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Larissa Almeida
Publicado em 23 de novembro de 2023 às 21:58
Aos 16 anos, a história de amor entre o policial militar Florisvaldo dos Santos e Helenita dos Santos teve início. Ao longo da relação, os frutos colhidos foram filhos e bens materiais. No saldo total, três filhas, dois carros, uma casa e muito amor são apontados por eles como a materialização do afeto que nutriram durante 35 anos. Nessa conta, que está longe de ser meramente matemática, só faltava uma coisa que, para eles, era detalhe: o casamento. Mas, nesta quinta-feira, esse capítulo da história do casal foi escrito durante a 8ª edição do casamento coletivo da Polícia Militar (PM-BA), realizado através do Departamento de Promoção Social (DPS) no auditório Afonso Garcia Tinoco do Ministério Público, localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. >
“Eu estava esperando o momento certo. Já estamos estabilizados, temos nossa casa, eu tenho um carro e ela tem o dela. Então, hoje em dia nós vivemos feliz com nosso amor. Esse casamento foi para afirmar tudo isso”, declarou Florisvaldo. >
Emocionada, Helenita comemorou a ocasião. “Foi muita emoção, porque é uma data que esperávamos muito e, quando chega a hora, nós ficamos realmente muito emocionados e muito felizes. Eu achei a ação do casamento coletivo maravilhosa, porque muita gente não tem condição de se casar devido à vida muito difícil que leva e eles nos proporcionaram isso”, ressaltou. >
Além de Florisvaldo e Helenita, outros 14 casais tiveram suas uniões oficializadas no prédio do Ministério Público da Bahia. O evento teve início aproximadamente às 17h20, quando os noivos adentraram o auditório juntos e percorreram o caminho que os levou até as primeiras fileiras próximas ao palco onde a cerimônia seria feita. >
Para garantir a bênção e o axé, uma celebração interreligiosa ocorreu com representantes da coordenação de assistência religiosa da Polícia Militar. O Tenente Coronel Peixoto, do Núcleo de Matrizes Africanas, propôs aos casais que se encarassem por cerca de dois minutos e fez muitos deles se emocionarem antes mesmo da troca de vos votos. Já o Major Souza Jr., da Capelania Evangélica, e a Tenente Norma, do Núcleo Espírita, discursaram sobre o papel da família e o simbolismo do casamento na ótica cristã. >
Diretor do Departamento de Promoção Social (DPS), coronel Marcos Antônio Lemos comemorou a iniciativa e enfatizou a importância do casamento coletivo. “Junto com minha equipe, nós conseguimos realizar um sonho de 15 nubentes, policiais militares da nossa instituição, que hoje se concretiza nesse ato solene de uma grande valia e alegria. Já chegamos a fazer casamentos com mais de 100 nubentes. Cada ano é uma novidade”, disse. >
Por volta das 18h, os casamentos começaram a ser celebrados. Chamados ao palco, os noivos trocaram votos diante da juíza de paz, tiveram direito a testemunhas, assinaram o papel que oficializava a união e, enfim, selaram o amor com um beijo. O momento ainda foi coroado com canções da trilha sonora de novelas clássicas. ‘Somewhere Over the Rainbow', de Harold Arlen, tema de Ana Francisca e Diego em ‘Chocolate com Pimenta’, foi uma das músicas entoadas pela Banda da PM Maestro Wanderley. >
No entanto, na hora da troca de votos entre Andreza dos Santos Deiró, 37 anos, e Israel Deiró, 38 anos, não foi a música a responsável pelos suspiros encantados que refletiam o clima de romance no ar. É que Israel, para a surpresa da esposa, levou seus votos em um papel envelhecido e foi o único noivo a discursar na celebração. O casamento era esperado por ambos desde o primeiro ano de relacionamento, que já dura 11 anos. >
“Nos conhecemos no Ministério Público em 2012. Eu era estagiária e ele estava acabando de entrar na Polícia Militar, e estava fazendo nossa segurança. A princípio, foi uma conversa, uma troca de telefones, e minha técnica, na época, ficou me incentivando. Nós começamos a conversar por mensagem, falar por telefone, até que um dia ele disse que queria me encontrar. Ele me levou para almoçar, começamos a sair e depois começamos a namorar. No mesmo ano, ele disse que queria casar”, recorda Andreza. >
Desde aquela conversa, os dois se formaram em suas respectivas profissões, Israel se consolidou na PM-BA e o casal teve um filho, Artur, de 5 anos. Agora, outro já está por vir. E, ainda assim, com tantas conquistas individuais e enquanto casal, o casamento nunca deixou de ser um sonho. >
“A gente não conseguiu se casar antes da pandemia. E nós queríamos casamento coletivo porque ele queria se casar pela PM e eu nunca pensei em me casar em igreja, porque somos testemunhas de Jeová. Quando saiu a notícia do casamento coletivo, ele colocou logo o nosso nome. Foi uma correria, mas no final deu tudo certo. Foi maravilhoso, a realização de um sonho mesmo”, reitera Andreza. >
Para Edneide Lima e Vitor Ferreira, trocar os votos e mesclar os nomes também foi a concretização de um desejo para coroar a trajetória de seis anos do casal. Os dois se conheceram em uma situação inusitada, quando Edneide esqueceu o carro aberto em frente à casa de Vitor. Ele foi até o trabalho dela buscar a chave para fazer o favor de fechar o carro. Segundo afirma, desde aquele momento já surgiu uma paixão. >
“Começou uma troca de olhares um com o outro e hoje em dia estamos juntos. Tem seis meses que decidimos casar, porque eu trabalho embarcado e fico muito tempo fora. Ano passado, aconteceu de eu passar quase um ano fora de casa e, quando retornei, decidimos nos casar. Então, hoje, foi um momento muito importante. Era algo que nós queríamos e estávamos esperando. Nosso amor venceu”, finalizou Vitor.>
*Com orientação da chefe de reportagem Monique Lôbo>