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Acusado de matar ex a facadas na frente do filho é condenado a 20 anos de prisão

Jéssica Ribeiro Reis foi assassinada em julho de 2022, no Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2024 às 21:10

Jéssica Ribeiro Reis, 28 anos, foi morta a facadas pelo ex companheiro Moisés Souza Ferreira
Jéssica Ribeiro Reis, 28 anos, foi morta a facadas pelo ex companheiro Moisés Souza Ferreira Crédito: Reprodução

Foi condenado a 20 anos de prisão o homem acusado de matar a facadas a ex-companheira no Alto do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Moisés Souza Ferreira foi condenado pelo feminicídio de Jéssica Ribeiro Reis, assassinada em julho de 2022. A sentença foi emitida nesta terça-feira (30), pelo Tribunal do Júri da comarca de Salvador. A mulher foi morta na frente do filho de apenas dois anos de idade.

Segundo a acusação do promotor de Justiça Fernando Lins, o crime ocorreu por vingança, porque Moisés não aceitava o fim do relacionamento. Jéssica Reis foi surpreendida por Moisés enquanto organizava seus pertences para deixar a casa onde moravam, no dia seguinte, por medo do companheiro.

De acordo com o promotor, o casal vivia um relacionamento conturbado com diversas situações de violência que duraram pelos dois anos de união, até o dia do crime, que ocorreu sem qualquer possibilidade de defesa por parte da vítima.

Moisés chegou a ser preso dois dias após o crime, quando se apresentou na Delegacia, onde alegou que a própria vítima teria se matado. Ele foi condenado pelo feminicídio, cometido por motivo torpe e sem possibilidade de defesa.

Relembre o caso

Jéssica, aos 28 anos, foi morta a facadas na noite do domingo, dia 10 de julho de 2022, no Alto do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Segundo a família, o filho de dois anos de Jéssica testemunhou o crime. Ela deixou ainda uma filha de 12 anos.

"Tudo indica que foi ele. Ele não ficou no lugar, ele correu, botou uma faca no saco e jogou. Para mim foi tudo premeditado. Matou ela num horário que ninguém podia ver, meia noite", disse o pai da jovem, Florisvaldo, à TV Bahia, na época do crime.

O pai de Jéssica, que perdeu outro filho para a violência havia menos de um mês, contou que estava na igreja quando recebeu uma ligação do genro, se queixando de Jéssica e pedindo para Florisvaldo ir buscar ela. "Quando terminar vou aí", respondeu o pai. Ele ainda foi para casa preparar comida para os dois e por volta das 16h falou com outra filha, que disse que Jéssica havia informado que estava "de boa". Ele ligou e conversou com Jéssica, que disse que estava tranquila.

No final da noite, ele foi acordado informando que a filha estava "passando mal" e depois soube que ela havia sido assassinada. "Tinha ele como um filho. A gente foi traído", afirmou. "Ele sabia que eu tinha perdido um filho há 23 dias. Ele tava aqui conversando comigo, tentando me confortar e depois dá uma facada no meu coração? Uma facada que ele deu em minha filha, ele deu em mim também", lamentou, em meio a lágrimas. "Matou minha filha na presença do filho e largou ele dentro de casa sozinho com o corpo da minha filha".

A irmã de Jéssica, Joice, disse ainda que o cunhado chegou a dizer que a vítima tinha atentado contra a própria vida, antes de sumir. A família tinha conhecimento de relatos de agressões entre os dois.