Estudantes fazem homenagem aos Novos Baianos em escola de Salvador

Turma do 3º ano do Colégio da Polícia Militar Luiz Tarquínio fez releitura de música da banda e montou exposição de carros antigos com a famosa Caravan

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  • Larissa Almeida

Publicado em 4 de agosto de 2023 às 19:18

Estudantes se caracterizaram como os integrantes da famosa banda que teve seu auge na década de 1970 Crédito: Marina Silva/CORREIO

Ao atravessar o corredor que leva ao pátio do Colégio da Polícia Militar (CPM) Luiz Tarquínio na manhã desta sexta-feira (4), qualquer pessoa desavisada poderia acreditar que havia entrado em um túnel do tempo com destino direto para a década de 70, quando todas as rádios da Bahia tocavam as músicas dos Novos Baianos. E o intuito dos alunos da turma B do 3° ano era realmente esse: recriar os elementos que pudessem remeter à famosa banda como forma de homenagear seu legado e ainda ganhar pontos no Projeto Didático do colégio.

Tendo como tema principal o Bicentenário da Independência da Bahia, o CPM Luiz Tarquínio escolheu abordar as Territorializações das Manifestações Artísticas, Culturais e Históricas da Bahia. Para isso, o projeto foi dividido em duas etapas, uma iniciada no São João e outra finalizada hoje, que tinha como propósito valorizar as riquezas do estado.

"Quando falamos de Bahia e de riqueza, trabalhamos com festas populares, tradições do interior e música, que é uma das principais manifestações artísticas que nós temos e que fez a Bahia ser um dos estados mais conhecidos do mundo. [...] Então, apresentar aos nossos alunos os Novos Baianos, o que eles construíram, a contracultura, outros ícones artísticos e musicais da gente, e trazer um pouco do passado para o presente nos faz acreditar que estamos construindo um futuro magnífico", ressalta Antonio Mario, coordenador pedagógico do colégio.

De caráter transdisciplinar, o projeto teve conexão com todas as disciplinas da grade curricular. Os alunos tiveram tempo para pesquisar sobre cada tema e levaram a sério a missão de aprender sobre os Novos Baianos. Na hora da apresentação, além de estarem caracterizados de Moraes Moreira, Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão e Pepeu Gomes, parte da turma também fez questão de simular serem integrantes da produção de shows da banda. Na platéia improvisada, alguns até seguravam cartazes para representarem os fãs.

Alunos simularam show dos Novos Baianos no pátio do Colégio da Polícia Militar Luiz Tarquínio Crédito: Marina Silva/CORREIO

"No começo, nós não reconhecemos direito quem eles eram, porque não eram da nossa época. Mas, como é nosso último projeto, quisemos nos jogar de cabeça e investir para marcar a história do colégio e a nossa história", afirma a líder da turma, Layla Raisa.

O investimento foi grande. É que, além de se dedicarem à apresentação que fariam, os alunos ainda fizeram questão de levar ao pátio do CPM uma Caravan muito parecida com a da banda, além de outros carros antigos do Veteran Car Clube Bahia, entidade sem fins lucrativos. Entre os modelos, estavam um Rural, Opala, Fusca, Jipe e Lafer. Os automóveis foram expostos e receberam visitas de outros alunos do colégio.

Na hora da apresentação, gritos calorosos do 3°B e de outras turmas recepcionaram os cosplays dos Novos Baianos. O grupo, composto por professores e alunos, cantou o sucesso 'Preta, Pretinha' e ainda se arriscou na performance. Vestida como Baby do Brasil, a estudante Tainara Roberta Neves, 18, diz que se identificou com a artista assim que conheceu sua história.

"Eu comecei a pesquisar e falei 'eu quero ser a Baby'. Falei isso na sala e o povo topou. Perguntei a minha mãe e a meu pai, porque é do tempo deles, e comecei a montar os looks. Esse que eu estou usando nós nos inspiramos em um show ao vivo. Gostei muito da personalidade dela e gostei do jeito que a banda mistura músicas pop, rock e músicas regionais", conta Tainara.

O empenho dos alunos agradou a todos. Elogios foram ouvidos por colegas, professores e pela vice-diretora, Rita de Cássia Batista. "Fico maravilhada em ver como os alunos têm potencial. Eles mostram isso. Estou em êxtase ainda, porque achamos que eles iam fazer uma coisa, mas superaram", finaliza.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo