'Ainda vivemos a resistência', diz secretária sobre desfile de blocos afros

Evento não teve patrocínio e será integralmente financiado pela Prefeitura

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  • Gil Santos

Publicado em 17 de novembro de 2023 às 18:14

Blocos vão desfilar a partir das 14h
Blocos vão desfilar a partir das 14h Crédito: Marina Silva/ CORREIO

“A gente fez um apelo para ter outros patrocinadores, até tivemos em alguns eventos do Salvador Capital Afro, mas o desfile está sendo apoiado apenas pela Saltur e pela Prefeitura de Salvador”, declarou o secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, sobre o desfile dos blocos afros. No sábado (25), Olodum, Ilê Ayiê, Malê Debalê, Afoxé Filhos de Gandhy, Cortejo Afro, Muzenza, A Mulherada, Didá, Bloco da Capoeira e Araketu farão uma apresentação conjunta na Praça Castro Alves.

O evento é uma dos mais aguardados do Salvador Capital Afro (Novembro Negro), agenda que reuniu uma série de eventos para celebrar a cultura do povo negro no mês da consciência negra. Os detalhes do evento foram apresentados, nesta sexta-feira (17), no Centro Cultural da Barroquinha. A secretária municipal de Reparação, Ivete Sacramento, fez uma observação.

“Existem blocos de Carnaval em diversas cidades. O diferencial dos blocos afros é que são blocos de resistência, que nasceram pela comunidade negra, resistindo ao racismo imposto pelo Carnaval. Todo mundo sabe a origem. Hoje, falamos em consciência e identidade, mas ainda vivemos a resistência”, afirmou.

Grupos fizeram uma apresentação conjunta antes do evento
Grupos fizeram uma apresentação conjunta antes do evento Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Para a secretária, uma mulher negra, o desafio dos blocos afros é se apresentar para além do Carnaval, como um potencial econômico, social, étnico e cultural na cidade de Salvador. Ela acredita que esse desfile será a primeira de muitas experiências, disse que a população terá a oportunidade de conhecer melhor o trabalho das agremiações e convidou os integrantes dos blocos afros e afoxés a comparecer no sábado.

“O som de cada percussão é diferente. O som do Olodum não é o mesmo do Ilê, que não é igual ao do Muzenza. Cada um tem sua especificidade e uma batida diferente. O desfile é a oportunidade de perceber essas diferenças, a diversidade entre as alas de dança de um bloco para o outro, que não percebemos no Carnaval. A história da África é apresentada através dos blocos afros, das músicas e dos temas de cada ano, e é essa plasticidade que difere um bloco afro de qualquer outro bloco de Carnaval”, afirmou.

Secretária Ivete Sacramento durante o evento
Secretária Ivete Sacramento durante o evento Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Antes do evento no Centro Cultural da Barroquinha começar, nesta sexta-feira, os grupos fizeram uma apresentação coletiva que atraiu a atenção de baianos e turistas. O cortejo vai começar às 14h e a festa segue até às 22h, com encontros de blocos na Praça Castro Alves, a partir das 15h30 (confira a ordem abaixo). Os desfiles serão realizados com as bandas percussivas no chão, sem cordas, e com trios elétricos ou pranchões.

Uma parte dos blocos vai sair da Rua Chile até a Castro Alves, começando com o cortejo de 100 baianas juntamente com os Filhos de Gandhy, A Mulherada, Filhas de Gandhy, Didá e Olodum.

Apresentação atraiu atenção de baianos e turistas
Apresentação atraiu atenção de baianos e turistas Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Outra parte vai sair da Avenida Sete de Setembro, nas imediações da Casa D’Itália, até a Castro Alves. Será o ponto de partida para os desfiles do Cortejo Afro, Bloco da Capoeira, Araketu, Malê de Balê, Ilê Aiyê e Muzenza. O horário de cada concentração deve ser verificado com os blocos.

Confira a ordem dos encontros na Praça Castro Alves:

• Filhos de Gandhy e Cortejo Afro;

• Didá e Malê Debalê;

• Olodum, Ilê Aiyê e Muzenza;