçambique, o mocho um dia foi escolhido para representar os pássaros no mundo, pois as outras espécies acreditavam que ele tinha mais poderes por ter chifre. A mentira seguiu adiante até que o rei é desmascarado e obrigado a viver escondido.>
Leia tambémProsa e poesia de Moçambique são destaques em editora nacionalQuem reconta a história é o escritor Ungulani Ba Ka Khosa, 56 anos, autor com vários livros no currículo. Num texto no final da publicação, ele explica que quando leu o conto ficou tocado pela “maneira simples e didática” como a história fala de moral e transparência pública. “Resolvi meter o homem na confusão, formando um triângulo no qual o ser humano seria o responsável pela introdução de desequilíbrios no mundo em seu redor”, explica. Vale destacar que o conto original está no final do livro.As ilustrações são de Américo Amos Mavale, 40, e foram feitas a partir da tradicional técnica da pintura batique – que tem muito destaque em Moçambique. A coleção é uma iniciativa da Escola Portuguesa de Moçambique e da fundação espanhola Contes per Món. O segundo volume que sai no Brasil é As Armadilhas da Floresta, com texto de Hélder Faife e ilustrações de Mauro Manhiça.>