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Fernanda Santana
Publicado em 14 de outubro de 2018 às 15:33
- Atualizado há 2 anos
É a segunda vez, em menos de um mês, que os ônibus que deixam de chegar até o Condomínio Bosque das Bromélias, na estrada CIA-Aeroporto. Em setembro, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários, motoristas e cobradores ameaçados por criminosos ficaram sem circular na região por 12 horas. Desde a última sexta-feira (12), após a morte de um suposto traficante, o transporte público deixou de atender a área, já considerada de risco pelos profissionais.>
Segundo informações do Sindicato dos Rodoviários, a categoria temia, até então, quatro localidades: Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Pau Miúdo e IAPI. O medo vem de ocorrências como a queima de veículos por criminosos. O Bosque das Bromélias tem começado a fazer parte do que os rodoviários consideram uma "rota de perigo". A situação começou a piorar no mês da primeira ameaça explícita."Atualmente, é um local de risco. Mas antes não tinha muita ocorrência. Entendemos que a população é vítima e fazemos de tudo para não prejudicá-la. Mas o pânico dos rodoviários é latente", diz o diretor executivo do sindicato, Antônio Cândido.O retorno dos 36 motoristas e cobradores será discutido em reunião na próxima segunda-feira (14), às 15h. No encontro, estarão presentes representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), do sindicato e de empresas de ônibus. Sem os ônibus, a população que mora na região precisa andar três quilômetros para chegar ao ponto mais próximo, no Jardim das Margaridas>
Medo Receosos, alguns representantes da entidade preferem não falar sobre as ocorrências na região. "Você sabe, né? É uma situação de perigo. Mais seguro ouvir o que a polícia fala publicamente", falou um deles, que preferiu não ser identificado. Na ocorrência de sexta, "teve uma troca de tiros e ameaçaram tocar fogo nos ônibus. Isso coloca em risco a integridade física dos rodoviários e dos passageiros", disse um dos diretores do sindicato, Francisco Costa.>
Sobre a ocorrência que, indiretamente, retirou os ônibus do bairro, a SSP afirma: os policiais da 49ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/São Cristóvão) faziam um patrulhamento de rotina na área quando um traficante, ainda não identificado, foi visto com "materiais ilícitos"."As equipes fizeram o cerco e ele atirou buscando fugir. No confronto, ele foi atingido, socorrido para o Hospital Menandro de Faria, mas não resistiu", diz a SSP-BA, em nota.Com o homem, a SSP confirma a apreensão de uma pistola calibre 40 - de uso exclusivo das forças policiais -, carregador, munições, porções de drogas - cocaína, crack e maconha - e uma balança.>
Moradora do bairro deste 2012, quando as unidades do condomínio do Minha Casa, Minha Vida foram entregues, Lúcia* (nome fictício), relembra casos de violência. Mas, segundo ela, muito relacionados à ação policial."Lá, a segurança que tem é a Polícia entrando e fazendo baculejo. Quando não chega atirando...", relata ela, que prefere não ser identificada.Procurada pelo CORREIO para comentar a acusação da moradora, a SSP declarou desconhecimento sobre o suposto comportamento e recomendou a oficialização de denúncias na Corregedoria da Polícia Militar, no bairro da Pituba. >
*Com orientação do editor Victor Villarpando>