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Publicado em 29 de outubro de 2023 às 17:53
Quando a Câmara da Cachoeira, no Recôncavo Baiano, aclamou Dom Pedro como Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino do Brasil, no dia 25 de junho de 1822, a vila foi bombardeada pelos portugueses logo em seguida. O povo resistiu e a luta pela independência da pátria consagrou verdadeiros heróis e heroínas baianos. >
Exibido neste sábado (28) durante a programação do terceiro dia da 11ª Feira Literária Internacional de Cachoeira, o documentário Bicentenário da Independência – Heróis e Heroínas da Liberdade conta a história de quatro protagonistas dessas lutas que têm seus nomes inscritos no Livro de Aço do Panteão da Pátria, em Brasília, e são reconhecidos por lei como heróis e heroínas do país.>
“Eu achei muito interessante porque agora estou sabendo mais da história do Brasil e da Bahia. Temos que saber a história do lugar que a gente vive”, contou a estudante de 16 anos, Kessy Moreira, que veio pela primeira vez para a Flica, acompanhada de seu pai, Edson Silva. A família mora no bairro da Boca da Mata, em Salvador.>
Produzido por Henrique Mendes e equipe da TV Bahia e com reportagem do jornalista Ricardo Ishmael, o documentário resgata a importância de Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa e João das Botas nas batalhas contra os lusitanos. Disponível gratuitamente no GloboPlay, a produção tem como ponto de partida o Livro do Aço.>
Após a exibição do filme, o público presente acompanhou uma conversa com Ishmael, mediado pelo historiador Cristiano Lima, sobre o processo de produção do documentário e a importância do livro e da leitura. O evento aconteceu no espaço Geração Flica, que fica na Estação Ferroviária da Cachoeira, cartão-postal da cidade e local tombado como patrimônio cultural ferroviário nacional.>
“A história normalmente é contada da perspectiva dos vencedores, mas se a gente perceber os vencedores são os populares. Em que momento aparecerão nos livros os heróis populares?”, questionou o jornalista, que também é autor de literatura infantojuvenil.>
Os relatos sobre Maria Felipa e Maria Quitéria conquistaram a admiração da jovem Kessy, que revelou ter aprendido novas informações com o documentário. “Elas foram guerreiras e não desistiram mesmo com as dificuldades”, ressaltou a estudante.>
Ishmael disse ainda que é necessário registrar a trajetória de vida dos combatentes pela independência, principalmente para preservar a memória e reconhecer o protagonismo do povo na luta. “Eu me inspiro nesses heróis e heroínas populares. Infelizmente, a história ainda hoje nega essas referências”, comentou.>
Com o tema ‘Poéticas Afroindígenas no Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia’, a Flica 2023 está dividida em vários espaços, que incluem a Tenda Paraguaçu, a Geração Flica, a Fliquinha, entre outros, além de apresentações artísticas. A programação começou na última quinta-feira (26) e encerra neste domingo (29). >
Um dos objetivos da feira é promover uma interação dinâmica entre artistas locais e outros artistas da Bahia, do Brasil e do mundo, além de fomentar a cadeia produtiva do livro, da cultura, do turismo, da economia criativa e solidária e da sustentabilidade.>
A Flica 2023 é realizada pela Fundação Hansen Bahia (FHB) em parceria com a CALI - Cachoeira Literária. O evento conta ainda com parceria da TV ALBA e da Prefeitura de Cachoeira, além de ter como livraria oficial a LDM, a Internet oficial da CNA e patrocínio da Acelen, Teiú, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, Caixa e Governo Federal.>
A curadoria da Flica é formada por Mírian Reis, Luciana Brito, Jocivaldo dos Anjos e Clara Amorim (Duca). Nesta edição, a curadoria artística está sendo realizada por André Reis e a curadoria dos Autores Baianos pela professora Dyane Brito. A Coordenação Geral é de Jomar Lima (CALI – Cachoeira Literária) e a Coordenação Executiva é com Vanessa Dantas (Fundação Hansen Bahia).>