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Laudo aponta que falta de manutenção provocou acidente em parque onde jovem perdeu braço

Acidente aconteceu em fevereiro no Campo da Pronaica, em Cajazeiras

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 20:58

Andrei teve o braço amputado após queda de brinquedo Crédito: Reprodução 

O laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia concluiu que o acidente no parque de diversões instalado no Campo da Pronaica, em Cajazeiras, aconteceu por falta de manutenção. A ocorrência foi em fevereiro e deixou dois jovens feridos, um deles teve o braço amputado. Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) informou que, à época, o parque apresentou um laudo de vistoria técnica dos equipamentos, conforme exigido por lei.

Segundo o documento, foi constatada a ausência de revisão do brinquedo "Intoxx", por parte do proprietário, e de instruções por parte do fabricante do equipamento.

Na parte técnica, o perito ainda constatou que o acidente foi provocado pela falha de operação dos sensores de fim de curso, que controlavam a altura de movimentação da lança móvel do equipamento. O acidente, portanto, ocorreu devido à falha desses sensores, que não acionaram a parada de segurança de movimentação desta lança móvel, o que terminou com a colisão da gôndola com o piso do equipamento.

O acidente com o brinquedo provocou a amputação do braço de Andrei Peroba, 20 anos. A vítima estava no brinquedo com uma irmã de 17 anos, que teve ferimentos leves no rosto. O jovem foi submetido a uma cirurgia no Hospital Geral do Estado (HGE), onde houve a amputação parcial do braço direito. O CORREIO também teve acesso ao laudo de exame de lesões corporais, que detalha a evolução do paciente e menciona as lesões graves.

Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) informou que a emissão de licença de parques de diversões, de acordo com a legislação vigente, é condicionada à apresentação de um laudo de vistoria técnica dos equipamentos.

Conforme a pasta municipal, o documento é realizado por um responsável habilitado com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) válida, e do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e foi apresentado na ocasião. O laudo foi emitido pela Central Integrada de Licenciamento de Eventos (CLE).

O advogado de Andrei, Bruno Moura, reclamou das ilegalidades no parque. "Não contava com manutenção, dois botões - que servem como sensores de urgência e emergência caso haja erro manual - estavam quebrados. O parque não contava com manual de instrução, o brinquedo não tinha manual", reclamou. A defesa também entrou com um processo por danos morais.

Relembre o caso 

Duas pessoas ficaram feridas após um brinquedo quebrar no bairro de Cajazeiras, em fevereiro. Dentre eles, um rapaz de 20 anos teve o braço ferido. "Eu não quis nem olhar o braço dele [irmão] porque estava muito feio, muito feio. Eu só ouvi o baque. Quando o brinquedo parou eu só saí correndo para pedir ajuda", disse Andreia Peroba, de 17 anos. 

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas desesperadas tentando socorrer os feridos logo após o brinquedo quebrar. Uma das pessoas diz que o braço de um dos jovens quebrou no momento do acidente.

O tio das vítimas contou, em entrevista à TV Bahia, que houve uma queda de energia, e os brinquedos pararam de funcionar. Em seguida, a energia voltou e o brinquedo teria descido acima do normal, chegando a encostar no chão. Nesse momento, o jovem teria ficado com o braço preso na estrutura do brinquedo.

Ele disse ainda que não houve socorro imediato. "Não teve socorro rápido porque no parque não tem bombeiros", afirmou. Ainda segundo o tio, o parque foi montado em fevereiro. No momento do acidente, todos os brinquedos também pararam de funcionar. O Corpo de Bombeiros informou que o jovem foi socorrido por uma ambulância do 12° BBM/Salvar.