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Pequenos grandes autores: conheça crianças que se destacam no universo literário

Algumas publicaram apenas um título na infância, outras fizeram da literatura uma profissão

  • Foto do(a) author(a) Colunista Kátia Borges
  • Colunista Kátia Borges

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 16:00

A escritora Luiza Meireles com livros de sua autoria
A escritora Luiza Meireles com livros de sua autoria Crédito: Divulgação

O que há em comum entre o brasileiro Francesco Zullino Yunes, 18, e a sul africana Michelle Nkamankeng, 14? Ambos estrearam na literatura antes dos oito anos de idade com livros infantis que são festejados pelo público e pela crítica até hoje, O quartário e Esperando pelas ondas, respectivamente. Surpreso (a)? Pois saiba que esse mercado existe e vem se expandindo. Já temos até editoras brasileiras especializadas exclusivamente na publicação de livros produzidos por crianças, como a Pata Choca e a Amarelinha, por exemplo. As histórias são muitas, geralmente ilustradas, escritas a partir de vivências pessoais, viagens oníricas e, mesmo, experiências dolorosas. Verdade que nem todas as crianças persistem no ofício de escrever, embora seus títulos sigam mais vivos que nunca nos catálogos e acervos. E há aquelas que continuam publicando seus textos e que podem até ser chamadas de veteranas aos dez ou doze anos. Selecionamos alguns desses criativos escribas e suas obras maravilhosas. Confira!

Esperando pelas ondas

(Editora Trilha Educacional, R$ 25, 42)

A escritora Michelle Nkamankeng aos 6 anos
A escritora Michelle Nkamankeng aos 6 anos Crédito: Acervo Pessoal

Michelle Nkamankeng fez sua estreia literária aos 6 anos e se tornou a mais jovem autora sul africana a figurar na lista da Unicef que reúne os dez melhores escritores infantis de todo o planeta. Em 2018, ela foi convidada a participar da Cúpula da Juventude e ainda ganhou diversos prêmios internacionais.

'Esperando pelas Ondas', de Michelle Nkamankeng
'Esperando pelas Ondas', de Michelle Nkamankeng Crédito: Reprodução

Publicado no Brasil somente em 2020, a história contida em Esperando pelas ondas mescla o fascínio e o pavor que as crianças costumam experimentar diante da imensidão azul do mar. Hoje, aos 14 anos, Michelle segue escrevendo e sendo festejada por seu primeiro livro, que não foi o único. Ela publicou outros quatro títulos, ainda sem tradução para o português.

A escritora Michelle Nkamankeng aos 14 anos
A escritora Michelle Nkamankeng aos 14 anos Crédito: Acervo Pessoa

O Quartário

(Editora Companhia Nacional, R$ 39)

Livro 'O quartário', de Francesco Zullino Yunes
Livro 'O quartário', de Francesco Zullino Yunes Crédito: Reprodução

Quando publicou o seu primeiro e único livro, o paulista Francesco Zullino Yunes tinha apenas 7 anos. A ideia para a criação da história veio de um sonho, no qual o quarto do menino virava um gigantesco aquário, repleto de espécies marinhas. Ao acordar, ele conversou com a mãe, a também escritora Cíntia Yunes, e o sonho acabou se transformando em um belo volume de capa dura, editado em dois idiomas, inglês e português, com ilustrações feitas pela famosa dupla de designers brasileiros Sami e Bill. Tiragem de cinco mil exemplares, adoção pelo PNLD em 2018, entrevista no programa de Ana Maria Braga, uma trajetória digna de escritor profissional. Na época, Francesco Yunes dizia ser leitor de Charles Dickens. Hoje ele tem 18 anos.

O escritor Francesco Yunes
O escritor Francesco Yunes Crédito: Mais Você/TV Globo

A menina que morava no Hotel de Cabeça para Baixo

(Edição independente, R$ 42,90)

Luiza Meireles, hoje com 13 anos, escreve desde os 7 e leva a carreira na literatura muito a sério. Autora de três livros infantis editados de modo independente — A menina que morava no Hotel de Cabeça para Baixo, Mickey, o extraordinário do skate! e Melissa, a modelo sem sapato — a autora baiana costuma circular sempre nos grandes eventos literários, realizados dentro e fora da Bahia, seja como convidada das mesas e das rodas de conversa ou participando de estandes organizados por autores. Seu quarto livro, O mistério da Ilha Guarani, será publicado pela Amarelinha Editora e, atualmente, já está em fase de pré-venda, via campanha de apoio no Catarse.

Ana e suas pérolas

(Leiturinha digital, clube de livros, para associados)

Baiana de Salvador, Ana Júlia lançou o primeiro livro aos 9 anos, em 2015, de modo independente, mas com o apoio de um circuito nacional de distribuição, o Leiturinha Digital (leiturinha.com.br), que integra o Grupo Play Kids e é considerado um dos maiores do gênero no país. O título, que foi ilustrado por ela, segue no acervo do clube, que em 2017 afirmava, em seu blog oficial, contar com nada menos que 73 crianças entre os seus autores. Definido como um conto de fadas, Ana e suas pérolas foi escrito sem grandes pretensões e, na época, Ana Júlia dizia se dividir entre a literatura e o balé. Hoje ela tem 17 anos e não localizamos novos livros de sua autoria. Sua mãe, Elvira Cardoso, é uma das criadoras da editora Pata Choca.

Bruce, o cão da minha dindinha

(Perfil Editorial, R$ 29,90)

Livro 'Bruce, o cão da minha dindinha', de Maria Fernanda Gonçalves
Livro 'Bruce, o cão da minha dindinha', de Maria Fernanda Gonçalves Crédito: Reprodução

A carioca Maria Fernanda Gonçalves tem hoje 11 anos, mas escreve desde os 6, sempre demonstrando uma grande capacidade criativa. Tanto que já publicou três livros. O primeiro foi Bruce, o cão da minha dindinha, em 2021, que mostra como os animais de estimação podem ajudar os idosos (no caso, seus avós) a recuperarem o amor pela vida. Atualmente, Maria Fernanda vem se debruçando sobre temas como a diversidade e a inclusão, abordando em Joana em seu mundo encantado o universo de crianças que estão no espectro autista e, em Ana e a dança do Joca, o enfrentamento do racismo na infância. Esses dois últimos foram publicados pela editora Frevo (R$ 39, 90, cada).

Laços de amizade

(editora Historinha pra contar, R$ 9,90, em formato ebook)

Outra veterana na literatura infantil é a goiana-cearense Stela Torelli, de 10 anos, que lançou o seu primeiro livro, A coelhinha Aninha, aos 7 anos e recebeu o título de embaixadora cultural da Biblioteca Lib-Boston, dos Estados Unidos, no Brasil. Ela costuma participar de eventos literários também como contadora de histórias. Laços de amizade é seu segundo título e foi publicado em 2021. Os dois foram escritos durante o longo período de pandemia. Fruto da experiência do distanciamento, suas histórias retratam o cotidiano de uma criança que não sabe o que é ter amigos até que finalmente vai para a escola e de uma menina que morre de saudades do animal de estimação, deixado em outro estado, quando seus pais mudam de cidade.