37 atletas baianas de ginástica rítmica disputam vagas nos Jogos Escolares

Seletiva aconteceu nesta sexta-feira (4), no ginásio do Colégio São José, no Bonfim; atleta da seleção brasileira juvenil também fez parte da disputa

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  • Larissa Almeida

Publicado em 4 de agosto de 2023 às 19:30

Ginástica rítmica vem ganhando espaço na Bahia Crédito: Paula Fróes/CORREIO

No segundo dia da seletiva estadual para os Jogos Escolares, 37 meninas na faixa etária de 10 a 15 anos disputaram vagas na modalidade ginástica rítmica no Colégio São José, na tarde desta sexta-feira (4). A seleção, que ocorre também para as modalidades de judô, wrestling (luta olímpica) e ciclismo, começaram na quinta-feira (3) e vão seguir até sábado (5).

Ao total, mais de 300 jovens competem por vagas nas etapas nacionais, que acontecem em Brasília e em São Paulo. Na ginástica rítmica, as vagas vão para 4 meninas baianas com idade entre 11 e 12 anos. Já para aquelas que têm entre 13 e 15 anos, duas vagas são ofertadas.

Cada atleta fez exibição com dois aparelhos. Com início às 14h15, as primeiras jovens fizeram apresentação com bola no ginásio do colégio. Em seguida, foi a vez da performance com arco e, por fim, com as maças. Na disputa, um dos destaques foi a atleta baiana Keila Vitória, 15, que integra a seleção brasileira juvenil de ginástica rítmica e recentemente se classificou para o campeonato internacional Sofia Cup 2023, na Bulgária, além de ter sido vice-campeã nacional.

"Eu fui muito bem, consegui fazer tudo da minha série. Estou muito feliz de poder participar da seletiva dos Jogos Escolares. Isso tudo é fruto de muito trabalho e é sempre bom poder inspirar outras meninas que estão começando na ginástica. Estou com uma expectativa muito boa, porque estou treinando muito e vou dar o meu máximo", disse a atleta, após a série com arco.

Treinadora de Keila, Joseane Coelho também estava orientando outras 11 jovens durante a seletiva. A cada apresentação, as expressões faciais que alternavam entre a satisfação e a preocupação não escondiam o envolvimento da treinadora na torcida por suas atletas. "Haja emoção. Cada uma tem seu sentimento, seu cuidado e eu tenho que ter a sensibilidade de saber onde que tenho que ir para colocar elas na quadra de forma wue elas entrem tranquilas. Elas estão indo muito bem. As que já são do nível mais elevado estão se saindo bem e as que estão começando estão indo pelo mesmo caminho", avaliou.

Vice-presidente da Federação Bahiana de Ginástica (FBG), Tatyana Silveira exaltou o avanço da modalidade no estado que, segundo ela aponta, vem crescendo a cada ano. "O fomento tem crescido bastante. Eu e a presidente da Federação temos dado um incremento. Conseguimos fazer um campeonato mais organizado e com maiores possibilidades. Inclusive, tem crescido o número de ginastas participantes", comemora.

Ela ainda conta que o esporte é bastante caro. Só o collant, a vestimenta usada pelas atletas, custa aproximadamente R$1,8 mil. Ainda há o custo com os aparelhos. Na quadra, as bolas estavam no ginásio custava R$1,2 mil, os arcos R$600 e as maças R$800.

Para ajudar a manter a modalidade, há patrocínios do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia e da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego e Esporte (Setre). O diretor-geral da Sudesb, Vicente Neto, destaca a importância do incentivo à prática de esportes desde a escola, para a representatividade dos Jogos Escolares na Bahia.

“O esporte tem várias dimensões. A mais famosa é o alto rendimento, e esta fase aqui é a fase da dimensão escolar do esporte é a mais importante porque é quando você começa, é quando você descobre a vocação para determinada modalidade. Então, o Governo da Bahia aposta muito nos Jogos Escolares”, enfatizou Vicente Neto.

Para quem está só começando, a oportunidade é única para poder ser notada. Esse foi o caso de Maria Eduarda Seabra, 10, que impressionou a todos com sua performance com bola, mas saiu da quadra desapontada por não ter sido impecável. "Eu tô um pouco nervosa, mas até que eu 'tô' de boa. É que eu perdi a bola duas vezes e não é tão comum acontecer isso. [Mas] é minha primeira competição, eu também não vim para conseguir passar pela seletiva. Eu vim para as pessoas me reconhecerem e verem que eu posso chegar no nível das atletas mais fortes", afirmou, confiante.

Mais experiente, a atleta Mariana Martins, 14, que recentemente ganhou medalha de prata na competição nacional nível dois em João Pessoa, também demonstrou desapontamento após um erro em quadra. Ainda assim, sua execução com arco foi bem feita, mas ela afirma que só se deu conta disso depois. "Eu já estou mudando o foco para o próximo aparelho e vou me concentrar na bola porque agora vai dar tudo certo. Eu sei que eu consigo, eu estou trabalhando isso em mim, a minha autoestima, para que eu fique mais tranquila", disse, sem deixar de autocobrar, mesmo estando, até aquele momento, em primeiro lugar na seletiva.

Diante do empenho das atletas – inclusive Mariana, de quem é treinadora –, Vanda Portugal, que também é árbitra internacional da modalidade e coordenada técnica da FBG, expressou contentamento com a seletiva. "Eu fico muito feliz em ver como a ginástica cresceu em tamanho e em qualidade. No início, a presidente da Federação fez questão de reunir todas as atletas e homenagear aquelas que já partem para o campeonato brasileiro. É um passo muito grande e que precisa também da colaboração das famílias, porque é um esporte muito caro. Aqui, nós temos grandes campeãs", concluiu.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo