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Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2024 às 16:16
O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, chamou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), de “negacionista no que se refere à violência”, ao comentar sobre o fechamento de escolas no estado por causa da guerra do tráfico.
Como mostrou o CORREIO, o confronto entre facções criminosas e os policiais provocou o fechamento de 22 escolas municipais em Salvador neste ano, e afetou mais de 7 mil alunos
ACM Neto ressaltou a gravidade da situação em Salvador e no interior do estado, enfatizando que a falta de segurança nas escolas traz impactos negativos sobre os alunos. “Nunca os baixíssimos índices de educação estiveram tão relacionados com os altíssimos índices de violência como estão hoje no estado da Bahia. A gente pode ver aqui o exemplo da cidade de Salvador. Mais de 22 escolas somente da rede municipal já foram obrigadas a fechar as portas por falta de segurança. Isso prejudicou a vida de mais de sete mil alunos,” afirmou ACM Neto. Ele descreveu episódios de tiroteios e brigas de facções que têm afetado as comunidades da capital e resultaram no fechamento de escolas.
Neto citou como exemplo a comunidade de Vila Verde, onde uma escola municipal ficou fechada por mais de 15 dias em maio devido à falta de segurança. “Os professores e funcionários não tiveram condições de acolher os alunos por conta da falta mínima de segurança pública nessa comunidade,” salientou, ao pontuar que essa situação não se restringe à capital, mas se espalha pelo interior do estado.
O vice-presidente do União Brasil criticou a gestão estadual pela má colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e pelo número elevado de homicídios. “A Bahia ocupa o segundo pior lugar em nota no IDEB do Brasil. Por outro lado, nós somos o estado com o maior número de homicídios de todo esse país. Nós esperávamos que a lógica fosse inversa, que a Bahia liderasse pelos bons exemplos da educação e pelos baixíssimos índices de violência, mas é o contrário o que acontece,” disse.
Neto acusou Jerônimo Rodrigues de "negligenciar" a educação e a segurança pública. “Infelizmente um governo estadual que vira as costas para a educação, um governador que defende a aprovação automática dos alunos, que não está preocupado se os alunos têm as mínimas condições de frequentar as escolas por conta da segurança pública, também é negacionista no que se refere à violência. É como se não acontecesse em território baiano, ou como se ele não tivesse responsabilidade pelos fatos,” criticou.
ACM Neto ainda pediu mais atenção e proteção para os jovens baianos. “A responsabilidade, governador Jerônimo Rodrigues, é sua, que já passou da hora de cuidar da vida dos baianos, de dar outra atenção e proteção à vida das pessoas, principalmente dos nossos jovens, que são vítimas das balas perdidas, do tiroteio e das facções criminosas nas comunidades, e vítimas também de uma educação que não prioriza o futuro dos nossos alunos,” ressaltou.