CASO SOB INVESTIGAÇÃO

Estudante de medicina que processou faculdade tem matrícula cancelada por ordem da Justiça

Jovem alegou que foi impedida de continuar curso e acusada de ter estudado em outra instituição de ensino

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Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 14:32

Faculdade de Medicina Zarns
Faculdade de Medicina Zarns Crédito: Divulgação

A Faculdade Zarns Salvador cancelou a matrícula de uma aluna de medicina, depois que a Justiça suspendeu, nesta terça-feira (28) uma liminar que determinava que ela fosse inscrita nas aulas. A jovem havia entrado com um processo judicial contra a instituição de ensino por ter sido impedida de realizar a matrícula no 11° semestre.

A faculdade confirmou que a estudante não faz mais parte do quadro de alunos de medicina da Zarns Salvador, em cumprimento à nova decisão judicial, que determinava prazo de 48h para ser atendida. Acrescentou ainda que reafirma o compromisso com o rigor na comprovação documental de todos os alunos, "visando a excelência e a segurança nos nossos processos”.

A defesa da estudante foi procurada e preferiu não comentar a decisão.

Uma fonte ligada à instituição informou ao CORREIO que a Faculdade Zarns Salvador recorreu da liminar em que a juíza Michelline Soares deferiu a tutela de urgência "para determinar que a acionada autorize a realização da matrícula da autora no semestre 2024.1, do curso de Medicina". O documento orientava ainda que a aluna tivesse imediato acesso a todo material didático, realizasse avaliações e tudo mais necessário para realização do curso, além da entrega do histórico acadêmico.

Polêmica

Estudantes do 11° semestre do curso de medicina da Faculdade Zarns Salvador questionaram a decisão judicial que permitiu a matrícula da aluna na instituição. Um estudante que não quis se identificar disse que a aluna cursou o segundo semestre na instituição, após se transferir de uma faculdade de São Paulo. Depois disso, ela não teria mais retornado à faculdade de maneira regular.

Ainda de acordo com este estudante, no final de 2022, quando a turma cursava o 8º período, a comissão de formatura tomou conhecimento que a estudante não estava sequer matriculada na faculdade desde o terceiro semestre.

Segundo relatos de colegas, a estudante reapareceu e teria implorado para participar do ensaio fotográfico da formatura. Ao ter o pedido negado, alugou uma beca e fez as fotos sozinha no cenário escolhido pela turma, para fingir que também estava se formando.

O estudante disse também que a referida aluna pedia para os professores assinarem os taxímetros, documento que registra frequência em internato, para tentar comprovar sua carga horária.

Outra estratégia adotada era tirar e postar fotos em frente aos locais onde os estudantes fazem seus estágios, para simular uma rotina de aluna de medicina. Ela ainda teria feito um boletim falso do 10º semestre onde incluiu matérias que não estão na grade.

Segundo este estudante, está sendo produzindo um documento para atestar que a aluna não estudou com eles. "Ela só tem boletim até o segundo semestre. Isso de dizer que ela estudou em São Paulo até o 10º semestre não existe. Ela só fez o segundo semestre e trancou", disse.